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Uma juíza indígena comandará, a partir de setembro deste ano até o final de 2018, uma ampla investigação pública sobre os homicídios e desaparecimentos de mulheres aborígenes no Canadá, anunciou o governo nesta quarta-feira (3).

A conformação desta comissão de investigação é resultado de 18 sessões de consulta pública, durante as quais mais de 2.000 mulheres indígenas foram escutadas, desde dezembro de 2015, para estabelecer o alcance do trabalho. O corpo será presidido pela juíza aborígene Marion Buller, que será auxiliada por outros quatro comissários.

"O que temos escutado foi categórico e muito pessoal. Não há dúvidas de que exista uma necessidade urgente de examinar as causas subjacentes e profundamente sistêmicas desta violência, que inclui o racismo, o sexismo e o contínuo impacto do colonialismo", assinalou a ministra federal de Assuntos Aborígenes e do Norte, Carolyn Bennett.

Esta investigação, que tem sido solicitada há anos pelos líderes indígenas, sempre foi rejeitada pelo anterior governo conservador. A polícia, muitas vezes acusada de não investigar com o mesmo cuidado e rapidez esses desaparecimentos, registrou cerca de 1.200 mulheres indígenas desaparecidas ou assassinadas entre 1980 e 2012. Proporcionalmente esse valor é entre três e quatro vezes maior do que para o resto da população canadense.

Os aborígenes representam 4,3% da população canadense: 1,4 milhão de pessoas. A Investigação Nacional sobre as Mulheres e Crianças Aborígenes Desaparecidas e Assassinadas começará a funcionar em 1 de setembro e deverá entregar suas conclusões e recomendações em 31 de dezembro de 2018.

Os investigadores não poderão diferir em qualquer dos acusados na justiça, mas terão o poder de trazer testemunhas e exigir a apresentação de provas.

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