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A Fundação dos Economiários Federais (Funcef), um dos maiores fundos de pensão do País, requereu ao juiz federal Sérgio Moro uma reparação pelos 'danos sofridos' pela Sete Brasil. O Ministério Público Federal, do Paraná, se manifestou, em 2 de outubro, contra o pagamento de ressarcimento ao fundo de pensão dos funcionários da Caixa Econômica Federal.

A Sete Brasil foi criada em 2010. A empresa, intermediadora da contratação de estaleiros com a Petrobras, é controlada pela estatal (5%) e pelo Fundo de Investimentos em Participações (FIP) Sondas (95%). A Funcef faz parte do FIP Sondas.

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Em 31 de julho, o fundo de pensão enviou um requerimento a Moro, alegando que 'os prejuízos causados pelo esquema instaurado por agentes e prepostos da Petrobras foram suportados por estes investidores'.

"A Funcef, assim como os demais investidores que aportaram recursos no chamado "Projeto Sondas", não tinha conhecimento na intenção de prepostas da Petrobras de replicar na Sete Brasil o mesmo esquema de corrupção que já contaminava as atividades da Petrobras. A Funcef aportou o correspondente 19,2% das cotas do FIP Sondas, que controlava, com 95% das ações, a Sete Brasil", informa o parecer.

Na manifestação, o fundo de pensão cita a sentença do juiz Moro de fevereiro deste ano. O magistrado condenou os marqueteiros João Santana e Monica Moura pelos crimes de lavagem de dinheiro.

A denúncia do Ministério Público Federal apontou que o uso da Sete Brasil permitiu a extensão do sistema de corrupção já implementado na Petrobras.

As investigações apontaram contratos firmados entre empresas do Grupo Keppel Fels, representada pelo operador de propinas Zwi Skornicki, e a estatal petrolífera, com pagamentos indevidos nas plataformas P-51, P-52, P-56 e P-58 e contratação de estaleiros. Segundo a Lava Jato, houve lavagem de ativos por meio de transferências de Zwi para Mônica Moura e João Santana, a partir de contas no exterior em nome de offshores não declaradas.

A Moro, a Funcef narrou que o magistrado determinou o valor mínimo de indenização em cerca de US$ 185 milhões. A quantia 'equivalente a 0,9% do valor de contratos da Sete Brasil e Petrobras pago com propina pelo Estaleiro Brasfels a prepostos da Petrobras'.

"A revelação do amplo esquema de corrupção instituído na Sete Brasil por prepostos da Petrobras resultou na ruína do Projeto Sondas e na redução do valor econômico da Sete Brasil a zero (ou mesmo a valor negativo), causando um prejuízo bilionário à Funcef, a seus participantes e assistidos", afirma o fundo de pensão.

"É inevitável a conclusão de que a Sete Brasil foi mecanismo jurídico concebido pela Petrobras, por meio de seus prepostos, para operacionalizar o esquema de desvio de recursos investidos por partes privadas, incluindo a Funcef."

No requerimento, o fundo relata que está movendo uma ação privada de ressarcimento contra a Petrobras.

"A Funcef requer que este juízo determine o valor mínimo para reparação dos danos sofridos pela Funcef em decorrência do crime, sem prejuízo da ação privada de ressarcimento por meio de procedimento arbitral instaurado pela Funcef em face da Petrobras."

O Ministério Público Federal alega que a ação penal já foi julgada.

"Considerando que a ação penal se encontra em fase de recurso, ainda que esse MM. Juízo tivesse reconhecido a possibilidade de fixar a reparação mínima para os danos, tem-se que a pretensão da Funcef foi tardiamente deduzida, não podendo ser examinada na fase de recurso, sob pena de supressão da instância", afirma a força-tarefa.

"Requer o Ministério Público Federal seja desacolhido o pedido veiculado pela Funcef, sem prejuízo de que tal tema seja tratado em ação própria."

A Petrobras aposta no slogan "superação" em sua mais recente propaganda para tentar reverter a crise de imagem desencadeada pelas denúncias de corrupção na estatal. Veiculado em horário nobre da TV, o anúncio começou a ser divulgado três dias antes de a presidente Dilma Rousseff convocar ministros para uma "batalha de comunicação".

Com duração de um minuto, divulgado na TV e na internet, o filme resgata a história da companhia, passando pelo pré-sal. Sobre uma imagem da Bolsa de Valores, o narrador afirma que, hoje, os desafios são outros. "Por isso estamos aprimorando a governança e a conformidade da gestão. Seja qual for o desafio, a nossa melhor resposta sempre será aquela palavra que nos acompanha desde o começo: superação."

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Na terça-feira, 3, a estatal ocupou duas páginas dos jornais de maior circulação do País para destacar o prêmio recebido pelo comitê da Offshore Technology Conference (OTC), dos Estados Unidos. Os custos de comunicação na TV e nos jornais fazem parte do orçamento com publicidade de R$ 330 milhões, que deve ser gasto no período de um ano.

O filme, peça-chave da campanha assinada pela carioca NBS, é o primeiro investimento de peso na imagem da companhia desde julho do ano passado, quando propagou a marca de produção de 500 mil barris por dia no pré-sal.

A virada publicitária ocorreu na semana de 18 a 24 de janeiro, quando o ex-diretor Nestor Cerveró acusou o conselho da empresa de ter sido negligente na compra da refinaria de Pasadena (EUA). E o mercado ainda convivia com o suspense sobre o balanço financeiro com data de divulgação indefinida desde novembro.

Tema

"Superação" é tema também de um blog da Petrobras, que atrela a campanha ao anúncio da contratação de João Elek para a Diretoria de Governança, Risco e Conformidade. No Facebook, a campanha gerou polêmica. De um lado, comentários sobre o orgulho de trabalhar na empresa; de outro, manifestações como "superação ou superfaturamento?"

"No momento em que toda população não fala de outra coisa, vir com discursos de superação serve para irritar", diz o publicitário Lula Vieira. Presidente da Associação Brasileira de Publicidade, Armando Strozenberg evitou comentar a campanha na TV, mas disse que toda propaganda é válida se for relacionada a fatos concretos, como o prêmio concedido pela OTC.

Alvo das investigações na Operação Lava Jato, a empresa descartou qualquer relação da campanha publicitária com o escândalo. "A campanha não tem por objetivo tratar de nenhuma questão relacionada à Operação Lava Jato. Nos últimos anos, a Petrobras vem desenvolvendo sempre uma grande campanha institucional anual, a fim de comunicar os desafios da empresa e contribuir para a implementação de sua estratégia corporativa e os resultados do negócio", diz nota da estatal.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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