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Observadores da Organização das Nações Unidas (ONU) ficaram sob fogo nesta quinta-feira quando tentavam chegar ao local do mais recente massacre que aconteceu na Síria - cerca de 80 pessoas, incluídas mulheres e crianças que foram mortas a tiros e a facadas. As mortes, que ocorreram em Mazraat al-Qubair, na província de Hama, podem ter sido a quarta matança de civis na Síria nas últimas duas semanas. A oposição acusa o governo sírio de ser o responsável pelas mortes. O governo negou responsabilidade e acusou "terroristas".

A informação sobre o ataque aos observadores partiu do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon. Segundo ele, os observadores tentavam chegar às fazendas, na província de Hama, quando o carro em que estavam sofreu o disparo de armas leves. Nenhum observador ficou ferido, disse Ban. Os observadores tiveram que voltar pela estrada e não puderam entrar no vilarejo de Mazraat al-Qubair.

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O enviado especial da Organização das Nações Unidas (ONU) e da Liga Árabe para a Síria, o ex-secretário-geral da ONU, Kofi Annan, advertiu hoje contra a permissão de que "assassinatos em massa virem parte da realidade diária na Síria". Annan negociou um plano de cessar-fogo entre governo e opositores sírios que deveria ter vigorado a partir de 12 de abril, mas a trégua foi repetidamente desrespeitada. "Se as coisas não mudarem, o futuro tende a ser de repressão brutal, massacres, violência sectária e mesmo uma guerra civil", disse Annan.

O vilarejo de Mazraat al-Qubair, uma comunidade agrícola de 160 pessoas, a maioria beduínos, fica na província de Hama, na Síria central. Ativistas dizem que os moradores são muçulmanos sunitas, mas estão cercados por vilarejos de muçulmanos alaiutas. Os alauitas são um ramo dissidente do Islã xiita e são uma minoria na Síria, cerca de 10% da população. A maioria dos sírios, 76%, é de sunitas. O presidente sírio Bashar Assad é alauita.

Um morador disse que tropas bombardearam o vilarejo por cinco horas na quarta-feira, antes que milícias do governo, conhecidas como shabiha (fantasmas, em árabe) invadissem Mazraat al-Qubair em busca de soldados desertores. A maioria dos shabiha são alauitas e temem a oposição síria, cuja maioria é formada por sunitas. O morador disse que os shabiha "mataram todos que puderam alcançar".

As informações são da Associated Press e da Dow Jones.

A oposição síria acusou forças do governo do presidente Bashar Assad de desfecharem mais um massacre de civis nesta quarta-feira, desta vez na província de Hama. O número de civis mortos ainda não está claro. Segundo o jornal libanês An Nahar, pelo menos 47 civis, a maioria mulheres e crianças, foram chacinadas no vilarejo de Mazraat al-Qubair, na província de Hama. A versão on line do jornal libanês cita os Comitês de Coordenação Local, um dos grupos opositores sírios. Já a Sky News, ao citar o Conselho Nacional da Síria, afirmou que foram mortas 78 pessoas em uma matança que aconteceu em Hama.

Se confirmada, a matança se somará a outros episódios violentos que aconteceram nesta quarta-feira na Síria - mais cedo, insurgentes e desertores sírios atacaram tropas do governo ao redor de Damasco. Pelo menos 18 pessoas teriam sido mortas em episódios violentos no país nesta quarta-feira, sem contar os civis que teriam sido chacinados em Mazraat al-Qubair. "Confrontos violentos ocorreram no subúrbio de Harasta entre tropas do governo e insurgentes", disse o Observatório Sírio pelos Direitos Humanos, organização opositora com sede em Londres.

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Mais cedo, os insurgentes partiram para a ofensiva não apenas nos subúrbios de Damasco, como também na cidade costeira de Latakia. Um estudante foi morto por forças do regime em Hreitan, na província de Alepo, disse o Observatório. Outros dois civis foram mortos em um tiroteio no vilarejo de Sheikh Issa.

Na província sulista de Deraa, confrontos entre soldados regulares e desertores no vilarejo de Lajat deixaram três soldados do governo mortos e oito feridos, disse o Observatório. Três outros soldados também foram mortos por insurgentes no vilarejo de Srakeb, na província de Idlib, perto da Turquia.

AS informações são da Associated Press, Dow Jones e do diário An Nahar.

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