Tópicos | Jandira Martini

Morreu, na última segunda-feira (30), a atriz Jandira Martini, aos 78 anos. Sucesso como Zoraide, em O Clone, a atriz faleceu em decorrência de complicações de um câncer de pulmão. A morte foi confirmada pelo amigo e também ator, Marcos Caruso. Jandira estava internada em São Paulo, no Hospital 9 de Julho.

Caruso lamentou a morte da amiga em publicação no Instagram. "Minha maior amiga e prova de que os opostos se atraem e se completam. Juntos escrevemos peças, roteiros de cinema, séries e novelas. Minha grande confidente, conselheira e responsável pelas minhas maiores gargalhadas. Minha mestra. Sabe quando você passa pela escola na qual você estudou e vê que o prédio foi demolido? Assim me sinto com a sua partida", escreveu.

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Assim como o ator, outros famosos também enalteceram o profissionalismo de Jandira e demonstraram pesar.

"Perda lamentável. Uma professora de artes cênicas, uma querida e atriz maravilhosa!", escreveu Solange Couto.  Veja outros posicionamentos:

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Os adolescentes estão entediados. No novo filme de Sofia Coppola, "Bling Ring", são meninas enfadadas que assaltam as casas das celebridades de Hollywood. Mas o tédio não é privilégio dos jovens. Em "Prof! Profa!", espetáculo que estreia neste sábado no Sesc Ipiranga, Jandira Martini interpreta uma professora que, desiludida com o que presencia nas salas de aula, decide romper com a mesmice e tomar uma atitude radical.

Escrita pelo belga Jean Pierre Dopagne, a peça conta a história dessa mulher - que não sabemos ao certo quem é nem o que fez - que foi condenada pela justiça. Além da prisão, contudo, ela foi submetida a mais uma penalidade: subir todas as noites ao palco de um teatro e, diante da plateia, relatar o seu crime.

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Dedicada ao ensino da literatura, a ex-professora se deparava com alunos desinteressados. Em seu anos de carreira, ela observa que eles se tornaram mais agressivos e sabem cada vez menos. Só que não soube se adaptar aos novos tempos: época de comunicação mediada por ferramentas tecnológicas, de embrutecimento, dissolução de antigos valores e quebra de hierarquias. "Ela é uma idealista. Queria ser uma professora como uma das que teve quando era criança e queria que os alunos se comportassem como ela se comportava naquela época", acredita Jandira.

Existe um nítido descompasso entre o sistema educacional e o mundo contemporâneo. Mas, diante das mudanças com as quais não pactua, essa educadora não consente em resignar-se. Resiste àquilo que o presente lhe impõe como verdade inescapável. Abre mão do lugar de vítima para tornar-se uma agente da tragédia.

Jandira é reconhecida por sua desenvoltura em papéis cômicos. Mas, nessa criação, vê-se diante de um humor de outra natureza. Muito diferente inclusive, das suas criações como dramaturga. "Não tem estrutura de texto cômico, mas momentos de graça, esse riso que é provocado por algo cruel. É um tipo de humor raro no Brasil, o texto é muito ferino", comenta a intérprete.

Esse é o primeiro monólogo da carreira da atriz. "Era o texto perfeito para isso. Por que o discurso dela não é um solilóquio. O tempo inteiro está falando com a plateia, jogando com quem a assiste." Na montagem, ela também não dá voz apenas à professora. Assume vários personagens que a rodearam ao longo da vida: uma série de alunos, as mestras que a ensinaram no colégio, o próprio pai.

Quem conduz a encenação é Celso Nunes, diretor com o qual a atriz mantém uma longeva parceria. O primeiro trabalho juntos data de 1966, uma montagem de "A Falecida", de Nelson Rodrigues. O último encontro havia acontecido em 1992, quando fizeram "A Vida É Uma Ópera". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

PROF! PROFA!

Teatro do Sesc Ipiranga (Rua Bom Pastor, 822, tel. 3340-2000). Sáb., às 21 h; dom., às 18 h. R$ 15/R$ 30. Até 29/9.

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