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O rei emérito Juan Carlos, envolvido em um escândalo de corrupção, anunciou a saída da Espanha, com o objetivo de ajudar seu filho Felipe VI a preservar a imagem da monarquia, mas os espanhóis se perguntam se ele não quis fugir de suas responsabilidades.

Analistas consideram que o soberano, de 82 anos de idade, sob investigação, mas que não foi acusado, não tinha outra escolha, apesar do exílio ser mal visto pelo público.

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Os partidos anti-monarquistas denunciam uma "fuga" vergonhosa. De acordo com uma pesquisa on-line realizada pelo jornal ABC, 68% dos espanhóis consideram comprometedora a decisão de Juan Carlos de deixar a Espanha.

"Ele deveria ter ficado, é um pouco vergonhoso que tenha partido", opina Aranzazu Catalina, de 43 anos, natural de Madri, entrevistada pela AFP no dia seguinte ao exílio do rei emérito. Ela lamenta a "má imagem" deixada pelo antigo soberano.

Juan Carlos anunciou na segunda-feira que estava deixando o país em uma carta a seu filho, argumentando que queria "facilitar o exercício" de seus deveres diante das "consequências públicas de certos eventos passados de (sua) vida privada".

Aparentemente, Juan Carlos estava se referindo à investigação aberta em junho pela Suprema Corte sobre possíveis irregularidades cometidas por ele, mas unicamente por atos após sua abdicação em 2014, quando perdeu sua imunidade.

A Justiça suíça também investiga milhões de dólares que teriam sido pagos a Juan Carlos em uma conta na Suíça pela Arábia Saudita em 2008.

Para vários analistas de política e realeza, o rei não fugiu, como os anti-monarquistas o acusam, mas foi forçado ao exílio.

"É uma partida involuntária", afirma Paloma Roman, professora de Ciências Políticas da Universidade Complutense de Madri. Segundo ela, Juan Carlos I "estava sob pressão do governo de seu próprio filho".

"Felipe sempre tentou amortecer os golpes" à monarquia, mergulhada em escândalos, observa ela. Este ano, ele já havia retirado do pai sua pensão anual e depois renunciado a sua herança.

Para Abel Hernandez, jornalista e autora de vários livros sobre o rei, Juan Carlos está saindo sob pressão "pública, da mídia, política".

"Não é um rei que foge. É um rei que é expulso e que sai para evitar que seus problemas contaminem a instituição real", estima Hernandez.

Proteger a coroa

"Do lado de fora, pode ser percebido como uma fuga, mas não é. Ele nunca fugiria", acrescenta o jornalista José Apezarena, autor de uma biografia de Felipe VI.

Ele também acredita que houve "uma pressão política cada vez mais forte sobre a Zarzuela (Casa Real) para que fizesse algo para silenciar as críticas, suspeitas, etc".

Para José Apezarena, esse exílio "não resolve nada, não muda nada" para o rei emérito, mas ajuda Felipe VI.

Para Paloma Roman, essa partida era indispensável. "Um cidadão comum envolvido em problemas legais teria se afastado, esperado que a tempestade passasse".

"Mas estamos falando (...) de uma pessoa que foi chefe de Estado do país que ele traiu. Ele deve partir. Deveria ter feito isso há muito tempo", considera.

Para ela, Juan Carlos, que reinou sobre a Espanha por quase 40 anos, deveria ter feito isso logo após sua abdicação em favor de seu filho em 2014, quando surgiram suspeitas sobre sua fortuna e estreitos laços com a família real saudita.

Mas ela acredita que o Palácio Real escolheu o "melhor momento do ponto de vista estratégico: em pleno verão, em meio à pandemia de coronavírus (...) passa despercebido porque o país está preso a outras preocupações".

Para José Apezarena, Juan Carlos vai embora "por um tempo, mas não se estabelecerá no exterior para sempre".

O jornalista continua convencido de que honrará uma possível convocação judicial que, em qualquer caso, levaria " muitos meses".

O rei Felipe VI da Espanha agradeceu neste sábado (6) a seu pai, Juan Carlos, por "tantos anos de serviço leal" ao país, na primeira aparição do monarca anterior, que acaba de completar 80 anos, na Páscoa Militar celebrada em Madri.

Juan Carlos participou da cerimônia, o principal ato castrense do ano, junto com seu filho, a rainha Letizia e sua esposa Sofía no Palácio Real de Madri. Lá se reuniu com os chefes dos Exércitos do Ar, Terra e Mar.

Juan Carlos não assistia a Páscoa Militar desde que abdicou, em 2014, em favor de seu filho Felipe VI, quando a monarquia era atingida por uma série de escândalos que a levaram ao nível mais baixo de popularidade desde a morte do ditador Francisco Franco em 1975.

Em um discurso, o rei Felipe VI homenageou seu pai, considerado um dos artífices da transição democrática na Espanha, ao fim da ditadura franquista (1939-1975), que em 1981 deteve um golpe militar.

"Permitam-me agora que, como comandante supremo das Forças Armadas, em nome de todos, felicite nosso antigo capitão-general, sua majestade o rei Don Juan Carlos, após completar ontem seu 80º aniversário", disse o monarca, que em 30 de janeiro completa 50 anos.

"Felicidades, majestade, e obrigado por tantos anos de serviço leal à Espanha (...) e sempre velando pela excelência e pelo compromisso nestas Forças Armadas com nossa democracia, com nossa liberdade e segurança", acrescentou na presença do chefe de Governo, Mariano Rajoy, e de vários ministros.

Entre eles estava a ministra da Defesa, María Dolores de Cospedal, que também homenageou Juan Carlos em nome da "Espanha democrática e moderna, cuja construção vós liderastes dos pilares da reconciliação, da concórdia e da convivência".

Na sexta-feira, Juan Carlos celebrou seus 80 anos com um almoço que contou com a presença de toda a Família Real, salvo sua filha Cristina e seu marido Iñaki Urdangarin. Os dois foram afastados da Família Real por um caso de malversação protagonizado pelo cunhado de Felipe VI, que pode ser preso este ano.

Este caso turvou os últimos anos do reinado de Juan Carlos, sacudido também por seus escândalos - foi com uma aristocrata alemã caçar elefantes na África em plena crise econômica -, seus problemas de saúde e as suspeitas sobre sua opaca fortuna e seus vínculos com as monarquias do Golfo.

Em um novo golpe para a monarquia espanhola, o Supremo Tribunal espanhol decidiu nesta quarta-feira (14) admitir o trâmite de uma ação de reconhecimento de paternidade apresentada por uma cidadã belga contra Juan Carlos I, que em junho abdicou do trono da Espanha, perdendo a imunidade judicial que tinha.

"Concordamos em admitir o trâmite de uma das duas demandas de paternidade apresentadas contra dom Juan Carlos de Borbón", assinalou o porta-voz do tribunal. Os magistrados da alta corte espanhola, a única que pode julgar o ex-chefe de Estado, "entendem que estão dados os requisitos legais para admitir em trâmite" a ação apresentada pela belga Ingrid Jeanne Sartiau, de 48 anos, acrescentou o porta-voz.

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Esta é a primeira ação judicial admitida contra Juan Carlos, de 77 anos. Ela se soma a uma série de escândalos que atingiram recentemente a monarquia, encabeçada pela acusação de fraude fiscal contra sua filha, Cristina, de 49 anos, no âmbito de um grande julgamento por suposta corrupção, protagonizada pelo marido dela, Iñaki Urdangarin.

Considerado durante décadas o artífice do retorno da democracia, após a morte, em 1975, do ditador Francisco Franco, que o nomeou seu sucessor, Juan Carlos foi perdendo prestígio até abdicar em 18 de junho, com uma popularidade baixa, a favor do filho, Felipe VI, de 46 anos.

Antes intocável para a imprensa espanhola, o soberano terá que enfrentar agora a mediática história de Sartiau, a quem a mãe contou um dia, vendo o então rei da Espanha aparecer na televisão, "este homem é o seu pai".

Nesta quarta-feira, a casa real espanhola, que sob o comando de Felipe VI se esforça por melhorar sua imagem, se limitava a afirmar seu "respeito à independência do poder judiciário". Juan Carlos passa a engrossar a lista de monarcas europeus acionados por filhos ilegítimos, supostos ou reconhecidos, como o anterior rei belga Ablerto II ou o príncipe Alberto II, de Mônaco, que em 2005 reconheceu o pequeno Alexandre, então com 1 ano e 11 meses, fruto de um relacionamento com uma aeromoça francesa.

A aceitação da ação contra Juan Carlos se tornou possível agora visto pois, ao abdicar, o monarca perdeu a qualidade de "inviolável e inimputável" que tinha enquanto monarca. Em 2012, Sartiau e um homem que acredita ser seu meio irmão, o espanhol Alberto Solá Jiménez, já tinham apresentado ações de reconhecimento de paternidade contra Juan Carlos I, rejeitadas por tribunais civis, argumentando esta proteção judicial.

Solá Jiménez, que foi adotado, afirma que sua mãe biológica, filha de um conhecido banqueiro de Barcelona, manteve um relacionamento com o monarca.

Em 2012, a imprensa belga assegurou em 2012 que ele e Sartiau tinham feito um teste de DNA, segundo o qual os dois tinham 91% de probabilidade de ser irmãos. No entanto, em entrevista à publicação belga Soir Magazine, em 2014, a mulher admitiu que um segundo exame tinha dado resultado negativo, mas sem que tenha sido abalada sua convicção de ser filha de Juan Carlos.

A ação de Solá, também apresentada no Supremo, foi rechaçada, informou sem dar maiores detalhes, dando lugar imediatamente a especulações, segundo as quais, por ser homem e mais velho que Felipe VI, se foi reconhecido como filho de Juan Carlos, poderia reivindicar direitos dinásticos.

A Espanha prepara uma forma de proteção legal para o rei Juan Carlos quando ele abdicar do trono em favor de seu filho. Quando o Príncipe Felipe tomar posse como chefe de Estado, na quinta-feira - ele vai se tornar Felipe VI - Juan Carlos perderá a proteção legal que tem tido desde que se tornou rei, em 1975.

O vice-Primeiro-Ministro Soraya Saenz de Santamaria diz que a nova isenção legal deveria defender Juan Carlos, que na aposentadoria manterá o título de rei, de investigações legais. Qualquer caso legal envolvendo o rei seria examinado pela Suprema Corte, que tem um tolerância muito maior para as provas.

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A imunidade do rei Juan Carlos deteve, em 2012, duas ações que procuravam fazer o rei passar por dois testes de paternidade.

Juan Carlos tornou-se rei dois dias após a morte do ditador Francisco Franco, que o havia nomeado como seu sucessor. Ele ganhou apoio popular ao rejeitar uma tentativa de golpe em 1981, garantindo assim uma transição suave para a democracia. Mas a sua popularidade nos últimos tempos tem sido abalada por escândalos envolvendo ele e sua família.

Juan Carlos provocou a ira popular por fazer uma viagem secreta a Botswana, para caçar elefantes, em 2012, no auge da crise financeira da Espanha.

A posição da monarquia também foi atingida por uma investigação criminal sobre o genro do rei, Inaki Urdangarin, por suspeita de desvio de grandes quantidades

de dinheiro. A filha mais nova de Juan Carlos, princesa Cristina, foi obrigada a

depor como suspeita em um caso de fraude e lavagem de dinheiro que visava seu marido.

Em discurso no Natal 2012, Juan Carlos tentou distanciar-se do escândalo, dizendo que "justiça é igual para todos". Agora, alguns políticos, como Pedro Sanchez, do Partido Socialista, de oposição, dizem que Juan Carlos deve permanecer sob aquelas palavras e permitir que sua imunidade seja eliminada.

Fonte: Associated Press

Segue abaixo o discurso com o qual o rei Juan Carlos I, da Espanha, anunciou nesta segunda-feira (2) sua abdicação do trono:

Aproximo-me de todos vocês nesta manhã através desta mensagem para transmitir, com singular emoção, uma importante decisão e as razões que me levam a tomá-la.

Em minha proclamação como Rei, há cerca de quatro décadas, assumi o firme compromisso de servir aos interesses gerais da Espanha, com o objetivo de que os cidadãos se tornassem os protagonistas do seu próprio destino e a nossa Nação uma democracia moderna, plenamente integrada na Europa.

Então me propus a liderar a fascinante tarefa nacional que permitiu aos cidadãos eleger os seus legítimos representantes e levar adiante essa grande e positiva transformação de Espanha de que tanto precisávamos.

Hoje, quando olho para trás, sinto apenas orgulho e gratidão em relação a vocês.

Orgulho, pelo muito e bom que conseguimos juntos nesses anos.

E gratidão, pelo apoio que me deram para fazer do meu reinado, iniciado em plena juventude e num momento de grande incerteza e dificuldade, um longo período de paz, liberdade, estabilidade e progresso.

Fiel ao desígnio político de meu pai, o Conde de Barcelona, de quem herdei o legado histórico da monarquia espanhola, quis ser o Rei de todos os espanhóis. Me senti identificado e comprometido com as suas aspirações, comemorei seus êxitos e sofri quando a dor ou a frustração os embargaram.

A longa e profunda crise econômica que atravessamos deixou sérias cicatrizes no tecido social, mas também está nos apontando um caminho de futuro carregado de esperança.

Estes anos difíceis nos permitiram fazer um balanço autocrítico de nossos erros e de nossas limitações como sociedade.

E, como contrapeso, também reavivaram a consciência orgulhosa do que soubemos e sabemos fazer, e do que fomos e somos: uma grande nação.

Tudo isso despertou em nós um impulso de renovação, de superação, de corrigir erros e abrir caminho a um futuro decididamente melhor.

Na preparação para este futuro, uma nova geração reclama com justa causa o papel de protagonista, o mesmo que correspondeu em outra conjuntura crucial da nossa história à geração à qual pertenço.

Hoje merece passar à linha da frente uma geração mais jovem, com novas energias, decidida a empreender com determinação as transformações e reformas que a atual conjuntura está demandando e a enfrentar com renovada intensidade e dedicação os desafios do amanhã.

A minha única ambição foi e continuará sendo sempre contribuir para alcançar o bem-estar e o progresso em liberdade de todos os espanhóis.

Quero o melhor para a Espanha, a quem dediquei a minha vida inteira e em cujo serviço coloquei todas as minhas capacidades, minha alegria e meu trabalho.

Meu filho Felipe, herdeiro da Coroa, encarna a estabilidade, que é o sinal da identidade da instituição monárquica.

Quando em janeiro completei 76 anos, concluí que havia chegado o momento de preparar em alguns meses a substituição para abrir caminho a quem está em melhores condições de garantir essa estabilidade.

O Príncipe das Astúrias tem a maturidade, a preparação e o senso de responsabilidade necessários para assumir com todas as garantias a chefia do Estado e abrir uma nova etapa de esperança em que se combinem a experiência adquirida e o impulso de uma nova geração. Contará para isso, estou certo, com o apoio que sempre terá da Princesa Letizia.

Por tudo isso, guiado pela convicção de estar prestando o melhor serviço aos espanhóis e uma vez recuperado tanto fisicamente quanto na minha atividade institucional, decidi colocar fim ao meu reinado e abdicar da Coroa da Espanha, de modo que, através do Governo e das Cortes Gerais, seja realizada a efetividade da sucessão de acordo com as previsões constitucionais.

Assim acabei de comunicar oficialmente esta manhã ao Presidente do Governo.

Desejo expressar a minha gratidão ao povo espanhol, a todas as pessoas que encarnaram os poderes e as instituições do Estado durante o meu reinado e aos que me ajudaram com generosidade e lealdade a cumprir as minhas funções.

E a minha gratidão à Rainha, cuja colaboração e generoso apoio nunca me faltaram.

Guardo e guardarei sempre a Espanha no mais fundo do meu coração.

Seguem abaixo as datas mais importantes do reinado de Juan Carlos, da Espanha (76 anos), que, após 38 anos no poder, anunciou nesta segunda-feira sua abdicação em favor do filho, o príncipe Felipe (46), para conduzir a "renovação" da monarquia.

Muito apreciado por sua contribuição para o surgimento de uma Espanha democrática após 36 anos de ditadura (1939-1975), o rei se viu enfraquecido por vários problemas de saúde e escândalos.

A infanta Cristina, sua filha mais nova, foi indiciada por evasão fiscal e lavagem de dinheiro depois que seu marido, Iñaki Urdangarin, por acusado de desvio de fundos públicos.

- 5 de janeiro de 1938: Nascimento em Roma de Juan Carlos Alfonso Víctor María de Borbón y Borbón, filho mais velho do conde de Barcelona e neto do rei da Espanha Afonso XIII, que foi para o exílio com sua família durante a instauração da Segunda República em 1931. Aos 10 anos, foi enviado à Espanha para continuar sua educação com o ditador Franco.

- 29 de março de 1956: O príncipe mata acidentalmente com um tiro de pistola seu irmão mais novo Alfonso (14 anos) na residência de seus pais, em Estoril (Portugal). A responsabilidade de Juan Carlos só é revelada muito tempo depois.

- 14 de maio de 1962: Juan Carlos casa em Atenas com a filha do rei da Grécia, Sofia. O casal muda-se para o Palácio da Zarzuela, perto de Madri, e tem três filhos: Elena (1963), Cristina (1965) e Felipe (1968).

- 22 de julho de 1969: Toma posse nas Cortes (Parlamento) como o sucessor designado de Franco, com o título de rei.

- 22 de novembro de 1975: Juan Carlos é oficialmente proclamado rei da Espanha, dois dias após a morte de Franco. Seu pai renuncia formalmente aos direitos dinásticos em 1977.

- 6 de dezembro de 1978: Abolição oficial da ditadura, com a adoção por referendo (88%) de uma nova Constituição, tornando a Espanha uma monarquia constitucional e o rei o chefe de Estado.

- 23 de fevereiro de 1981: O rei frustra uma tentativa de golpe militar no Congresso. Ele ordena aos golpistas que retornem a seus quartéis e apela para "a manutenção da ordem democrática".

- Abril de 2004: Juan Carlos escapa de um ataque planejado pelo ETA em Palma de Mallorca, pouco depois dos atentados islamitas de 11 de março em Madri (191 mortos).

- Julho de 2010: Início do caso Noos, um caso de corrupção que traz à tona o desvio de 6,5 milhões de euros de fundos públicos e no qual está envolvido o genro do rei, Iñaki Urdangarin, e sua esposa a infanta Cristina.

- Abril de 2012: Juan Carlos é hospitalizado depois de fraturar o quadril em Botsuana, onde participava de uma caça de elefantes, em plena crise econômica. Ante os protestos na Espanha, o rei pede desculpas.

- 2 de junho de 2014: O rei anuncia sua renúncia em favor de seu filho, o príncipe Felipe, para impulsionar a "renovação" da monarquia com o nome de Felipe VI.

O Rei Juan Carlos I, da Espanha, evoluía de forma positiva, e deixou nesta segunda-feira a Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) da clínica madrilena de La Milagrosa, onde, neste domingo, foi operado por uma hérnia de disco e por uma estenose espinhal.

"A evolução de Don Juan Carlos durante a noite foi muito positiva e pôde descansar", afirmou um relatório médico lido nesta segunda-feira pelo gerente do hospital, Gaspar Palet.

O monarca saiu da UTI e "foi para o quarto às 11 horas (07h00 de Brasília), onde prosseguirá com o pós-operatório imediato", acrescentou o relatório médico, assinado pelo neurocirurgião Manuel de la Torre, que operou no domingo Don Juan Carlos, e pelo doutor Miguel Fernández Tapia-Ruano, chefe do serviço médico da Casa do Rei.

Don Juan Carlos, de 75 anos, foi operado no domingo da coluna lombo-sacra, depois de sofrer um agravamento de uma hérnia de disco e uma estenose espinhal, um estreitamento do canal espinhal - que contém a medula espinhal e as raízes nervosas - que, por sua vez, são pressionadas por este estreitamento, provocando dor lombar e nas pernas.

Os médicos retiraram segmentos herniados de disco em dois espaços intervertebrais da região lombo-sacra, descomprimiram o canal espinhal e colocaram uma pequena prótese na coluna.

O doutor De La Torre afirmou no domingo após a operação, a sétima a qual Juan Carlos se submeteu em dois anos e meio, que o Rei ficará por volta de uma semana no hospital e que precisará de "aproximadamente dois meses para uma recuperação completa".

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