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O papa Francisco condenou "a hipocrisia" e as "meias-verdades" que dividem a Igreja e pediu a religiosos e católicos que se encham de "coragem" e tirem a "máscara" da falsidade.

Em sua audiência geral de quarta-feira (25) na sala Paulo VI do Vaticano, o sumo pontífice advertiu que a hipocrisia "põe a unidade da Igreja em perigo".

Francisco pediu que "não se tenha medo da verdade e nem se escondam atrás de uma máscara", porque isso "não nos permite sermos nós mesmos".

"A hipocrisia é particularmente detestável na Igreja e, infelizmente, existe. Há tantos cristãos e ministros hipócritas", admitiu.

A hipocrisia é "o medo de dizer a verdade abertamente, é fingir, ou aparentar algo para ficar bem aos olhos dos demais", acrescentou, em sua saudação em espanhol.

"As meias-verdades são uma ficção", frisou.

As palavras do papa coincidem com uma tentativa, por parte de setores ultraconservadores, de gerar polêmica sobre uma possível renúncia do papa Francisco, após sua operação no cólon em julho passado.

Em matéria publicada na segunda-feira (23) no jornal de extrema direita Libero Quotidiano, sem qualquer fonte e assinada por Antonio Socci, um dos maiores críticos de Francisco, afirma-se que o pontífice estaria pronto para renunciar, devido a seus problemas de saúde.

Desde que foi eleito para o trono de Pedro em março de 2013, Francisco teve de enfrentar uma dura dissidência interna que resiste a toda e qualquer mudança. Nos últimos anos, o papa argentino aguenta ondas de críticas, feitas até por setores da Cúria Romana e alimentadas por alguns veículos de comunicação.

Nos últimos meses, devido ao crescente ceticismo sobre a vacina contra o coronavírus, o papa também entrou em confronto com grupos de religiosos conservadores, contrários à imunização. Pediu-lhes que superem suas reservas e ajudem a estimular a vacinação generalizada contra a covid-19.

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