Tópicos | Ivison Ferreira

Divergências políticas motivaram o assassinato do vereador e presidente da Câmara Municipal de Santa Maria do Cambucá, no Agreste de Pernambuco, Jorge José Lima (PSB). A conclusão é da Polícia Civil que apresentou, nesta quarta-feira (16), os detalhes das investigações do crime durante uma coletiva no Departamento de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP), no bairro do Cordeiro.

De acordo com o delegado regional de Santa Cruz do Capibaribe, Júlio Porto, o crime foi resultado uma vingança articulada por um dos executores do vereador, Adriano Manoel da Silva, e seu braço direito, Ivison Pereira Ferreira Barbosa. Adriano teria sido vítima de uma tentativa de homicídio em abril e atribuiu a autoria ao grupo político do vereador e do prefeito, Robervan de Lima (PSB). Figuras adversárias a Ivison, que era conselheiro tutelar e pré-candidato a vereador, com possibilidade de disputar o comando da prefeitura pelo PSD, partido ao qual é filiado. 

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“Já havia um acirramento na cidade de troca de farpas entre o pré-candidato e a atual gestão e Adriano não estava satisfeito em se vingar apenas dos dois homens que tentaram matá-lo. Segundo ele havia um mandante, passou a se articular com o Ivison, que tem influência na cidade, e no primeiro momento pensou que a tentativa de homicídio teria sido arquitetada pelo prefeito, depois desconsiderou e, influenciado por Ivson, achou que teria sido Jorge Lima", afirmou o delegado, ponderando que até o momento não ficou comprovado o envolvimento de Jorge Lima com o atentado a Adriano. 

As suspeitas de Adriano, segundo o delegado, estão elucidadas em conversas entre ele e Ivison no WhatsApp. “As conversas do telefone de Adriano foram de imperial importância para a polícia, robusteceram as nossas suspeitas. O próprio Ivison pedia sempre para Adriano apagar as conversas, o que ele não fez, e hoje serviu de prova para a polícia”, frisou.

Ao apontar o desfecho do caso, Júlio Porto concluiu que Ivison foi o mandante do crime contra o vereador; e Adriano Manoel, Ademir Manoel da Silva – irmão de Adriano – e Cyro Anderson Gonçalves executaram o plano alvejando a tiros Jorge Lima no dia 1º de maio. Os dois primeiros estão presos, em Pesqueira e Santa Cruz do Capibaribe, respectivamente, já Ademir e Cyro foram mortos durante o período de investigações. A polícia não descarta queima de arquivo. 

Com a prisão, o então conselheiro tutelar e pré-candidato a vereador – com possibilidades de disputar o executivo – pelo PSD não participou das eleições em outubro. Já o prefeito Robervan de Lima foi reeleito com 75,69% dos votos válidos.

Entenda o caso

O crime aconteceu em 1º de maio quando Jorge José de Lima foi alvejado a tiros numa tentativa de homicídio. Ele chegou a ser levado para o Hospital da Restauração, onde passou por três cirurgias. Dois meses depois do ocorrido, 24 de junho, o pessebita veio a óbito

Nova investigação

A operação para apurar o assassinato do vereador desencadeou outra investigação, por tráfico de drogas e associação criminosa. Isto porque Adriano Manoel e a família formam, de acordo com a polícia, uma quadrilha “ligada a um intenso tráfico de drogas na região”. “O Adriano continuava traficando de dentro da prisão”, detalhou o delegado Júlio Porto. 

A mãe de Adriano, Josefa Maria da Silva; a esposa, Lilliane Maria da Conceição Silva; e o irmão, Alexandre Raimundo da Silva foram presos em flagrante ao tentar entrar com droga enxertada na carne bovina dentro da unidade prisional de Santa Cruz do Capibaribe. 

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