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Um dos mais respeitados grupos teatrais do Nordeste, o Clows de Shakespeare, estreou, nesta sexta (18), sua montagem do clássico do teatro mundial Hamlet. A apresentação aconteceu no Teatro de Santa Isabel, dentro da programação do 19º Janeiro de Grandes Espetáculos. O grupo tem uma programação intensa durante o festival, com a apresentação de mais duas peças, a realização de uma oficina e o lançamento do projeto Cartografia do Teatro de Grupo do Nordeste.

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Com direção de Márcio Aurélio, um dos mais importantes diretores da cena contemporânea do teatro brasileiro, a releitura do clássico de Shakespeare empolgou a plateia, que reagiu em vários momentos da peça. O texto, escrito há quatro séculos, é ainda atual no que diz respeito às relações humanas e à fraqueza pelo poder. "O que acontece na peça é o que acontece desde sempre", opina o diretor Márcio Aurélio, pela primeira vez trabalhando em conjunto com o Clows de Shakespeare.

Foram cerca de três meses de preparação para a montagem, que teve a difícil missão de revisitar talvez o mais encenado e referenciado texto teatral de todos os tempos. Apesar da linguagem e da história serem antigas, o grupo e o diretor tiveram o cuidado de atualizar a cena, trazendo referências contemporâneas ao espetáculo. A trilha sonora tem guitarras roqueiras e há um microfone no palco usado para algumas falas, dando em alguns momentos um ar de show ao espetáculo.

Há ainda comentários nos diálogos, quase cacos, e até piadas metalinguísticas, como quando da chegada da trupe de atores que visitam Hamlet, identificada como Clows de Shakespeare. Em diferentes momentos, o riso foi despertado na plateia, que se manifestou várias vezes.

Mas a força do texto de Shakespeare se impõe, e a encenação foca nos diálogos e atores, fazendo pouco uso de piruetas técnicas. O cenário é enxuto, com poucos objetos, e nada literal. A luz do espetáculo é muito bem desenhada e proporciona momentos muito plásticos, com destaque para a aparição do fantasma do rei a Hamlet. A simplicidade cênica é explicada pelo diretor Márcio: "Os recursos da época em que a peça foi escrita eram mínimos. Shakespeare e seus atores acreditavam numa relação direta com o público". Ao fim, o grupo foi aplaudido de pé.

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