O ministério da Migração da Grécia informou que quase 800 dos 12.000 migrantes que estavam no campo incendiado de Moria se estabeleceram em um novo centro temporário, construído em caráter de urgência pelas autoridades na ilha de Lesbos.
No grupo, 21 testaram positivo para o novo coronavírus, de acordo com os dados divulgados na segunda-feira (14) à noite pelo ministério.
Durante a madrugada de 8 para 9 de setembro, o campo de migrantes de Moria, o maior da Europa e inaugurado há cinco anos, no auge da crise migratória, foi completamente destruído pelas chamas, o que deixou 12.000 pessoas desabrigadas.
A maioria continua dormindo nas ruas, nos campos agrícolas ou em edifícios abandonados. Estas pessoas se recusam a seguir para o novo campo instalado perto das ruínas de Moria - temem não poder sair da ilha.
Mas quase 800 pessoas, de acordo com o governo grego, entraram no campo temporário, fechado à imprensa, apesar do calor e da falta de duchas e colchões, segundo os depoimentos ouvidos pela AFP.
Alguns migrantes temem a animosidade dos habitantes da ilha, muitos deles contrários à permanência dos refugiados em Lesbos. Os incidentes entre solicitantes de asilo e residentes, incluindo partidários da extrema-direita, são frequentes desde o ano passado.
O prefeito de Egeo do Norte, Kostas Mountzouris, um dos maiores opositores ao plano do governo de estabelecer um campo fechado na ilha para substituir Moria, pediu a empresários e trabalhadores que protestem nesta terça-feira para pedir "a retirada dos migrantes da ilha por barco".