Nesta quinta-feira (9), a escultura de uma vaca magra foi instalada de frente para a Bolsa de Valores brasileira (B3), no centro de São Paulo. A obra, da artista cearense Márcia Pinheiro, ocupa o mesmo local em que ficava acomodado o "Touro de Ouro", encomendado pela B3.
A instalação chama a atenção do público para a fome e a seca causadas pelas mudanças climáticas. Ao todo, dez “Vacas Magras” foram espalhadas em diversas cidades do Brasil, em espaços como a entrada da Secretaria de Educação do Ceará e a sede do Departamento Nacional de Infraestrutura Hídrica e Convivência com a Seca e Combate à Desertificação (DNOCS), ambas em Fortaleza.
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O Touro de Ouro foi retirado da calçada da Bolsa de Valores no dia 23 de novembro, por determinação da Comissão de Proteção à Paisagem Urbana (CPPU), órgão da Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento (SMUL). Para o órgão, trata-se de uma peça publicitária, que foi instalada em via pública sem autorização.
A CPPU interpretou que o touro representa uma das marcas do seu idealizador, Pablo Spyer, sócio da XP investimentos e presidente da empresa de educação financeira Vai Tourinho. O empresário também apresenta um programa na Jovem Pan, intitulado Minuto Touro de Ouro.
O Touro de Ouro imitava o famoso Touro de Wall Street, nos Estados Unidos, um dos grandes símbolos do mercado financeiro norte-americano. Os chifres apontados para cima são uma metáfora com o “bull market” (mercado do touro), conforme os investidores denominam os movimentos de alta nos papéis. No Brasil, a réplica causou polêmica, em razão da desconexão entre sua opulência e a crise econômica enfrentada pelo país.