Tópicos | IP-TV

Recentemente em um debate muitas pessoas se perguntavam sobre o sucesso da Tv-Digital Brasileira onde, teoricamente, em 2016 toda transmissão deveria ser digital “A transmissão analógica continuará ocorrendo, simultaneamente à digital, por um período de 10 anos até 29/06/2016. A partir de Jul/2013 somente serão outorgados canais para a transmissão em tecnologia digital." No entanto, apesar de já termos canais em alta definição, o conteúdo gerado não é 100% digital, ou seja, muda, mas não muda muito. Além disso, os benefícios da interatividade não são vistos, ou como muitos falam, não aconteceu e nem da sinais de acontecer tão cedo.

Aprofundando mais a questão da interatividade, é importante esclarecer como este processo se deu. Para TV aberta já existiam três padrões quando o Brasil decidiu começar a definir a sua estratégia, são eles: Europeu, Americano e Japonês. No caso Brasileiro, decidimos definir o nosso, que atenderia as necessidades da nossa região e cultura, trazendo a reboque os países latino-americanos que possuem as mesmas características geopolíticas, econômicas  e culturais que nós.

Assim foi criado o Ginga, que seria o middleware Brasileiro para Tv-Digital. Ele seria ao mesmo tempo um middleware procedural (que executa programas, no nosso caso Java) ou interpretado, como as paginas HTML geradas aqui pelo portal LeiaJa.com, e neste caso utilizamos NCL.

O que esquecemos é que estas escolhas não são apenas tecnológicas, elas são escolhas da indústria e dos seus usuários. Em resumo, temos um excelente padrão para TV-Digital, mas que encontra resistência de diversos setores, desde os produtores de conteúdos até os fabricantes.

Paralelamente a este movimento, temos o surgimento de novas formas de produzir ou acessar conteúdos disponibilizados pela TV. Inicialmente surgiu IP-TV, ou seja, transmissão do conteúdo da TV através da do sistema de banda larga e utilizando o protocolo IP, neste caso, as operadoras de telefonia poderiam comercializar canais de TV nos seus pacotes. Isso ficou parado no congresso, pois se precisa de autorização para realizar transmissão de TV e em uma resolução recente no congresso esta autorização passou. Porém mais uma vez com atrasado!!!

Atualmente se fala em TV-Conectada ou seja, quem comercializa o conteúdo pode ser qualquer um, veja os casos: Net-Flix,Yahoo,  Google-TV, AppleTV, o sistema de banda larga é só o meio para acessar o conteúdo e as operadoras deixariam de ter o controle. Eu me arriscaria a dizer que este seria um possível novo passo de Steve Jobs.

Em resumo, o governo Brasileiro está padronizando, sem muito sucesso, um sistema de transmissão que está ao menos duas gerações atrás do que o resto do mundo está fazendo e sem uma implementação utilizada em larga escala do middleware que permite a interatividade. O que não vimos é que o mercado já decidiu o que irá fazer. A TV virá via Internet e a interatividade já esta implantada.

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