Passados seis meses do terremoto que deixou mais de mil mortos e milhares de pessoas sem casa no sudeste do Afeganistão, novas casas foram construídas, para grande alívio dos desabrigados, que enfrentam o rigor do inverno.
"Quando cheguei aqui, minha mãe, meus irmãos, todos já estavam enterrados", disse à AFP Rasool Badshah, que recebeu as chaves de sua nova casa de pedra no distrito de Barmal no final de semana.
O jovem trabalhava no Paquistão quando um terremoto de magnitude 5,9 atingiu esta região empobrecida e isolada do sudeste do Afeganistão em 22 de junho.
Mais de 1.000 pessoas morreram, incluindo seus pais e parentes, e outras 3.000 ficaram feridas. Milhares de moradores também ficaram desabrigados, porque as casas de tijolo e barro não resistiram aos tremores.
Mais de 7.000 famílias foram afetadas pelo terremoto no distrito de Barmal.
"O Acnur se concentra nas famílias, cujas casas foram 100%, ou mais de 60%, destruídas", explicou à AFP Léonard Zulu, representante do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), quando as primeiras casas foram entregues.
Das 1.000 novas casas de pedra planejadas pela agência de refugiados das Nações Unidas, cerca de 700 serão concluídas até o final de dezembro em Barmal, na província de Paktika. Mais 300 estão previstas para serem construídas no distrito vizinho de Spera, elevando para 1.300 o número total de abrigos construídos pelo Acnur até 2023 nesta região.
“Nossas casas de barro foram transformadas em casas de concreto. É muito bom, não poderíamos ter feito estas casas, nem nossos filhos e netos (...). Precisa de muito dinheiro, e não podíamos pagar”, celebrou Rasul Badshah.
As casas construídas pelo Acnur são equipadas com painéis solares e baterias para iluminação, além de fogões de cozinha. Banheiros também foram construídos perto dos quartos.
“Na primavera, começaremos a construir duas escolas nos bairros, onde a comunidade identificou e entregou o terreno. Além disso, vamos construir uma clínica para a comunidade”, contou Léonard Zulu.
O Afeganistão é, frequentemente, atingido por terremotos, em especial na cordilheira Hindu Kush, que fica perto da junção das placas tectônicas da Eurásia e da Índia.