Tópicos | Influência Eleitoral

A iminente prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não deve atrapalhar eventuais articulações entre o PSB e o PT para as eleições. Ao menos é o que acredita o governador Paulo Câmara (PSB). Segundo ele, as conversas entre os partidos continuam mesmo com o Supremo Tribunal Federal (STF) tendo negado o habeas corpus preventivo que favoreceria o ex-presidente e evitaria, neste momento, o cumprimento da pena de 12 anos e um mês de prisão.

“Continuamos conversando com o PT independente da questão judicial. Isso nunca foi um ponto de discussão, pelo contrário, temos a capacidade de sentar. Agora nossa responsabilidade é com Pernambuco e a gente quer está junto com quem queira nos ajudar. Então precisa de muita discussão, conversa e diálogo”, salientou o governador, depois de participar da abertura do 5º Congresso dos Municípios de Pernambuco, em Olinda. 

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De acordo com Paulo Câmara as alianças serão fechadas apenas no fim do prazo, em junho ou agosto. Questionado se mesmo preso Lula agregaria valor eleitoral para a Frente Popular, o governador disse que há “uma gratidão grande quanto ao que Lula fez pelo Estado”. 

“Evidentemente que temos preocupação com o que está acontecendo no Brasil, agora todo pernambucano tem respeito e gratidão por Lula. A quantidade de investimento que ele fez por Pernambuco foram muito vultosos. A popularidade e respeito a Lula é grande. Há, por parte de Pernambuco, uma gratidão grande quanto ao que Lula fez pelo Estado”, ressaltou o pessebista.

MDB no palanque

Paulo Câmara ainda  comentou sobre a questão judicial envolvendo o MDB, mesmo diante do fim do prazo para a janela partidária e filiação de novos membros que queiram concorrer ao pleito deste ano. 

“O MDB é um partido aliado, somos solidários a Raul e Jarbas e vamos aguardar. A expectativa é que o bom direito vença. O MDB vai continuar sendo um parceiro importante junto com Jarbas e Raul que são pessoas importantes para a história política de Pernambuco”, destacou o governador.

Futebol e política são dois aspectos que afloram sentimentos na população brasileira, principalmente, quando se trata de uma Copa do Mundo realizada no Brasil em ano de disputa eleitoral. Dados divulgados pelo Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau (IPMN), neste sábado (19), em uma pesquisa encomendada pelo Portal LeiaJá em parceria com o Jornal do Comércio, apontam que o eleitor recifense se tornou mais crítico após a realização do mundial no país, atraindo assim mais desafios para os que disputam um cargo executivo.

O levantamento revela que 63,9% dos recifenses foram favoráveis a realização do evento futebolístico no País, em contrapartida, 30,3% afirma ter sido contra. Dos entrevistados, 52% apontou que o Brasil se apresentou um país melhor, com a boa aplicação dos serviços públicos, durante o mundial. Contudo, com fim do mundial, 49% afirmou que o Brasil deixará de ser um País melhor. 

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No contexto eleitoral vivenciado no Brasil atualmente e a pouco menos de três meses para as eleições, o cientista político e coordenador do IPMN, Adriano Oliveira, afirmou que o desafio dos candidatos à presidência ou o governo estadual será fazer com que os aparelhos públicos permaneçam com o mesmo padrão que tinham durante o mundial. 

“O desafio de qualquer pessoa que venha disputar um cargo executivo é lidar com esta massa crítica que foi criada em decorrência da realização da Copa do Mundo no Brasil. Ou seja, os eleitores reconhecem que a organização da Copa do Mundo foi impecável, entretanto, como é que ficará para o País pós Copa”, analisou. “Os políticos terão que atender agora a esta demanda. Os eleitores estão mais atentos”, acrescentou garantindo. 

Severamente criticado pela população, os gastos públicos para a realização da Copa do Mundo foi o principal aspecto negativo deixado no País, segundo 17,6% dos entrevistados. Para Oliveira, este posicionamento reforça a exigência dos recifenses pela qualidade do serviço público. 

“As pesquisas do IPMN sempre mostraram que o ponto principal da Copa do Mundo é o gasto público. Os eleitores reclamam do excesso, apesar de aceitarem a realização do mundial”, contextualizou. O dado, de acordo com o cientista, traz a tona dois questionamentos. “O eleitor reconhece que o momento da Copa foi mais feliz para o Brasil. Tudo funcionou. Mobilidade funcionou, aeroportos funcionaram. E depois da Copa, principalmente a mobilidade voltará a funcionar? É preciso ter ações que as ações da Copa sejam perenes. Os eleitores ficaram mais exigentes”, argumentou.  

 

Volta às ruas

Entre os questionamentos apresentados pelo IPMN aos recifenses, 25% concorda com a possibilidade de que os cidadãos voltem às ruas da cidade, assim como aconteceu em junho de 2013, para reclamar por melhorias na segurança, na mobilidade e o fim da corrupção. Segundo Adriano Oliveira, os governantes e aspirantes aos cargos públicos devem ficar mais atentos a estes indícios. 

“O fim da Copa pode fazer com que eles pensem em manifestações para reclamar as condições socioeconômicas do Brasil e a qualidade dos serviços públicos. Isto é um indício de futuras manifestações. Os governos devem ficar precavidos”, alertou Oliveira. 

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