Tópicos | José de Anchieta

Ele não é brasileiro, mas é como se fosse. O padre José de Anchieta - missionário espanhol jesuíta que chegou ao Brasil no século XVI, aos 19 anos, e tornou-se uma das figuras mais importantes da cultura do nosso país, fundando inclusive o Colégio Piratininga, que deu origem à cidade de São Paulo - foi anunciado como santo pelo Papa Francisco, se tornando o terceiro santo brasileiro.

São José de Anchieta, como deverá  ser chamado a partir de agora, é conhecido como apóstolo do Brasil e faz parte da história do Brasil pelo trabalho de catequese realizado junto aos índios por quase todo o País. Além do trabalho de catequese, o padre Anchieta defendia os índios dos abusos dos portugueses colonizadores.

O fato é que o padre José de Anchieta tem devotos por todo o Brasil e no exterior. Todo o seu trabalho feito na Companhia de Jesus foi reconhecido e exaltado por milhares de fieis. A importância da vida e missão assumida por São José de Anchieta está em todos os livros de história do Brasil. É possível reconhecer que ele, ao contrário de muitos missionários, optou por uma catequese acessível e aculturada, utilizando recursos próprios da época como a poesia e o teatro.

Esse talvez tenha sido um dos processos da canonização mais longos da história, 417 anos. As dificuldades começaram durante a perseguição e expulsão dos jesuítas, que aconteceu em 1759, e na falta de atestado da realização de dois milagres: um para a beatificação e outro para a canonização. No entanto, e apesar de não possuir nenhum atestado, o Papa Francisco aceitou a fama de milagreiro e a vida exemplar do Padre.

Essa não é a primeira vez que o papa Francisco oficializa uma canonização sem milagres. Recentemente o padre Pierre Frave foi declarado santo sem os atestados e, além dele, espera-se que o papa João XXIII também seja santificado apenas com a comprovação do milagre de beatificação.

Para os seguidores do catolicismo e estudiosos da área, a santificação é um processo de burocracia do Vaticano que começa no batismo e se estende por uma vida de devoção onde devem ser seguidos os passos de Jesus e os mandamentos de Deus. Além da santificação de José de Anchieta, o Brasil ainda tem 12 processos de beatos brasileiros para a canonização, entre eles os da Irmã Dulce e Francisca de Paula de Jesus.

Os restos mortais de São José de Anchieta estão distribuídos pelas cidades onde ele teve mais atuação: Vitória, Bahia e São Paulo, além de Portugal e Roma.

O cardeal-arcebispo de Aparecida, no Vale do Paraíba, em São Paulo, e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), D. Raymundo Damasceno Assis afirmou nesta quarta-feira (18), que o beato José de Anchieta poderá ser canonizado em 2014. "Eu tive a honra e a alegria de receber um telefonema pessoal do Santo Padre para dizer, justamente, que acolhia positivamente o pedido de canonização", disse. O Apóstolo do Brasil já havia sido beatificado pelo papa João Paulo II, em Roma, em 22 de junho de 1980.

A resposta, de acordo com d. Raymundo, contempla um pedido enviado recentemente a Francisco pela CNBB para que fosse avaliada a possibilidade de canonização "deste santo tão importante em terras brasileiras". A data da canonização ainda não está definida, mas pode ser que ocorra ainda em 2014.

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"Ao responder positivamente, o papa nos enche de alegria e satisfação, principalmente nos locais por onde ele passou: São Paulo, Espírito Santo e Bahia. Ele é uma pessoa que marcou a nossa história desde o início", afirmou o arcebispo. Anchieta ficou conhecido como o "Apóstolo do Brasil", pois, de acordo com d. Raymundo, "foi um grande missionário, que merece ser colocado como modelo de seguimento do Evangelho".

O beato, que nasceu em Tenerife, nas Ilhas Canárias (Espanha), em 19 de março de 1534, chegou ao Brasil em 1551 e ainda noviço, em 25 de janeiro de 1554, participou da fundação da Vila de Piratininga, berço da futura metrópole de São Paulo, no atual Pateo do Collegio.

Paz e fraternidade - D. Raymundo, que estava acompanhado do bispo-auxiliar de Aparecida, d. Darci José Nicioli, comentou também a mensagem de Francisco para 1º de janeiro, quando se comemora também o Dia Mundial da Paz, instituído pelo papa Paulo VI, em 1968. "A paz só pode começar quando eu conseguir ver no outro um irmão, igual a mim, criado à imagem de Deus e resgatado pelo sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo. Enquanto não se tem essa visão do outro, fica difícil a paz", afirmou, ao se referir ao tema deste ano: "Fraternidade, Fundamentos e Caminhos para a Paz".

Outra questão abordada pelo arcebispo de Aparecida foi a Campanha da Fraternidade de 2014, cujo tema "Fraternidade e Tráfico Humano", foi destacado como um "itinerário" para a libertação pessoal, comunitária e social. "Pessoas são violentadas na sua liberdade, muitas vezes por razões econômicas", disse. De acordo com d. Raymundo, "o tráfico humano certamente é fruto da cultura que vivemos e a campanha, ao trazer luz para esse verdadeiro drama humano, deseja despertar a sensibilidade de todas as pessoas de boa vontade". "A cultura do bem estar individual nos torna insensíveis ao grito dos outros."

D. Raymundo afirmou que essa cultura leva as pessoas a se sentirem como "bolhas de sabão", que são bonitas, "mas não são nada, são pura ilusão" e cultivam a indiferença. "Caímos na globalização da indiferença", disse.

Família - O presidente da CNBB se referiu também à assembleia extraordinária do Sínodo dos Bispos, a realizar-se de 5 a 19 de outubro, com o tema "Os desafios pastorais da família no contexto da evangelização". É o mesmo assunto da assembleia ordinária a realizar-se em 2015, mas terá como foco os desafios pastorais para a evangelização relacionados com a família.

O tema é motivo de uma pesquisa nas paróquias e dioceses, com questões relacionadas à família. "O papa e os bispos querem conhecer a realidade da família para encontrar respostas, à luz do Evangelho e dos documentos da Igreja, para as situações concretas que estamos vivendo no mundo de hoje. A Igreja não pode fechar os olhos para essa realidade", afirmou.

A Ação de Investigação Judicial Eleitoral, promovida por Neudo Ribeiro Campos (PP) contra o atual governador de Roraima, José de Anchieta Júnior (PSDB), poderá ser julgada nesta terça-feira (4), pelo plenário do Tribunal Regional Eleitoral de Roraima (TRE-RR). O ato de n.º 2727-35 trata de abusos de poderes econômico, político e de autoridade e deverá ser analisado a partir das 16h.

Na ação, Neudo Campos afirma que tucano usou a máquina pública em benefício de sua reeleição. Entre as acusações, constam: utilização do vale solidário para a compra de votos; permanência em terras irregularmente ocupadas mediante a promessa de regularização caso o governador se reelegesse; compra de votos pela cúpula do Governo, envolvendo o irmão do governador, Jansen José Teixeira, o então procurador- geral do Estado, Francisco das Chagas, o secretário estadual Hiperion Oliveira e o assessor do Governo, Francisco Roberto.

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Também há a acusação de utilização da Companhia de Desenvolvimento de Roraima (Codesaima) para coordenar uma invasão de terras que não seria contestada pelo Governo e uso dos servidores do Instituto de Terras de Roraima  (Ireraima) para distribuir santinhos e pedir voto para Anchieta em troca de regularizar a invasão e construção de casas no bairro Brigadeiro.

*Com informações do TSE

 

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