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Uma coleção para se ver com a mão. Assim é o verão 2015 de Alexandre Herchcovitch. O estilista, que se inspirou em Marilyn Monroe, fez uma de suas coleções mais sofisticada e detalhistas. "Buscamos imagens da Marilyn em situações fora de cena, em que ela está chegando ao ser, está indo embora, em ocasiões mais cotidianas", explicou o estilista, que abriu nesta terça-feira (1), o segundo dia de desfiles da São Paulo Fashion Week.

"Este é um tema difícil, que pode cair no óbvio facilmente, pois quando a gente pensa em Marilyn, já vem uma ideia de imagem à cabeça. Já vimos tantas cenas dela", comentou Herchcovitch. O estilista e sua equipe cumpriram com mestria a tarefa de desobstruir a imagem do ícone Marilyn Monroe. Em uma coleção que variou desde opções mais casuais, como o duo de saia lápis azul e bolero jeans, até vestidos de noite, o estilo da diva esteve presente em cada detalhe.

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Destaque para o trabalho impecável de aplicação de cristais em peças que ganhavam brilho não só na parte exterior como também no forro. Diz o ditado que é pelo avesso que uma roupa revela sua alma. E a coleção feminina de Herchcovitch revelou uma alma sofisticada, que preza atenção a cada detalhe. Outro ponto forte são os loja de neoprene em que cristais foram literalmente encravados no tecido. O trabalho de drapeado nos vestidos, alguns acentuados somente nas costas, é impecável. Por fim, o 'estudo sobre os laços' trouxe uma nova forma de usar a alta costura a favor da mulher.

Os grandes laços parecem ser desconstruídos para virar grandes mangas e até xales de noite. "Reparo muito em como a mulher muitas vezes escolhe muito bem um vestido, mas acaba cobrindo-o com uma peça qualquer. É importante esta escolha do que sobrepor", comentou o estilista, que nunca havia trabalhado mangas e casacos como desta vez. Há, aliás, muitas opções de casacos, no melhor estilo anos 60. Atenção para os que chegam com inspiração no militarismo, fruto da observação das cenas em que Marilyn era fotografada logo após fazer shows em bases militares norte-americanas. "Ela se cobria com um casacão de algum oficial, assim descuidadamente", explica Herchcovitch.

Estes momentos dos bastidores da vida de Marilyn ganham interpretação muito contemporânea nesta coleção, que prima pela pesquisa de formas, tecidos e costura.

Alexandre Herchcovitch não quis nem discutir. "Moda é uma expressão cultural como qualquer outra. Não há mais o que falar sobre isso", disse. E, em seu desfile, que abriu ontem, 29, o segundo dia da São Paulo Fashion Week Outono-Inverno 2004, levou a cultura de sua moda à cúpula do Teatro Municipal.

Ao som Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo, que se apresentou ao vivo, o estilista mostrou uma impecável coleção inspirada na underwear feminina, mais precisamente as românticas camisolas do século 18. Como contraponto ao romantismo dos bordados, da renda e das cores suaves, o estilista trouxe a alfaiataria masculina, que foi desconstruída e reestruturada em casacos que se transformaram em vestidos, ganhando versões mais contemporâneas.

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A linha de inverno passeia pelo romantismo, tem ar poético e de época, apostando em algodão, malha, lã e até em tecidos nobres como o cashmere e a renda. Se depender de Herchcovitch, o inverno vai ser delicado e leve, em tons de branco, bege, off white, cinza claro, passando pelo magenta e chegando ao preto.

Já a coleção que pretende apresentar com o apoio do incentivo fiscal, por meio da Lei Rouanet, e que vai abordar o movimento da antropofagia cultural brasileira, ainda é plano para o futuro. "Quando eu conseguir o patrocínio, será realizado o desfile. Nem comecei ainda o processo de busca de apoio. Mas será o caminho normal, de ir atrás e, então, realizar", declarou o estilista.

O segundo desfile do dia, da Acquastudio, também teve apelo retrô e propôs o retorno da elegância da década de 1940. A estilista Esther Bauman criou silhuetas marcadas, formas ajustadas e alongadas para sua coleção de inverno. Quando criou a coleção, a estilista pensou em uma mulher feminina e forte, sexy e com estilo. Destaque para os bordados em pedraria feitos à mão em formato geométrico, que dedicam brilho às peças, e os florais e abstratos em linhas. Na cartela de cores, preto, vermelho, cinza e rosa claro.

Já Fernanda Yamamoto foi buscar nos anos 50 a influência certa para criar um inverno em que a feminilidade retrô encontra as artes plásticas. O resultado foi uma coleção rica em formas, imagens, cores e padronagens. Para esta coleção, a estilista pensou em silhuetas mais alongadas, como nos casacos, vestidos e saias godês de cintura alta e bem marcada. Fernanda brincou com a mistura de tecidos, recortes, sobreposições e volumes. Destaca-se o tecido que nasceu a partir de um desenho de canetinha, giz, lápis de cor e de cera, criado pela própria estilista.

O quarto desfile do dia, Vitorino Campos, também trouxe uma coleção baseada em formas amplas e soltas. Minimalista, o jovem estilista, que molhou a passarela por onde as modelos desfilaram sua linha de inverno - talvez em uma alusão à Pauliceia chuvosa -, apostou em uma moda sensual e bem estruturada. Camisas em manga curta sempre brancas ganharam remendos coloridos e com pedrarias para quebrar o ar de seriedade. As saias lápis marcam a cintura, alongam-se até o joelho e ganham sensualidade fendas que se estendem até o as coxas em um zíper aberto. Destaque para o trabalho de texturização, em que flores surgem a partir de círculos retorcidos em plástico.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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