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A 7ª edição do Festival Janela de Cinema acaba neste domingo (2), com a exibição do longa pernambucano Sangue AzulNesta tarde foi divulgada a lista dos vencedores do festival, que teve público recorde em 2014, totalizando mais de 17 mil pessoas.

Entre os longas-metragens, o prêmio principal foi para A Professora do Jardim de Infância (Haganenet , Israel /França, 2014), de Nadav Lapid. O pernambucano Gabriel Mascaro (Ventos de Agosto) foi escolhido melhor diretor; Jauja (Argentina/França, 2014), ganhou melhor imagem; Maurício d' Orey (Ventos de Agosto), melhor som; o prêmio de melhor montagem foi para Nina Galanternick e Karen Sztajnberg, por Casa Grande, dirigido por Fellipe Barbosa. O júri foi formado pelo curador do Wexner Center for the Arts (Ohio) Chris Stults, o produtor pernambucano João Vieira Jr (REC Produtores Associados) e o crítico paulista José Geraldo Couto.

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O Prêmio João Sampaio para Filmes Finíssimos que Celebram a Vida, distinção especial do evento que homenageia o crítico baiano falecido em 2014, foi conquistado pelo longa cearense A misteriosa morte de Pérola, de Guto Parente e Ticiana Augusto Lima. O grande vencedor entre os curtas-metragens do Brasil foi o mineiro Quinze, de Maurílio Martins. O júri de curtas nacionais foi formado por Barbie Heussinger (German Films), Rafael Ciccarini (curador, professor e pesquisador) e Nara Normande (diretora e curadora). 

Entre os demais vencedores: Nua por Dentro do Couro (MA), de Lucas Sá, venceu na categoria melhor imagem; O Bom Comportamento (RJ), de Eva Randolph, melhor som; A Era de Ouro (CE), de Leonardo Mouramateus, venceu como melhor montagem e O Lugar Mais Frio do Rio, de Madiano Marcheti, recebeu menção honrosa.

Na competição internacional de curtas, com júri formado por Michael Gibbons ((Lincoln Center/Nova York), Karen Black (Cachaça Cinema Clube/RJ) e Roberta Veiga (Revista Devires/MG), destacou-se o alemão A Galinha (The Chicken) de Una Gunjak, como o melhor exibido no evento. O prêmio de melhor montagem foi para Redenção (Redemption, Portugal, França, Alemanha e Itália, 2013), de Miguel Gomes; melhor som para A rainha (La Reina, Argentina, 2013), de Manuel Abramovich; e a melhor imagem para Bens Abandonados (Abandoned goods, Reino Unido, 2014), de Pia Borg e Edwar Lawrenson.

Antes do anúncio do Prêmio ABD/APECI (Associação Brasileira de Documentaristas e Curta-Metragistas - Seção Pernambuco/ Associação Pernambucana de Cineastas), Pedro Severien (presidente da entidade), lançou uma carta pela digitalização do Cinema São Luiz, assinada pelos realizadores presentes e público do festival para ser entregue ao Governo do Estado já nesta segunda-feira (3).

Confira a lista completa de premiados:

Competição de longas

(Júri: Chris Stults, João Vieira Jr e José Geraldo Couto) 

Melhor longa: A Professora do Jardim de Infância (Haganenet , Israel /França, 2014), de Nadav Lapid

Melhor Direção: Gabriel Mascaro, por Ventos de Agosto (PE, 2014)

Melhor Imagem: Jauja (Argentina/França, 2014), de Lisandro Alonso

Melhor Som: Maurício d´Orey, por Ventos de Agosto (PE, 2014), de Gabriel Mascaro

Melhor Montagem: Nina Galanternick e Karen Sztajnberg, por Casa Grande (RJ, 2014), de Fellipe Barbosa 

 

Competição Nacional de Curtas

(Júri: Barbie Heussinger, Rafael Ciccarini e Nara Normande) 

Melhor curta: Quinze (MG, 2014), de Maurílio Martins

Melhor imagem: Nua por Dentro do Couro (MA, 2014), de Lucas Sá

Melhor som: O Bom Comportamento (RJ, 2014), de Eva Randolph

Melhor montagem: A Era de Ouro (CE, 2014), de Leonardo Mouramateus

Menção honrosa: O Lugar Mais Frio do Rio, de Madiano Marcheti

 

Competição Internacional de Curtas

(Júri: Michael Gibbons, Karen Black e Roberta Veiga) 

Melhor Filme: A Galinha (The Chicken, Alemanha, 2014), de Una Gunjak

Melhor Montagem: Redenção (Redemption, Portugal, França, Alemanha e Itália, 2013), de Miguel Gomes

Melhor Som: A rainha (La Reina, Argentina, 2013), de Manuel Abramovich

Melhor imagem: Bens Abandonados (Abandoned goods, Reino Unido, 2014), de Pia Borg e Edwar Lawrenson

 

Prêmio João Sampaio para Filmes Finíssimos que Celebram a Vida

A misteriosa morte de Pérola (CE), de Guto Parente e Ticiana Augusto Lima

 

Prêmio Aquisição Canal Curta! (R$ 5 mil)

A Era de Ouro (CE), de Leonardo Mouramateus 

 

Prêmio Janela Crítica

Curta nacional: La llamada (SP), de Gustavo Vinagre

Curta estrangeiro: Oh Lucy (Japão), de Atsuko Hirayagi

Longa: A misteriosa morte de Pérola (CE), de Guto Parente e Ticiana Augusto Lima

 

Júri ABD/APECI (curtas nacionais)

(Júri: Gabi Saegesser, Mauricio Correia e Roberto Azoubel)

1º lugar: Quinze (MG, 2014), de Maurílio Martins

2º lugar: Noites traiçoeiras (PE, 2014) de João Lucas

 

Prêmio FEPEC - Federação Pernambucana de Cineclubes

(Júri: Pietro Félix, Gabriela Saldanha e Fabiana Maria) 

Melhor Filme Para Reflexão: Si no se puede bailar, esta no es mi revolución (SP/Cuba, 2014), de Lillah Hallah

Num encontro com o repórter, durante a Semana dos Realizadores, no Rio, Guto Parente confessou-se feliz com a acolhida a Doce Amianto. O filme que estreia nesta sexta-feira (13), integrou a seleção da Mostra Aurora em Tiradentes, em janeiro. Passa-se no meio do travestismo, contando a história de uma mulher - representada por um homem (o codiretor Uirá dos Reis) -, carente de afeto, que busca um parceiro que a aceite como é. Guto, do coletivo Alumbramento, de Fortaleza - os irmãos Pretti e os primos Parente -, tomou como um elogio o cumprimento de um colega cineasta, Eryk Rocha.

"Depois da sessão, o Eryk me abraçou me chamando de irmão e dizendo que eu havia soltado a franga." A 'viadagem', com todo respeito, é estética. Sempre quis fazer um filme com cores extravagantes e ângulos bizarros, jogando com as possibilidades de movimentação da câmera. Na Alumbramento, a gente gosta muito de experimentar, mas tem de ter uma base. E eu finalmente encontrei a história para dar vazão ao que pode parecer loucura, mas não é."

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Em Tiradentes, Doce Amianto já havia provocado desconforto. Ante reações positivas, até membros do júri rompiam o isolamento e perguntavam - "Mas você gostou mesmo? Jura?" É um filme que produz estranhamento. Entra no dia em que também estreia Um Estranho no Lago, de Alain Guiraudie. Não tem nada a ver, como em princípio também não tem com Tatuagem, de Hilton Lacerda. Mas são todos filmes que propõem (diferentes) representações do mundo gay e do travestismo.

Vamos logo aos fatos, para você não perder tempo - Doce Amianto tem uma cena de sexo hard. Os caras transaram de verdade. E embora noções como prostituição e espetáculo sejam associadas ao travestismo, Guto esclarece que a intenção foi sempre outra, mais intimista. "A gente nunca questionava se era um homem ou uma mulher. A questão do afeto tinha preferência sobre o gênero." Em seus filmes solos, Guto Parente tem manifestado um interesse particular pelos aspectos plásticos do cinema. A luz, o quadro, a cor são elementos que o fascinam e são exacerbados em Doce Amianto.

O filme inspira-se no poema que Uirá dos Reis escreveu para um amigo que se suicidou. Só que houve, digamos, um deslocamento na passagem para a tela. Blanche, que seria o amigo morto, vira a fada madrinha de Amianto, a protagonista. Blanche invade os sonhos de Blanche, quando não a assombra, e tudo como forma de consolação. Pois Amianto sofre com suas angústias e o isolamento. É uma personagem instável e Guto concorda - o próprio filme desestabiliza-se, implodindo em estéticas (e gêneros).

Já havia esse excesso em Dizem Que os Cães Veem Coisas, mas aqui ele é mais orgânico na definição da personagem (e de sua história). A questão que se coloca é simples - Doce Amianto tira o público da sua zona de conforto. Nem Amianto nem a estética do filme são moldadas na conformidade. Mas o desespero, por momentos, é genuíno.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Entre os dias 22 e 26 de outubro será realizado o Recifest – Festival de Cinema da Diversidade Sexual, primeiro evento local dedicado a filmes de temática LGBTT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais). O festival, que acontecerá no Cinema São Luiz, vai ter sua programação completa anunciada na próxima terça-feira (15).

Para esta primeira edição, a curadoria formada pelo diretor Ricky Mastro e pelo produtor Alexandre Taquary selecionou títulos nacionais e estrangeiros. Haverá também competição de mostras, e os melhores filmes vão receber troféus confeccionados pela estilista Xuruca Pacheco. A programação do festival vai contar também com premiações e oficinas e debates sobre o assunto.

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Duas obras de ficção estão confirmadas para a abertura e encerramento do festival, com a presença dos realizadores. O filme paraibano Tudo o que Deus criou, de André Costa Pinto, trata da história de um jovem que precisa assumir uma família enquanto passa por um conflito de identidade. A outra obra é dos cearenses Guto Parente e Uirá dos Reis, intitulada Doce Amianto, que conta a história de uma travesti que sente-se abandonada por seu amor.

Realizado pela Associação Cultural Bondosa Terra, o Recifest conta com o patrocínio da Fundarpe/Governo de Pernambuco, através do edital de fomento do Funcultura Audiovisual, e tem como homenageados o ator e produtor Rutílio de Oliveira (1959-2012), idealizador do Recifest, e o coletivo Angu de Teatro, que completa dez anos e fará o cerimonial do evento.

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