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O ator britânico David McCallum, que interpretou o médico legista Ducky na série criminalística "NCIS" durante 20 temporadas, faleceu nesta segunda-feira (25) aos 90 anos, informaram diversos meios de comunicação americanos.

McCallum, também lembrado por sua atuação na série "O Agente da U.N.C.L.E.", nos anos 1960, morreu rodeado por sua família em um hospital de Nova York, segundo a emissora CBS.

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"Era o pai mais amável, genial, paciente e carinhoso", disse seu filho Peter ao canal de televisão.

Após formar-se na prestigiada Royal Academy of Dramatic Art de Londres, McCallum atuou no épico de guerra "Fugindo do Inferno" (1963) ao lado de astros como Steve McQueen, James Garner, Charles Bronson e Donald Pleasence.

Mas foi no ano seguinte, como o enigmático espião russo Illya Kuryakin em "O Agente da U.N.C.L.E.", ao lado de Robert Vaughn no papel de Napoleon Solo, que McCallum consolidou sua fama. A série durou apenas quatro anos, mas o personagem acompanhou McCallum pelo resto de sua vida.

Em 2003, assumiu o papel do doutor Donald "Ducky" Mallard, médico legista do Serviço Naval de Investigação Criminal dos Estados Unidos (NCIS, na sigla em inglês) na série de mesmo nome, um grande sucesso com milhões de espectadores em todo o mundo.

A Justica Federal em São Paulo aceitou a denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal e colocou José Manella Neto, que foi médico legista na ditadura militar, no banco dos réus por falsidade ideológica e ocultação de cadáver.

A decisão é da juíza Maria Isabel do Prado, da 5.ª Vara Criminal Federal de São Paulo, que viu elementos suficientes para a abertura do processo. "A acusação está baseada em provas da existência de fato que, em tese, caracteriza infração penal e indícios suficientes de autoria delitiva. Assim reconheço a justa causa da ação penal", escreveu.

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A denúncia foi oferecida em abril pelo procurador Andrey Borges de Mendonça, que acusa o ex-médico de mentir no atestado de óbito do jovem soldado Carlos Roberto Zanirato, desertor do Exército e militante da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) morto em junho de 1969, enquanto estava sob custódia no Departamento de Ordem Pública e Social (DOPS) de São Paulo.

Na versão oficial dos militares, o preso político teria se aproveitado de um momento de 'descuido' dos policiais para se atirar, ainda algemado, na frente de um ônibus no cruzamento da rua Bresser com a avenida Celso Garcia, na região central da capital paulista, para onde havia sido escoltado em uma operação monitorada, uma emboscada, montada para prender outro militante. Não houve perícia, fotos da ocorrência ou abertura de inquérito policial. Embora tivesse identificação, Zanirato foi enterrado como indigente no Cemitério de Vila Formosa, sem aviso prévio aos familiares.

O Ministério Público Federal contesta a narrativa e sustenta que o ex-médico ocultou lesões sofridas por Zanirato em sessões de tortura e omitiu a identidade do jovem no laudo cadavérico. "A entrada no IML com o nome verdadeiro e a saída como 'desconhecido' é prova incontestável de que houve conivência do denunciado [Manella Netto], a fim de ocultar as marcas de tortura sofridas pela vítima, bem como a sua verdadeira identidade", diz um trecho da denúncia.

Manella Netto teve o registro para exercício profissional cassado ainda na década de 1990, após responder a um processo disciplinar no Conselho Regional de Medicina de São Paulo. Ao longo do procedimento administrativo, admitiu que o atropelamento não poderia ter sido apontado como a causa de alguns ferimentos identificados no corpo de Zanirato e reconheceu que a vítima apresentava sinais de agressões sofridas antes do choque com o ônibus.

COM A PALAVRA, JOSÉ MANELLA NETTO

Até a publicação desta matéria, a reportagem buscou contato com o ex-médico, mas sem sucesso. O espaço permanece aberto a manifestações.

O cantor britânico George Michael, que morreu em 25 de dezembro, em casa, na cidade inglesa de Goring-on-Thames, morreu de causas naturais, afirma o relatório final do legista.

As causas da morte do artista aos 53 anos foram uma "miocardiopatia dilatada com miocardite e gordura no fígado", afirma em um comunicado Darren Salter, legista chefe do condado de Oxfordshire, o que conclui a investigação, sem necessidade de um inquérito.

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O Ministério Público Federal denunciou o médico legista Antonio Valentini por supostamente forjar o laudo necroscópico de um preso político em 1972 e ocultar a verdadeira causa da morte. Ele trabalhava no Instituto Médico Legal de São Paulo e foi responsável pelo exame do cadáver do dirigente do Partido Operário Revolucionário Trotskista, Rui Osvaldo Aguiar Pfutzenreuter, capturado e morto por agentes da repressão.

As informações foram divulgadas no site do Ministério Público Federal em São Paulo (O número processual é 0009980-71.2016.4.03.6181. Os autos estão em tramitação na 4ª Vara Criminal da Justiça Federal em São Paulo.

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Segundo a Procuradoria da República, ‘apesar dos claros sinais de tortura no corpo, Valentini atestou, com informações falsas, a versão oficial de que o militante morrera após troca de tiros com policiais’.

A denúncia levada à Justiça Federal em São Paulo diz que Pfutzenreuter foi preso e torturado em 15 de abril de 1972 a mando do então chefe do Destacamento de Operações de Informações do II Exército (DOI) em São Paulo, Carlos Alberto Brilhante Ustra - morto em outubro de 2015.

Outros opositores ao regime militar presos na unidade militar naquele dia relataram que o militante morreu após ser submetido ‘a intensas sessões de tortura durante os interrogatórios, com a aplicação de golpes e choques elétricos e o uso de pau de arara’.

O corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal com solicitação de exame que indicava a versão dos agentes para a morte - Pfutzenreuter teria morrido ao reagir a uma abordagem policial e trocar tiros com os oficiais no Parque São Lucas, zona leste da capital paulista. O pedido de necropsia, segundo a denúncia, trazia anotada a letra "T", utilizada por órgãos de repressão para identificar os mortos por motivos políticos, considerados "terroristas".

Dez dias depois, Antonio Valentini emitiu o laudo necroscópico que apontou ‘anemia aguda traumática como causa do óbito, provocada por tiros no braço e no peito’.

"Os primeiros indícios de fraude vieram à tona quando o pai do militante, Oswaldo Pfutzenreuter, teve acesso a uma foto parcial do corpo em uma das várias visitas que fez aos órgãos oficiais em busca de informações sobre o filho", assinala o Ministério Público Federal.

Ao notar hematomas que foram descartados no atestado de Valentini, ele chegou a escrever uma carta ao então presidente Emílio Garrastazu Médici denunciando as violações de que Pfutzenreuter havia sido vítima, entre elas a falsidade da versão oficial sobre sua morte, sustenta a denúncia.

"A comprovação das fraudes veio com um parecer elaborado a pedido da Comissão Estadual da Verdade do Estado de São Paulo. Peritos avaliaram os dados que constam do laudo emitido por Valentini e constataram que o médico, além de ignorar as lesões causadas pela tortura, deixou de citar informações essenciais, como o trajeto das balas e sinais de hemorragia externa."

Segundo os especialistas, o documento é ‘de péssima qualidade técnica, omisso e incompleto’.

"Diferentemente do que consta dos registros oficiais, Rui foi privado de sua liberdade, torturado e morto, sem poder oferecer qualquer espécie de resistência, como ocorrera em diversos casos semelhantes durante o período de repressão aos dissidentes da ditadura militar que assolou o país. Por essas razões, com vistas a ocultar tais circunstâncias, é que o laudo elaborado pelo denunciado omitiu informações de tamanha relevância", escreveu a procuradora da República Ana Letícia Absy, autora da denúncia.

Valentini chegou a ser alvo de um processo de cassação de seu registro no Conselho Regional de Medicina de São Paulo, mas a Justiça determinou o arquivamento do caso devido à prescrição na esfera administrativa. No âmbito penal, porém, o Ministério Público Federal destaca que a conduta de Valentini ‘é imprescritível e impassível de anistia, uma vez que as violações foram cometidas em contexto de ataque sistemático e generalizado à população, em razão do regime ditatorial’.

"O Estado tinha pleno conhecimento desse ataque, o que qualifica a prática como crime contra a humanidade", diz a Procuradoria.

A ação pede que a Justiça não só condene Valentini por falsidade ideológica, mas também determine o cancelamento de sua aposentadoria, ‘já que o médico se valeu do cargo público que ocupava para cometer o crime’.

Segundo a Procuradoria, ‘os mesmos pedidos valeriam para outros agentes que participaram da elaboração do laudo necroscópico falso caso ainda estivessem vivos, entre eles o médico legista Isaac Abramovitc e o então diretor do Instituto Médico Legal de São Paulo, Arnaldo Siqueira’.

A reportagem não localizou Antonio Valentini. O espaço está aberto para sua manifestação.

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