A Igreja Renascer em Cristo teve, novamente, as contas bloqueadas pela Justiça, em razão de uma dívida contratual calculada em cerca de R$ 7,8 milhões. Em junho deste ano, a instituição teve imóveis leiloados em um pregão eletrônico, para pagar uma outra dívida associada a aluguéis em atraso. A nova decisão foi tomada pela juíza Daniella Greco Lemos, frente a um processo datado em 2022 e aberto pela Arapian Empreendimentos Imobiliários. A informação é do UOL.
A Arapian teria alugado à igreja, em 2001, um imóvel em São Mateus, na Zona Leste de São Paulo, para a instalação de um templo. O valor da dívida, acrescido de juros, correção monetária e multas, inclui também o ressarcimento por danos materiais. Ao longo dos últimos 21 anos, as partes entraram em acordo diversas vezes, mas a Renascer não conseguiu cumprir os prazos acertados para pagamento, mesmo tendo obtido revogação durante o período pandêmico.
##RECOMENDA##De acordo com a reportagem, a Renascer disse à Justiça que o bloqueio das contas bancárias é uma decisão equivocada que pode prejudicar seu trabalho social. "A Igreja utiliza grande parte ou quase a totalidade de seus recursos para servir e ajudar a sociedade carente", afirmou o advogado Rodrigo Sayeg, que representa a casa religiosa, em petição anexada ao processo.
Rodrigo chamou o cálculo da dívida de superestimado e que a pendência deve ser considerada prescrita pelo tempo de inatividade da imobiliária diante do processo. A Arapian respondeu que jamais abandonou a cobrança, e que a Renascer "pretende se beneficiar da sua própria torpeza". O recurso ainda não foi analisado. A instituição foi fundada em 1986, pelo apóstolo Estevam Hernandes, e é uma das organizadoras da Marcha para Jesus.
Histórico de dívidas
Em março de 2022, a Justiça de São Paulo bloqueou as contas bancárias da Igreja Renascer em Cristo em razão de uma dívida no pagamento do aluguel de um templo na Vila Andrade, na Zona Sul da capital. O processo foi movido pelas empresas Nova Dengucho e Nova Munin, que cobram uma dívida calculada em R$ 761,7 mil.
No último mês de junho, o Tribunal paulista também determinou que quatro imóveis da igreja sejam mandados para leilão, através de pregão eletrônico. Os bens são estimados em R$ 26,5 milhões, o que a defesa também havia considerado “excesso de penhora”, mas a argumentação não foi considerada pelo juiz. O processo foi aberto pela empresa Pole Comércio de Veículos, que cobra da igreja uma dívida estimada em R$ 1,6 milhão em aluguéis vencidos. A igreja ainda pode recorrer.