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O diretor de política econômica do Banco Central, Carlos Hamilton Araújo, descartou a convergência da inflação à meta de 4,5% para 2013. "Com as informações de que dispomos, não é realista acreditar em convergência à meta de 4,5% em 2013", disse, nesta quinta-feira, durante uma entrevista coletiva, após a apresentação, pelo BC, do Boletim Regional trimestral.

Segundo ele, o BC vai atualizar as projeções em março, no Relatório Trimestral de Inflação, com a trajetória para a inflação até o início de 2015. Hamilton adiantou, no entanto, que existe uma resistência inflacionária neste primeiro semestre, com tendência de recuo no segundo, mas ressaltou que "não é realista (inflação de) 4,5% para 2013". "Em termos de inflação, o ano está dividido em dois, com recuo no segundo semestre", disse.

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Ao ser questionado sobre se haverá aumento de juros, o diretor do BC disse que não se pronunciaria sobre política monetária. Hamilton lembrou que o BC dispõe de instrumentos de comunicação e que se deve "aguardar a reunião de março" do Comitê de Política Monetária (Copom). A próxima reunião está marcado para os dias 5 e 6 de março.

Tombini

Quando perguntado sobre o discurso do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, sobre qual seria a parte mais importante de sua fala, se a garantia de que não há risco de descontrole inflacionário ou a sinalização de que o BC pode ajustar a política monetária, Hamilton limitou-se a dizer que "valem todas as mensagens". "Não há risco de descontrole inflacionário no Brasil; a estratégia está mantida e não foram abolidos os ciclos econômicos", repetiu o diretor do BC.

Questionado especificamente sobre o fato de Tombini não ter usado a expressão "suficientemente prolongado" ao se referir à estratégia da política para as condições monetárias, Hamilton voltou a repetir que a mensagem passada por Tombini permanece válida, releu o discurso do presidente do BC e não citou a expressão.

Quebra de safra

Mais cedo, Hamilton avaliou que o choque de preços decorrente da quebra de safra no Nordeste e no Sul pressionou a inflação em 2012. Em 2013, no entanto, a inflação tem sido mais pressionada por itens não comercializáveis, segundo o diretor do BC. A quebra de safra em 2012, diz ele, afetou o preço do arroz, feijão e da farinha, itens que não entram nas projeções de commodities feitas pelos economistas. Hamilton ressaltou no entanto que em que pese a seca no Sul e Sudeste, a safra cresceu 1,2% em nível nacional e, para este ano, o crescimento esperado é de 13,1% na safra de grãos, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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