Na manhã desta segunda-feira (9), trabalhadores ativos e também demitidos de empresas do Grupo João Santos, que é proprietário de companhias como a Cimento Nassau, realizaram um protesto contra, segundo eles, o não pagamento de salários e outras dívidas trabalhistas. De acordo com os manifestantes, a empresa deixou de pagar desde o mês de dezembro do ano de 2016. Ato foi realizado na Avenida Guararapes, no Centro do Recife, e deixou o trânsito lento.
“O grupo nos mandou embora e não pagou as indenizações, nos deu o calote. Antes de sair, já devia dez meses de salário. Foi pago só um lote, já fazem seis meses e estamos aqui precisando do nosso dinheiro, fomos demitidos e caluniados, mais de 180 trabalhadores foram postos para fora” afirmou o manifestante Jadson Marques.
Já Nilson Lucas de Arruda, que trabalhava no controle de qualidade da Cepasa, que é uma das empresas do grupo, explicou que a manifestação tem por objetivo que a empresa tome uma atitude. “Dinheiro e patrimônio para nos pagar o grupo tem, a gente não pode esperar, a barriga não espera”, declarou ele.
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Processo, bloqueio de bens e leilões
O Grupo João Santos já enfrenta ações na justiça devido a este caso. O Ministério Público do Trabalho de Pernambuco (MPT-PE) ajuizou ação cautelar contra várias empresas do grupo para garantir o pagamento a 4 mil trabalhadores em 2016, junto ao bloqueio de alguns bens.
No mês de novembro do mesmo ano, outra ação foi movida, determinando o leilão de um terreno do grupo, localizado no bairro da Imbiribeira, no Recife. O terreno, leiloado junto a outros dois imóveis, foi arrematado pelo valor de R$ 21,1 milhões. No mês de agosto, outros quatro imóveis que pertencem ao Grupo João Santos, localizados na Rua da Aurora, na Rua do Brum e no bairro da Boa Vista, foram a leilão devido a uma ação movida pelo Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (TRT-6).
De acordo com Oreb Francisco da Silva, que ainda está vinculado a uma das empresas mantidas pelo grupo, existe uma manobra realizada pelos empresários para evitar perder mais bens de grande valor. “Desde que o Ministério Público do Trabalho determinou o leilão desse bem de grande porte, o grupo vem oferecendo bens de menor valor para leilão, para que a justiça não decida pela busca e apreensão de bens de maior valor. Tem gente com muito tempo de salário atrasado, tem valores de FGTS muito abaixo do que é devido, sem pagamento de férias, sem equipamentos de segurança. Estamos passando necessidade e queremos uma resposta do ministério, do governador, de quem quer que seja, pois a nossa situação é crítica” declarou ele.
O LeiaJá entrou em contato telefônico com o Grupo João Santos em busca de posicionamento a respeito dessa questão. No entanto, após encaminhamento para o setor responsável pela comunicação, fomos informados que o setor de comunicação desconhece a informação do protesto.
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