Tópicos | LUIZ CARLOS BASSETO JÚNIOR

O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) denunciou o empresário Luiz Carlos Basseto Júnior por ameaçar e incitar o crime contra o advogado Cristiano Zanin. O ataque ocorreu no Aeroporto Juscelino Kubitschek, em Brasília, em 11 de janeiro, quando Zanin fazia parte da defesa de Luiz Inácio Lula da Silva e ainda não tinha sido nomeado para o cargo de ministro no Supremo Tribunal Federal (STF). O advogado deve assumir a cadeira na Corte em agosto.

Segundo o promotor Fernando Augusto Martins Cuóco, responsável pela apresentação da denúncia, o empresário "ameaçou a vítima Cristiano Zanin Martins de causar-lhe mal injusto e grave, uma vez que lhe disse diretamente 'vontade de meter a mão na orelha de um cara desse'. Na mesma data, hora e local indicados, o denunciado incitou, publicamente, a prática de crime, ao dizer que a vítima 'tinha que tomar um pau de todo mundo que tá andando na rua'".

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Basseto Júnior encontrou Zanin no banheiro do aeroporto quando o novo ministro do STF escovava os dentes. O empresário então chamou o advogado de 'vagabundo', 'safado', 'bandido' e 'corrupto', enquanto filmava a cena com seu celular. Zanin permaneceu calado e Basseto Júnior postou a gravação em suas redes sociais.

Ainda no início do ano, o empresário foi indiciado pela Polícia Civil do DF e acusado em queixa-crime ajuizada por Zanin na Vara Criminal de Brasília, no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT). A Justiça chegou a marcar audiências nessa ação, mas Basseto Júnior não foi encontrado.

O pedido do MP agora deve ser analisado pelo juiz Nelson Ferreira Júnior, da 6a Vara Criminal do Distrito Federal. O magistrado também é o responsável pela queixa-crime apresentada por Zanin.

Defesa

A reportagem busca contato com a defesa de Basseto Júnior. O espaço está aberto para a sua manifestação.

A Polícia Civil do Distrito Federal indiciou, nessa quarta-feira (25), Luiz Carlos Basseto Júnior, que hostilizou Cristiano Zanin, advogado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no aeroporto Juscelino Kubitschek, em Brasília. De acordo com o processo que corre no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJ-DFT), Basseto Júnior é acusado de crimes contra a honra e injúria.

O episódio aconteceu no banheiro do aeroporto, quando Zanin foi abordado enquanto escovava os dentes. Basseto Júnior, que aparece em gravação de celular com máscara de proteção facial e camiseta laranja, chama o criminalista de "vagabundo", "safado", "bandido" e "corrupto", enquanto filma a cena. "Vontade de meter a mão na orelha de um cara desse", afirma o homem. "Tinha que tomar um pau de todo mundo que está andando na rua." Diante da cena, o advogado permanece calado.

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A informação foi noticiada pelo colunista Ancelmo Gois, do jornal O Globo e confirmada pelo Estadão. Em nota enviada à reportagem, a Polícia Civil do Distrito Federal informou que um ofício da Polícia Federal sobre os fatos foi recebido e transformado em um termo circunstanciado no âmbito do DF. O processo foi enviado ao Poder Judiciário nesta quarta-feira.

Ainda próximo ao presidente Lula, Zanin consta da lista de possíveis indicados para assumir a vaga do ministro Ricardo Lewandowski no Supremo Tribunal Federal (STF) como o nome mais cotado. A atuação nos casos do petista e nas disputas empresariais dão ao advogado precedentes jurídicos que podem ser usados como trunfos em uma eventual indicação na Suprema Corte.

Como mostrou o Estadão, a possível indicação de Zanin impõe um desafio ético ao presidente. Durante a campanha eleitoral de 2022, o então candidato do PT à Presidência, afirmou, mais de uma vez, que nunca "indicou um amigo" para a Corte durante seus dois primeiros mandatos. Tratava-se de uma crítica ao então presidente Jair Bolsonaro, que indicou o ex-ministro da Justiça André Mendonça para a vaga que era ocupada por Marco Aurélio Mello.

Agora, como presidente, Lula terá de lidar com o dilema de indicar não apenas um amigo, mas o advogado que o defendeu durante a Operação Lava Jato.

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