Tópicos | Jornalismo engajador

 Na última quinta-feira (19), o LeiaJá realizou a terceira noite do Meetiing de Jornalismo, para comemorar uma década do portal. O debate aconteceu no canal oficial do Youtube e abordou a importância do jornalismo engajador nos dias de hoje. 

Participaram da conversa o repórter da casa Jameson Ramos e o produtor e repórter da TV Globo, editor e colaborador do site Notícia Preta, Thiago Augusto. A live contou com a mediação da subeditora do LeiaJá, Giselly Santos. Acompanhe na íntegra o debate: https://www.youtube.com/watch?v=bNZtZNxMjNo

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De acordo com Augusto, o jornalismo engajador é capaz de dar voz a causas e salvar vidas. “Num cenário em que vivemos, onde a desinformação e as notícias falsas também se tornaram uma pandemia, o nosso trabalho ganha ainda mais relevância”, destaca. “Num país racista, ser um jornalista negro é combater essa estrutura e multiplicar o antirracismo”, complementa.

Durante a live, Augusto contou que não consegue separar a profissão da militância, uma vez que falar de racismo não é imparcial. O repórter também questiona o fato de vários veículos mencionarem as pessoas como negras nas matérias e não pelas suas profissões, da mesma maneira que é feito com os brancos.

Ramos relembra uma reportagem que fez para o LeiaJá a respeito do que a abolição não havia abolido e citou como exemplo o fato de muitos negros ainda serem observados de forma diferente em locais públicos. “A meu ver, quando trabalhamos com jornalismo engajador, buscamos dar mais visibilidade para as causas reais da nossa vivência”, comenta.

Outra convidada da live, que não conseguiu estar presente por motivos de saúde foi  a editora do portal Alma Preta, Nataly Simões. Para ela,  atualmente os leitores não buscam apenas se informar, mas também procuram uma identificação com os veículos jornalísticos que consomem. “Isso já é um ponto importante, porque o jornalismo engajador não tende a ter financiamento de grandes empresas. É um trabalho independente e que conta muito com o apoio dos leitores”, relata.

Na jornada de engajar o leitor, Nataly afirma que é importante aproximar a realidade do Brasil com a prática de fazer jornalismo. Ela lembra que no Brasil, embora os negros representem mais da metade da população, eles possuem baixa presença em cargos de liderança nas empresas e universidades, ao mesmo tempo que muitos são vitimas da fome e de violência policial. “Não dá pra achar que isso é normal e que não cabe à comunicação mudar este cenário também”, reflete.

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