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Será lançado, nesta quinta-feira (26), o longa-metragem  A História da Eternidade, do autor pernambucano Camilo Cavalcante.  No enredo, amor, desejo e sonho compõem o cenário de um vilarejo no sertão nordestino. 

Apesar da estreia comercial ser hoje, no cinema da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), o filme foi exibido pela primeira vez no Festival Internacional de Rotterdam, na Holanda, em janeiro de 2014. De lá para cá, A História da Eternidade recebeu diversos prêmios, contabilizando 15 até o momento. Só no 6º Paulínia Film Festival a produção ganhou os prêmios de Melhor Filme, Melhor Direção, Melhor Ator (Irandhir Santos), Melhor Atriz (Marcélia Cartaxo, Zezita Matos e Debora INgrid) e Júri ABRACINE - Associação Brasileira de Críticos de Cinema.

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Segundo o autor, o filme se propõe a despertar as emoções do expectador de forma poética, através da história de três mulheres, de faixas etárias distintas, que vivem em um vilarejo no sertão pernambucano.  

Em entrevista ao Portal LeiaJá, o diretor comenta sobre o filme, carreira e incentivos audiovisuais no estado.

Confira na íntegra a entrevista com Camilo Cavante:

A História da Eternidade é o seu primeiro longa-metragem e estreia em grande estilo, já com algumas premiações. A que você atribui esse sucesso?

A História da Eternidade é um filme que toca a emoção do expectador. A gente vive um momento em que as pessoas são um pouco mais secas, emocionalmente falando. E a produção fala sobre sentimentos profundos, amor, desejo, sonhos, dor, culpa. Tudo isso de forma poética trazendo a emoção do expectador à tona. A gente se apresentou em diversos festivais no Brasil e no exterior,  onde recebemos 15 prêmios,   dentre eles o de grande público. Então, esse filme percorreu vários festivais e pudemos acompanhar a reação da plateia. O público saiu bastante comovido.  Acho que é um filme que vem, efetivamente, para emocionar. 

Por que você decidiu abordar o amor em três faixas etárias distintas?

O filme trata da alma feminina. Ele traz a história de três mulheres, de como elas amam, seus desejos, anseios, suas utopias individuais. Então há um recorte na vida dessas mulheres, de  três gerações diferentes ( Alfonsina, Querência e Das Dores) e fala desse amor que acho pertinente a todos nós, seres humanos. É um filme que se passa no Sertão, em uma pequena aldeia, mais é muito universal também, pois fala de sentimento. 

Quanto tempo levou para o longa ser finalizado?

Ele foi um pouco demorado, não na parte de execução mais levou um tempo entre escrever o roteiro, depois adaptá-lo no sentido de angariar recursos. Ao todo, foram 12 anos. Em 2010, ganhamos o concurso do Ministério da Cultura, para produção de longa-metragem de baixo orçamento e também  conseguimos incentivo do Funcultura, que possibilitou para que a gente começasse a filmar em 2012. Em 2013 finalizamos o filme e em 2014 a gente percorreu alguns festivais e agora estamos chegando de uma forma mais comercial nos cinemas. 

Você sabe dizer em quantas salas estão recebendo o filme?

Não sei exatamente em quantas salas a História da Eternidade será exibido, porque a estreia comercial acontece simultaneamente em Recife, São Paulo, Rio de Janeiro, Fortaleza, Salvador e Aracaju. Na capital pernambucana ele será exibido em  sessão especial no cinema da Fundação Joaquim Nabuco e na próxima quinta-feira (2)entra em cartaz no Cinemark do Shopping Rio Mar. Mas a expectativa é que ele também  seja exibido em outros cinemas do Recife.

A História da Eternidade também é título de um curta de sua autoria. Existe alguma semelhança entre as duas obras?

Na verdade só o contexto da ambientação no Sertão e a linguagem poética, porque o filme realmente tem o intuito de trazer a poesia para o cinema. Mas em termos de narrativa são muito diferentes. O primeiro era muito mais experimental,  enquanto esse tem uma narrativa mais clássica. 

A trilha sonora conta com a participação de Dominguinhos. Qual a relevância da música no filme?

Esse filme, de certa forma, é também um musical. Foi uma honra poder contar com a composição do saudoso Dominguinhos, pois foi o último trabalho dele antes de morrer. A gente tem um personagem no filme chamado de cego Everaldo, um sanfoneiro que toca as composições feitas por Dominguinhos no filme. Na trama a música também tem o papel de emocionar e sensibilizar o expectador.

Este ano você ano você completa 18 anos de produção cinematográfica. Por qual motivo você levou tanto tempo para produzir o primeiro longa?

Por conta das leis de incentivo, que são essenciais para as produções audiovisuais. A concorrência é grande e o funil muito estreito.  Então é preciso ter persistência e mesmo levando um não, tem que continuar tentando, mas sem parar de escrever. A arte é para emocionar. Se você acredita na sua ideia tem que seguir em frente e lutar por ela.

Seus próximos filmes seguirão o mesmo estilo de produção de A História da Eternidade?

Esse é  um filme muito especifico, com elenco grande, produção grande  e com efeitos.  Apesar de ser um filme de baixo orçamento sua produção custou cerca de R$2 milhões. Para não ter que passar mais 12 anos, vamos fazer os próximos projetos com orçamentos muito mais enxutos, com equipes pequenas e mais experimentais que possam me dar mais possibilidades de levantá-los com uma verba menor. 

O que você acha da política cultural de Pernambuco?

Nos últimos anos, a política cultural de Pernambuco, especificamente o Funcultura, tem criado  uma cadeia economicamente produtiva  importante para o audiovisual no estado.  Hoje a verba está em R$12 milhões, mas começou com R$2 milhões e foi crescendo.  Essa contribuição é fundamental para a continuação e manutenção desse programa cultural, porque isso possibilita que os produtores e idealizadores produzam para que se veicule, se difunda o cinema e se crie essa cadeia produtiva. A produção audiovisual movimenta a economia, gera emprego e renda não só nas produções em si, mas em diferentes áreas. Considero extremamente importante a manutenção do Funcultura, porque Pernambuco hoje é conhecido no Brasil e exterior  também pela sua produção cinematográfica. Os filmes que são idealizados aqui no estado, hoje são respeitados no Brasil e no exterior. 

O que os expectadores irão conferir em A História da Eternidade?

Um filme rodado em Santa Sé, um pequeno vilarejo de Petrolina, que fala sobre amor, sonhos, desejos. É um filme que emociona. Acho que quem vai assistir vai mergulhar nesse mundo que faz relação ao tempo, a espaço, em uma região que brota amores brutos, amores sem lapidação, esse amor que contagia e tá na tela do cinema. 

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