Tópicos | Nova Yorl

Os principais índices do mercado de ações dos Estados Unidos fecharam em baixa, nas mínimas da sessão, refletindo a preocupação dos investidores com dados fracos sobre a atividade industrial da China e também com a baixa procura por títulos da dívida da Alemanha em um leilão realizado mais cedo.

O declínio também foi motivado pela cautela antes do feriado do Dia de Ação de Graças, amanhã. Amanhã as bolsas dos EUA não abrirão e na sexta-feira fecharão mais cedo, mas muitos investidores pretendem esticar o feriado até o fim de semana. "Não queremos ficar muito expostos se alguma coisa bater no ventilador", disse Mikel Keifer, estrategista de investimento da Jurika, Mills & Keifer. "As pessoas querem poder aproveitar o feriado prolongado e provavelmente isso provocou um excesso de vendas", acrescentou.

##RECOMENDA##

O Dow Jones caiu 236,17 pontos, ou 2,05%, para 11.257,55 pontos. O Nasdaq recuou 61,20 pontos, ou 2,43%, para 2.460,08 pontos, enquanto o S&P 500 teve declínio de 26,25 pontos, ou 2,21%, para 1.161,79 pontos. Foi o menor fechamento do Dow Jones e do S&P 500 desde 7 de outubro. No caso do Nasdaq, o fechamento é o mais baixo desde 4 de outubro.

Hoje o governo da Alemanha pretendia vender 6 bilhões de euros em bônus com vencimento em janeiro de 2022, mas o mercado enviou um total de propostas equivalente a 3,889 bilhões de euros, deixando o leilão tecnicamente descoberto. Diante disso, o banco central da Alemanha decidiu vender 3,644 bilhões de euros em papéis.

A fraca procura pelos títulos deixou investidores preocupados com a possibilidade de a crise de confiança nas dívidas da zona do euro estar se aproximando das grandes economias da região. "Se o núcleo for atingido, as coisas ficarão muito mais difíceis nos EUA, mesmo que apenas 15% dos componentes do S&P 500 dependam da Europa", disse Paul Atkinson, diretor de negócios com ações norte-americanas do Aberdeen Asset Management. Ele ressaltou, no entanto, que os fundamentos da economia alemã são fortes.

Segundo analistas, a baixa demanda por títulos da dívida da Alemanha em momentos de alta aversão ao risco não é incomum, pois nesse contexto o preço desses bônus tende a subir, diminuindo o retorno financeiro proporcionado pelos juros, que incidem sobre o valor nominal dos papéis. "Foi a riqueza extrema da dívida alemã que pesou sobre a demanda", afirmou Annalisa Piazza, economista da Newedge.

Hoje, por exemplo, aqueles que compraram bônus alemães tiveram de pagar um valor em média 0,15% maior do que o valor nominal dos títulos, o que resultou num retorno de 1,98% - taxa menor do que o juro nominal dos papéis, de 2,0%.

Os receios com a baixa demanda ajudaram a impulsionar os preços dos Treasuries e a reduzir os juros desses títulos, que também são considerados ativos seguros. No final da tarde em Nova York, o juro projetado pelos T-bonds de 30 anos estava em 2,830%, de 2,895% na terça-feira; o juro das T-notes de 10 anos estava em 1,880%, de 1,930%; o juro das T-notes de 2 anos estava em 0,260%, de 0,253%.

Os indicadores divulgados hoje não ajudaram as bolsas norte-americanas a sair do vermelho. Na China, a leitura preliminar de um índice de atividade industrial do HSBC caiu para 48,0 em novembro, de 51,0 em outubro, sugerindo que um dos principais setores da economia chinesa voltou a registrar contração.

Nos EUA, os dados foram mistos. A renda pessoal dos norte-americanos aumentou 0,4% em outubro ante setembro, acompanhados por um avanço de 0,1% nos gastos com consumo. Analistas previam que ambos os indicadores apresentariam alta de 0,3%.

Além disso, o número de norte-americanos que entraram com pedido de auxílio-desemprego na semana passada aumentou 2 mil em relação à semana anterior, em linha com as estimativas de analistas, enquanto as encomendas de bens duráveis encolheram 0,7% em outubro ante setembro, ante previsão de declínio de 1,5%.

Entre os destaques da sessão, a Ford caiu 2,58%. Hoje a agência de notícias oficial da Espanha disse que a unidade da montadora no país estaria negociando com os sindicatos para que cerca de 4 mil funcionários aceitem uma dispensa com remuneração reduzida de 39 dias no ano que vem. As informações são da Dow Jones.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando