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As boates da Catalunha e das Ilhas Baleares, duas das regiões mais turísticas de Espanha, vão reabrir as suas portas na sexta-feira (8), embora para entrar seja necessário apresentar o passe de saúde, mecanismo ainda descartado em nível nacional.

Fechadas há um ano e meio, as boates do arquipélago mediterrâneo das Baleares - que inclui a popular Ibiza, centro mundial dos clubes noturnos - voltarão a receber clientes com capacidade máxima de 75%.

"As boates estão de volta, com acesso seguro", comemorou o governo regional no Twitter, após obter há poucos dias a autorização da Justiça para exigir o passe sanitário, como se fez na Catalunha. Este documento atesta a imunização, ou a ausência da Covid-19.

"Quem quiser acessar esses estabelecimentos", como discotecas e karaokês, "deverá apresentar algum dos certificados fornecidos em formato digital, ou papel", afirmou nesta quinta-feira (7) o Tribunal Superior de Justiça desta região do nordeste do país, atendendo à solicitação do Executivo catalão para implementar a medida.

Nesta dinâmica região mediterrânea, as casas noturnas poderão reabrir com uma capacidade máxima de 70% em ambientes internos e externos. O uso de máscara continuará a ser obrigatório, como nas Ilhas Baleares, exceto para beber, enquanto o consumo continuará a ser proibido na pista de dança.

Com uma taxa de incidência agora de 80,92 casos por 100.000 habitantes nas últimas duas semanas - superior à média nacional de 50,96 -, a Catalunha foi o epicentro na Espanha da quinta onda da pandemia em julho passado.

Para fazer frente a essa explosão de casos, principalmente entre jovens ainda não vacinados e que se deu após uma breve reabertura das boate, o governo catalão decidiu fechar novamente essas casas no início de julho. Também reintroduziu o toque de recolher noturno, mas a Justiça ordenou que fosse suspenso em meados de agosto.

Na Espanha, onde a saúde é uma responsabilidade regional, a maioria das medidas de combate à pandemia são tomadas em nível local.

Desde o final de julho, apenas a Galícia (noroeste) pedia a apresentação do certificado de vacinação, ou teste negativo para acesso a hotéis, ou bares.

Na região de Madri, porém, as boates nunca fecharam completamente desde o fim da primeira onda da pandemia, embora funcionem, na prática, como bares, ou restaurantes. Dançar ainda é proibido.

Um dos países mais avançados em sua campanha de vacinação, com 87,4% de sua população com mais de 12 anos com o esquema completo, a Espanha descarta por enquanto a ideia de exigir um passe sanitário para acessar lugares com público, ao contrário de França, ou Itália, por exemplo.

As autoridades espanholas, que tinham anunciado nesta segunda-feira (4) ter encontrado onze corpos sem vida em frente à costa das Ilhas Baleares, corrigiram à noite o balanço e informaram que 14 pessoas foram socorridas com vida e que por enquanto não foi localizado nenhum falecido.

"Catorze pessoas" que viajavam a bordo de uma embarcação precária que levava migrantes "foram resgatadas com vida. Nenhuma vítima fatal foi localizada no momento", informou a Delegação do Governo nas Baleares.

Os serviços de resgate continuam com os trabalhos de busca de três pessoas que poderiam ter estado a bordo da mesma "embarcação tipo balsa", que costumam ser usadas pelos migrantes para cruzar o Mar Mediterrâneo.

Os ocupantes do barco afirmaram que este levava 17 pessoas a bordo e que algumas delas se jogaram ao mar, explicou a delegação do governo.

Dos resgatados, três foram encontrados no mar e socorridos por helicópteros, enquanto outros nove foram encontrados a bordo da embarcação. Outros dois foram resgatados "em um iate, cujos tripulantes são os que deram o aviso de avistamento ao Salvamento Marítimo", acrescentou a fonte.

"Não foi localizada nenhuma vítima fatal por enquanto", reforçou a delegação em seu comunicado.

À tarde, a delegação tinha informado em um primeiro momento que haviam sido encontrados "uns 17" corpos pouco após as 11h de Brasília, por um veleiro "a oeste da ilha de Cabrera". Mais tarde, comunicou um "balanço provisório" de "três pessoas resgatadas e 11 corpos recuperados".

Marga Morcillo, da Cruz Vermelha, disse à AFPTV que a organização atendeu 11 pessoas, todos homens, "a maioria deles argelinos" e especificou que três deles foram levados ao hospital por "queimaduras significativas, desidratação e ferimentos".

"Nos disseram que estavam no mar havia 12 dias e que eram 17 [a bordo], e não temos mais informações no momento", acrescentou.

- 2021, o "ano mais mortal" -

Esta tragédia se soma ao crescente número de naufrágios registrados nesta área da costa espanhola nos últimos meses. Após o reforço dos controles no Estreito de Gibraltar, que separa a Espanha de Marrocos, a rota migratória que parte da Argélia pelo Mediterrâneo passou a ganhar força, segundo ONGs e autoridades.

Em meados de setembro, foram encontrados os corpos de oito migrantes que saíram da Argélia ou de Marrocos, incluindo o de uma criança, nas praias da província de Almería, no sudeste.

Na semana passada, uma mulher argelina grávida e seus cinco filhos foram resgatados na costa de Alicante, um pouco mais ao norte, onde em poucas horas 91 migrantes chegaram da Argélia em seis barcos, de acordo com equipes de emergência.

No total, 13.320 migrantes alcançaram as costas da Espanha ou das Ilhas Baleares entre janeiro e o fim de setembro, 19% a mais que no mesmo período do ano anterior, segundo os últimos dados do Ministério do Interior.

Outras 13.118 pessoas chegaram ao arquipélago atlântico das Canárias, mais do que o dobro das 6.124 chegadas no mesmo período de 2020.

A Organização Internacional para as Migrações (OIM) considera 2021 "o ano mais mortal da rota migratória para a Espanha", já que pelo menos 1.025 pessoas perderam a vida em sua jornada ao país ou às Ilhas Canárias e Ilhas Baleares.

Com um 16 mil novos casos de coronavírus registrados desde a sexta-feira (14), autoridades da Espanha decidiram ampliar as localidades onde passarão a valer regras mais rígidas de isolamento.

A partir de agora, festas em piscinas e em barcos serão proibidas em Maiorca e Ibiza, nas Ilhas Baleares espanholas. O novo surto localizado ocorre dois meses depois de o país abrir as portas aos turistas. De acordo com as autoridades de saúde, a região passou a registrar uma média de 100 casos diários nas últimas duas semanas.

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Segundo a governadora das Ilhas Baleares, Francina Armengol, as ações são necessárias. "Existem jovens e pessoas de todas as idades que contraem o vírus", disse Armengol. "Todo mundo está em risco."

O governo local adotou uma linha dura na batalha contra o vírus, com multas que variam de € 100 (cerca de R$ 650) por sair de casa sem máscara até € 600 mil (quase R$ 4 milhões) para aqueles flagrados organizando festas ilegais.

Além disso, no mês passado, após a divulgação das imagens de turistas festejando nas ruas, desrespeitando as regras sobre o uso de máscaras e o distanciamento social, o governo regional decidiu pelo fechamento de lojas, bares e restaurantes por dois meses na avenida principal de Magaluf e duas outras ruas populares em Maiorca.

A Espanha é o país da Europa Ocidental com mais infecções por coronavírus, com quase 343 mil. Sua taxa de infecção nas últimas duas semanas é de 115 casos por 100 mil habitantes, bem acima dos 45 na França, 19 no Reino Unido e 16 na Alemanha. Mais de 28 mil pessoas morreram por causa da doença.

Apesar do risco de uma nova onda de infecções, no domingo ao menos 2,5 mil pessoas fizeram um protesto de Madri contra as medidas do governo. Com faixas que diziam "o vírus não existe" ou "máscaras matam", pessoas se reuniram em uma praça central da cidade. Os manifestantes disseram que o número de casos relatados pelas autoridades é exagerado.

O governo prometeu multar os manifestantes - eles não usavam máscaras. (Com agências internacionais)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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