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A principal temporada de festivais religiosos da Índia voltou com força, com multidões lotando os mercados e feiras pela primeira vez em dois anos, apenas seis meses após um surto devastador da Covid-19.

O vírus ainda mata mais de 200 pessoas por dia neste país de 1,3 bilhão de pessoas, mas é bem menos do que as 4 mil mortes diárias entre abril e maio.

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A maior parte das atividades voltou ao normal, e a Índia já aplicou quase 1 bilhão de doses de vacinas, com cerca de 75% da população pelo menos parcialmente inoculada.

A temporada festiva da Índia inclui as celebrações de Durga Puja, Dussehra e Diwali, grandes festivais hindus comemorados em todo o país com cor e exuberância.

É a época em que as pessoas gastam mais em roupas, doces, veículos e outros bens de consumo, vitais para levantar a conturbada economia indiana, a sexta maior do mundo.

Nesta quinta-feira (14), em Calcutá, multidões desfilaram pelos coloridos "pandales", estruturas temporárias para instalar figuras da deusa hindu Durga.

Na cidade tentacular, capital do estado de Bengala Ocidental, agentes de trânsito usavam alto-falantes para lembrar, em vão, sobre o distanciamento social seguro.

Muitos participantes, porém, usavam máscaras.

"É tempo de festa, então as pessoas vão vir para aproveitar. Agora não há restrições, o governo nos autorizou (para comemorar), então estamos aproveitando", disse Aradhana Gupta à AFP.

Outra participante, Riya Tai, lamentou não ter podido participar do festival no ano passado, quando as restrições ao vírus estavam em vigor.

"Agora estou feliz, embora a multidão seja excessiva. Estou suando como louca, mas estou gostando", comentou entre a batida de tambores e o som da música.

Os estados vizinhos de Bihar e Assam também receberam grandes multidões, bem como os estados ocidentais de Maharashtra e Gujarat.

O governo do primeiro-ministro Narendra Modi lançou uma campanha chamada "Missão 100 Dias" na segunda-feira, para lembrar a necessidade de prevenir um surto de Covid-19.

"Estamos pedindo aos estados que fiquem muito vigilantes nos próximos 100 dias e garantam que o comportamento preventivo seja observado", disse um funcionário público ao Hindustan Times.

"Só então poderemos salvar o país de uma retomada inesperada de casos", acrescentou.

Para o especialista em saúde comunitária Rajib Dasgupta, a alta cobertura de vacinação pode proteger o país de um novo surto, a menos que surja uma variante altamente contagiosa.

No último sábado (17), a cantora sertaneja Mariana Fagundes realizou um show na cidade de Tailândia (PA). Durante a apresentação, uma multidão se aglomerou e não seguiu as recomendações de distanciamento social da Organização Mundial da Saúde (OMS) para prevenção do coronavírus (Covid-19).

O show era parte da programação da exposição agropecuária promovida pelo Sindicato Rural Exportai 2020. As fotos publicadas pela rede social da cantora mostram pessoas próximas e sem máscara. "Lancei essa música e nem pude fazer meus shows cantando ela. Mas hoje eu voltei pro palco e foi assim brigada brigada brigada! Só Deus sabe viu!", escreveu a cantora no post do Instagram.

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Devido a repercussão negativa dos seguidores, a artista bloqueou os comentários da postagem. Em outras publicações, alguns usuários seguiram criticando Mariana. "Me manda a vacina do covid amiga! Porque nem parece que está rolando uma pandemia com 1 milhão de mortos", publicou uma seguidora. "A intenção era matar o povo de covid? Calma, o Brasil ainda está entre os primeiros", comentou outra.

A Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) disse em nota que a liberação e realização desses eventos são de responsabilidade de cada município. Segundo a prefeitura de Tailândia, o show seguiu todos os protocolos de segurança, que inclui medição de temperatura e distribuição de álcool em gel e máscaras.

Uma impressionante multidão de milhares de jovens e adultos se aglomerava nesta sábado (24) no centro de Washington, assim como em outras cidades dos Estados Unidos, pedindo medidas para controlar o acesso às armas de fogo.

As marchas foram convocadas e organizadas por jovens estudantes, cansados dos constantes ataques a tiros e massacres em escolas com armas de fogo, que deixam cerca de 30 mil mortos a cada ano no país. Multidões de adultos se somaram às manifestações, no que já se considera um dos maiores protestos em pelo menos uma geração.

Os oradores mais ovacionados em Washington foram vários dos sobreviventes do massacre do mês passado em uma escola de Parkland, na Flórida, onde 14 estudantes e três adultos foram mortos a tiros. "Se juntem a nós e se preocupem, porque os eleitores vão falar", disse Cameron Kasky, sobrevivente desse ataque.

David Hogg, outro sobrevivente, falou à multidão que "podemos e vamos mudar este mundo". "Quantos mais têm que morrer?", perguntavam na fria manhã deste sábado incontáveis cartazes em referência ao último massacre de Parkland. "Eu serei a próxima?", dizia um carta levado por uma jovem em meio à multidão.

"Livros, não armas", "Protejam a vida dos jovens, não as armas", "Chega de armas!", eram algumas das frases repetidas milhares de vezes pela multidão que se mobilizava pela Avenida Pensilvânia, que liga a Casa Branca ao Capitólio, sede do Congresso.

Formalmente, a "Marcha pelas nossas vidas" pede a proibição da comercialização de fuzis de assalto, da venda livre de carregadores para armas semiautomáticas e o reforço dos controles de antecedentes das pessoas interessadas em comprar armas.

- Classe política na mira -

Entretanto, a ira dos manifestantes tem foco fundamentalmente na classe política, que tem sido incapaz de articular uma resposta efetiva à generalizada violência com armas de fogo.

"Estou cansada! Não quero mais que os políticos dediquem seus 'pensamentos e orações' a esta tragédia. Queremos ações! Queremos que façam algo! Já chega!", disse à AFP a estudante Rose Gomez, de 17 anos, que se somou à marcha acompanhada de toda a sua família.

Outros manifestantes pediam a reforma da Segunda Emenda à Constituição, que consagra o direito aos cidadãos de possuírem armas de fogo. Muitos outros reclamavam o fim da influente Associação Nacional do Rifle (NRA), poderoso lobby que defende a posse de armas e contribui para campanhas políticas.

"Não deveríamos ter armas em nossa sociedade. Esses meninos têm toda razão", disse Jeff Turchin, de 68 anos, que foi ao protesto.

O senador democrata Chris Murphy, que representa o estado do Tennessee, onde 20 crianças foram mortas a tiros em uma escola em 2012, disse neste sábado que o movimento lançado pelos estudantes "deve se tornar uma força eleitoral".

As marchas deste sábado têm o apoio de personalidades públicas americanas.

O ator George Clooney e sua esposa, a advogada de direitos humanos Amal, doaram meio milhão de dólares ao movimento. Oprah Winfrey e Steven Spielberg também somaram seu apoio, e o ator Bill Murray comparou as manifestações deste sábado com os protestos contra a Guerra do Vietnã na década de 1960.

Para a marcha em Washington figuras conhecidas já confirmaram sua presença, como Ariana Grande, Jennifer Hudson, Demi Lovato, Justin Timberlake e Miley Cyrus.

- Alcance nacional -

Enquanto o centro da capital americana era tomado por jovens, crianças e adultos, o mesmo acontecia em quase 100 cidades de todo o país. Um dos protestos acontecia em Parkland, na Flórida, onde, no mês passado, ocorreu o massacre em uma escola.

Em Nova York, a marcha contou com a presença do músico Paul McCartney, que caminhava junto com a multidão. "Um dos meus melhores amigos foi vítima da violência com arma de fogo perto daqui", declarou McCartney, em referência ao assassinato a tiros de John Lennon, em 1980.

Também foram realizadas manifestações em Atlanta, Boston, Chicago, Cincinnati, Dallas, Houston, Miami, Minneapolis, Nashville e Seattle, entre muitas outras.

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