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Com gravuras tão delicadas como rendas e pinturas em cera, a artista húngara Tunde Csuhaj mantém a tradição ancestral de decorar ovos de Páscoa.

Como a Ucrânia e a Romênia, a Hungria tem uma longa tradição neste campo e Csuhaj, de 67 anos, trabalha nessa arte o ano todo, em uma oficina em Szekszard, 150 quilômetros ao sul de Budapeste.

"Depois de 30 anos de amor, agora nos conhecemos muito bem, o ovo e eu", brinca a enérgica artista, mostrando à AFP seu ateliê.

"Se eu cometer um erro e o ovo quebrar, será tão doloroso para mim quanto para ele", diz, meio séria.

Esta húngara começou pintando de acordo com a tradição "Sarkoz", nascida numa região vizinha, mas rapidamente desenvolveu o seu próprio estilo gravando e esculpindo as cascas com uma mini furadeira manual.

Faisão, galinha, ema e até avestruz... qualquer ave pequena ou grande fornece sua delicada matéria-prima.

Mas os ovos de ganso, segundo ela, continuam "os mais adequados, porque têm uma grande superfície, uma casca sólida e são brancos, o que é importante para colorir e desenhar detalhes em miniatura".

Depois de esvaziar o ovo de seu conteúdo através de minúsculos orifícios feitos com um alfinete, ela o limpa e seca, antes de fazer desenhos a lápis fino.

Em seguida, usando uma pequena caneta-tinteiro, ela o pinta delicadamente com cera quente, um método chamado "batik".

A casca é imersa em uma solução química que dissolve as partes não cobertas com cera.

A cera é então removida com uma escova de dente, sob uma torneira de água morna, deixando apenas o corante. Para criar o efeito de renda, os furos são feitos no último momento.

No ateliê modesto, as obras são expostas como joias em vitrines giratórias e apresentam cenas de contos de fadas e lendas, animais, símbolos religiosos e figuras geométricas complexas.

"Todos os meus designs são diferentes", orgulha-se Tunde Csuhaj, que nutre um carinho especial por aqueles que evocam "o retorno da primavera".

Não é de surpreender que esse nível de detalhe leve dias de esforço e seja impossível concluir mais de cem produções por ano.

Desde a década de 1990, a artista participa regularmente de exposições na Europa Ocidental e suas obras são populares entre os colecionadores, que apreciam seu estilo único.

"Eu não as assino, e mesmo assim todo mundo sabe quem as fez", declara com orgulho.

Embora ela não tenha podido viajar este ano devido às restrições impostas pela pandemia de Covid-19, os pedidos de clientes a mantêm ocupada.

"Um bombeiro recentemente me pediu para pintar seu caminhão, eu faço o que deixa as pessoas felizes", conclui ela com um sorriso.

A atriz húngara Zsa Zsa Gabor morreu neste domingo, após sofrer um ataque cardíaco, anunciou seu marido.

Muito emocionado, Frederic von Anhalt informou à AFP que Zsa Zsa morreu em casa, cercada por amigos e pela família. "Todos estavam lá. Ela não morreu sozinha."

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Cerca de vinte ônibus com migrantes chegaram da Croácia à fronteira húngara, em Beremend, enquanto a Hungria acusou o país vizinho de incitar os migrantes a violar a lei. A operação repete o mesmo esquema: os ônibus croatas passam pela fronteira, os passageiros desembarcam e são transferidos para ônibus húngaros.

Os migrantes são conduzidos a centros de registro em Szentgotthard, ao sudoeste, e em Vamosszabadi, a oeste, duas cidades próximas da fronteira austríaca, de acordo com um porta-voz da agência nacional MTI.

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Um correspondente da AFP contou cerca de 30 ônibus na fronteira, cada uma com sessenta migrantes a bordo, incluindo mulheres e crianças. Um cerco policial com 200 agentes e 50 soldados húngaros guarda a fronteira, que Budapeste queria fechar ao fluxo de migrantes.

Pouco antes, Zagreb confirmou ter começado o roteamento de migrantes do Oriente Médio em seu território para a fronteira com a Hungria, dizendo-se "saturado" com a chegada de mais de 15.000 refugiados nas últimas semanas.

O fluxo de migrantes começou a distanciar-se para a Croácia esta semana, depois do fechamento por Budapeste na terça-feira de sete de suas oito passagens fronteiriças com a Sérvia, onde dezenas de milhares de refugiados haviam transitado nas últimas semanas.

Partidário de uma política dura em relação aos refugiados, o governo húngaro começou a implantar uma cerca de arame farpado ao longo de sua fronteira com a Croácia, depois de ter feito o mesmo neste verão ao longo de 175 km de sua fronteira com a Sérvia.

Neste contexto, o ministro húngaro de Relações Exteriores, Peter Szijjarto, acusou a Croácia de incitar os migrantes, presentes em seu território, a violar a lei, conduzindo-os à fronteira com a Hungria, que cruzam de maneira ilegal.

"Em vez de respeitar as regras em vigor na UE, incitam as massas a violar a lei, já que cruzar ilegalmente uma fronteira é violar a lei", declarou Szijjarto em Belgrado, após uma reunião com seu colega sérvio Ivica Dacic e com o ministro sérvio do Interior, Nebojsa Stefanovic.

"O governo croata, de forma contrária às regras em vigor no seio da União Europeia, está levando os migrantes à fronteira com a Hungria em vez de assegurar a eles uma casa e responder as suas necessidades", declarou o chefe da diplomacia húngara.

Szijjarto desmentiu a existência de um acordo com as autoridades croatas sobre o transporte de migrantes da fronteira húngara até a Áustria. "Os policiais afirmam que existe um acordo com o ministério húngaro do Interior, mas é falso, nunca fechamos semelhante acordo. Pedimos ao governo croata que pare de propagar informações falsas", insistiu o ministro.

A decisão da Croácia de fechar sua fronteira mantém a pressão sobre a União Europeia, que voltará a se reunir na próxima semana para tentar superar suas divergências e dar uma resposta eficaz a esta crise.

A cinegrafista húngara que aparece em um vídeo chutando migrantes que haviam acabado de atravessar a fronteira do país afirmou nesta sexta-feira (11) que entrou em "pânico", e lamentou sua atitude.

"Quando assisto o vídeo hoje, não me reconheço. Lamento sinceramente o que fiz, e assumo a responsabilidade", afirma a cinegrafista Petra Laszlo em uma carta publicada no site do jornal húngaro Magyar Nemzet.

"Entrei em pânico. Não sou uma cinegrafista racista e sem coração", completa a mulher de 40 anos, que foi interrogada pela polícia na quinta-feira como parte de uma investigação criminal aberta pela justiça húngara.

As imagens de Petra Lazlo dando chutes nos migrantes e dando uma rasteira em outros, incluindo crianças, provocaram repúdio na Hungria e no exterior, no momento em que o país é criticado por sua atitude a respeito dos migrantes.

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O N1TV, canal de televisão ligado à extrema-direita para o qual a cinegrafista trabalhava, anunciou sua demissão de maneira imediata por comportamento "inaceitável".

"Estava filmando quando centenas de refugiados romperam o cerco policial. Um deles tropeçou em mim e entrei em pânico", tenta explicar na carta, em sua primeira reação pública. "Como mãe, lamento que tenha sido uma criança a esbarrar em mim, e que eu não tenha percebido", completa. "Estou abalada com o que fiz, mas também com o que fizeram comigo", acrescenta no texto.

Um "muro da vergonha" em una página do Facebook, que inclui fotos, vídeos e comentários sobre o incidente, recebeu a adesão de milhares de internautas. "Não mereço esta caça às bruxas, nem as calúnias, nem as ameaças de morte", afirma a jornalista.

"Sou apenas uma mulher, hoje mãe desempregada, com filhos pequenos, que tomou uma decisão ruim em um momento de pânico".

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As imagens da cinegrafista da tv húngara passando uma rasteira e chutando migrantes que fugiam da polícia perto da fronteira da Hungria com a Sérvia rodaram o mundo e causaram indignação.

Uma pagina criada no Facebook com o nome de "Muro da Vergonha" mostra fotos, vídeos e comentários relacionados a imagens envolvendo a jornalista Petra Laszlo, e até o início da tarde desta quarta-feira já havia recebido 16.000 curtidas. "Você é uma desonra para nossa profissão", afirma um internauta.

Dois pequenos partidos opositores húngaros apresentaram uma queixa policial contra Laszlo, logo depois que as imagens começaram a circular nas redes sociais, na noite de terça-feira.

As imagens mostram centenas de migrantes correndo através de um cordão policial perto da fronteira com a Sérvia. Cercada por colegas de profissão, Laszlo faz com que um homem que carrega uma criança tropece e chuta um outro menino que passa correndo.

Circulam informações de que a cinegrafista, que foi demitida depois do ocorrido, teria trabalho para um canal de televisão a cabo ligado ao partido de extrema-direita Jobbik.

"Laszlo só chutava os estrangeiros e mais ninguém, incluindo um menino, que claramente era um solicitante de asilo", afirmou Aniko Bakonyi, do grupo de defesa dos Direitos Humanos Comitê Húngaro de Helsinque.

Até o momento, Laszlo não fez comentários a respeito destas críticas.

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