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Há 70 anos, em 01 de setembro de 1952, o escritor norte-americano Ernest Hemingway (1899-1961) publicou pela primeira vez o livro “O Velho e o Mar”, um dos seus títulos mais emblemáticos, cujas mensagens giram em torno do valor da amizade, resiliência, esperança e respeito aos mais velhos. A obra venceu o Prêmio Pulitzer em 1953 e, no ano seguinte, também o Nobel de Literatura.

“Apesar de celebrar 70 anos de produção, este livro é considerado atemporal porque fala de temas que continuam atuais. O protagonista da história, o pescador Santiago, como toda pessoa de idade, sente o peso dos anos e começa a duvidar da sua capacidade em continuar pescando. Ele já está há 84 dias sem pescar qualquer peixe, mas sempre incentivado pelo jovem Manolin, ele não desiste. Isso é atemporal, a importância do incentivo de outra pessoa, a fé que outros depositam na nossa capacidade, quando não acreditamos em nós mesmos. Além de atemporal é também universal”, explica Miriam Bevilacqua, jornalista, escritora, dramaturga, mestre e doutora em literatura

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Não deixa de ser curioso que nos anos 1950, Hemingway tenha sido considerado por parte da crítica especializada como um escritor “acabado”. Morando em Cuba há dez anos, não publicava nada desde seu último romance de sucesso, “Por quem os sinos dobram” (1940). Uma década mais tarde, seu retorno literário com “Na outra margem, entre as árvores” (1950) foi mal recebido pelo público e pela crítica. As constatações de que se tratava de um romance muito emocional, estático e sem a precisão da característica de Hemingway o dedicou a escrever sua “obra-prima”. Apesar da brevidade narrativa, a história do protagonista tem sido interpretada como uma metáfora do processo artístico do autor e da própria condição humana.   

Hemingway opta por uma narrativa mais objetiva, com pouca descrição, seja de cenário ou de personagens. Seus livros têm mais ação e pouca digressão, então, no geral, não é um escritor difícil. “O escritor acreditava que não precisava entregar todos os detalhes na narrativa e que cabe ao leitor enxergar embaixo do iceberg, o que ele costumava chamar de teoria do iceberg”, ressalta Bevilacqua.

Telespectadores mais atentos da novela Pantanal já perceberam que, em alguns capítulos, "O Velho e o Mar" aparece nas mãos da protagonista Juma, que lê o livro. “Em um país em que se lê tão pouco como o Brasil, quanto mais a televisão falar de livros melhor será para estimular a leitura. Mostrar um personagem interessado no livro é importante para instigar a curiosidade sobre a obra e também para passar a mensagem de que a leitura deve estar inserida na vida diária”, expõe Bevilacqua sobre a importância do livro ser mencionado no remake da TV Globo. 

 

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