Tópicos | Jonas Correia de França

As famílias do adesivador Daniel Campelo e do arrumador Jonas Correia de França, lesionados no olho pela Polícia Militar (PM) durante passeata no Recife no último sábado (29), foram recebidas pelo secretário de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico, e pelo procurador-geral do Estado de Pernambuco, Ernani Medicis, nesta quarta-feira (2) para tratar do atendimento às vítimas. Ficou acertado que as famílias vão receber um auxílio financeiro emergencial, chamado de benefício eventual, previsto na Lei de Assistência Social para situações excepcionais, como de violência.

O trâmite burocrático para o auxílio será providenciado pela Secretaria Executiva de Assistência Social, que, juntamente com equipes do Centro de Referência de Assistência Social (Cras) do Recife, fará uma visita presencial nesta tarde às residências das vítimas.

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O secretário Pedro Eurico também informou que serão disponibilizadas cestas de alimentos a partir da tarde desta quarta-feira, a fim de colaborar com as despesas com os insumos enquanto as vítimas estão afastadas de suas atividades. Também foi pactuado que o Estado irá ressarcir as despesas com medicamentos e locomoção das vítimas e suas famílias durante o tratamento das lesões e gastos de futuros remédios.

Com relação ao processo de indenização, o procurador-geral Ernani Medicis afirmou que o Estado vai garantir a reparação dos danos sofridos pelas duas vítimas. "O Estado reconhece sua responsabilidade e tudo que estiver previsto em lei será garantido, com indenização por danos morais e materiais, da forma mais rápida possível", disse. A indenização por danos materiais proposta é de um salário mínimo até 75 anos. A de danos morais será discutida em reuniões futuras com as vítimas e os advogados.

Daniel Campelo e Jonas Correia não participavam do protesto. O adesivador estava no centro da cidade para comprar material de trabalho, já o arrumador voltava para casa. Daniel Campelo perdeu a visão do olho esquerdo. Jonas passa por cirurgia nesta quarta-feira, mas havia relatado à imprensa anteriormente que, segundo os médicos, ele havia perdido a visão do olho direito.

Troca no comando da Polícia Militar

O governador Paulo Câmara (PSB) recebeu, na manhã desta quarta-feira (2), o novo comandante da Polícia Militar, coronel José Roberto de Santana.  O coronel Vanildo Maranhão entregou o cargo na última terça-feira (1º) após a repercussão negativa da postura policial no ato do último sábado.

"A Polícia Militar vai continuar cumprindo o seu papel, protegendo o cidadão e atuando firmemente contra a criminalidade, mas, acima de tudo, respeitando as ações democráticas. O coronel José Roberto tem grande experiência e já atua há muitos anos na corporação. Ele sabe o que tem que ser feito para que Pernambuco possa avançar, fazendo com que a cultura da paz predomine no nosso Estado", afirmou Paulo Câmara.

O coronel José Roberto de Santana ressaltou que buscará alcançar as metas e objetivos do programa de segurança pública Pacto Pela Vida. "A instituição Polícia Militar continuará garantindo a segurança e a cidadania do povo pernambucano", comentou.

O novo comandante exercia a função de diretor de Planejamento Operacional da Polícia Militar, tendo como responsabilidade coordenar as quatro diretorias operacionais da corporação (DIM, DIRESP, DINTER I e DINTER II), correspondentes a um total de 51 unidades operacionais, entre batalhões e companhias independentes, de área e especializadas. Ele tem 31 anos de serviço à Polícia Militar, tendo sido declarado aspirante a oficial em 1992, pela Academia de Polícia Militar do Paudalho. Possui os seguintes cursos na área de Segurança Pública: Especialização em Gestão Governamental, Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais e Curso Superior de Polícia.

O coronel foi chefe da Unidade de Segurança do Palácio do Campo das Princesas, sede do Governo de Pernambuco, no período de 2001 a 2004; ajudante de Ordem do governador de Pernambuco no período de 2005 a 2006; e assistente do Comando Geral da PMPE, no período de 2011 a 2017. Possui 14 condecorações de mérito.

Dois homens que foram feridos pela Polícia Militar de Pernambuco, no protesto de sábado, contra o presidente Jair Bolsonaro, no Recife, perderam parte da visão. Daniel Campelo da Silva, de 51 anos, e Jonas Correia de França, de 29 anos, foram atingidos por balas de borracha, disparadas pelo batalhão de choque da PM. As informações são do portal G1.

Segundo parentes das vítimas, nenhum deles participava do ato no centro da cidade. Daniel perdeu o globo ocular do olho direito. Jonas  foi atingido no olho esquerdo e a situação é irreversível.

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Não houve relatos de violência por parte dos participantes do protesto. Neste domingo (30), o governador Paulo Câmara disse que determinou que Secretaria de Justiça e Direitos Humanos acompanhe a assistência médica e inicie o processo de indenização às vítimas.

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