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O chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, acusou nesta sexta-feira (19) Israel de ter criado e financiado o movimento palestino Hamas, que enfrenta na Faixa de Gaza.

Durante evento na Universidade de Valladolid, Espanha, o político espanhol defendeu a criação de dois Estados como solução para o conflito israelense-palestino, que ganhou força com o ataque realizado pelo Hamas em outubro passado.

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Essa opção, também defendida pelos Estados Unidos, é rejeitada pelo premier de Israel, Benjamin Netanyahu, acusado por Borrell de tê-la boicotado nos últimos 30 anos. "Acreditamos que uma solução de dois Estados deve ser imposta do exterior para trazer a paz. Embora, insisto, Israel reafirme sua rejeição", assinalou o representante diplomático da UE.

“Para impedi-la, chegaram eles mesmos a criar o Hamas, que foi financiado pelo governo de Israel para tentar enfraquecer a Autoridade Palestina do Fatah. Mas, se não interviermos fortemente, a espiral de ódio e violência continuará, geração após geração, de funeral em funeral, quando florescerem as sementes do ódio que estão sendo plantadas em Gaza hoje", acrescentou Borrell.

Em junho de 2007, o Hamas assumiu o controle da Faixa de Gaza, após uma quase guerra civil contra o Fatah, de Mahmud Abbas, sucessor de Arafat e presidente da Autoridade Palestina, que administra parcialmente a Cisjordânia ocupada.

Nos últimos anos, o Catar enviou milhões de dólares em ajuda a Gaza, apesar do bloqueio israelense àquele território, o que gerou críticas a Netanyahu, acusado de ter favorecido o financiamento do movimento Hamas, que controla a Faixa. O primeiro-ministro nega essas acusações.

O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, negou nesta segunda-feira (27), por meio de seu porta-voz, ter amenizado, sob pressão de Pequim, um relatório sobre as campanhas de desinformação lideradas pela China.

"Eu refuto e contesto absolutamente qualquer alegação de que, em nosso relatório, nos submetemos a uma pressão externa", declarou seu porta-voz, Peter Stano, durante uma coletiva de imprensa.

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O grupo do Partido Popular Europeu (PPE, direita) no Parlamento Europeu disse estar "revoltado" com relatos da imprensa, alegando que o Serviço Europeu para a Ação Externa (SEAE) cedeu à pressão chinesa e modificou suas conclusões sobre a campanha de desinformação chinesa a respeito da COVID-19.

"Peço ao alto representante Josep Borrell que explique em detalhes e sem demora que ele tomou conhecimento do relatório", disse a eurodeputada letã Sandra Kalniete, vice-presidente da grupo do PPE encarregado dos assuntos externos.

O grupo Renew (liberais) também pediu "esclarecimentos" ao diplomata-chefe da UE.

"Se isso for verdade, é um problema muito sério", disse o eurodeputado holandês Bart Groothuis.

O relatório publicado no site do Serviço Europeu para a Ação Externa difere de um documento que vazou na imprensa, do qual a AFP obteve uma cópia.

Referências a investigações em Taiwan e um incidente com a França não são mais mencionadas.

"Deixe-me dizer uma coisa com muita clareza: não houve alterações e não houve várias versões desses documentos", sustentou Peter Stano.

"Temos dois processos separados. Existe um interno, concebido para diferentes propósitos. Depois, existem documentos a serem publicados que são processados em paralelo porque eles têm objetivos e conteúdo diferentes", afirmou.

"O fato é que existem dois relatórios: um interno, para uso interno; e outro, para uso público, preparados de acordo com um processo diferente", reconheceu.

"Dois procedimentos, dois documentos. Um documento não é necessariamente um reflexo verdadeiro do outro. Enquanto isso, há coisas diferentes que podem entrar em jogo", disse ele.

Questionado sobre e-mails internos citados pelo jornal americano The New York Times sobre ameaças de reação das autoridades chinesas, "se o relatório for publicado", Peter Stano se recusou a comentar.

No sábado, porém, pelo Twitter, lamentou o uso de "comunicações internas fora de contexto".

O porta-voz da Comissão, Eric Mamer, alertou contra a publicação de tais documentos com nomes, porque, "infelizmente, isso pode ter consequências".

As ameaças feitas pelo embaixador chinês na Austrália na segunda-feira confirmaram, no entanto, a pressão exercida por Pequim para neutralizar as investigações sobre a maneira como as autoridades lidaram com a pandemia de coronavírus.

O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, insistiu neste sábado, em conversa telefônica com o colega do Irã, Mohammad Zarif, na "necessidade de desescalada", após a morte do general iraniano Qasem Soleimani durante um ataque americano em Bagdá.

Ao longo do telefonema, "sobre os últimos acontecimentos", Borrell destacou "a necessidade de moderação e de evitar qualquer escalada", segundo sua conta no Twitter. Também lembrou a seu interlocutor "a importância de se preservar o acordo de Viena sobre o programa nuclear iraniano, que continua sendo crucial para a segurança do mundo", segundo o tuíte.

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