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Ficou para a próxima terça-feira (3) a votação do projeto de resolução que cria novas regras para a análise de vetos presidenciais pelo Congresso Nacional (PRN 1/15). Com isso, adiou-se também a votação de quatro vetos que trancam a pauta de votações: a mudança na jornada de trabalho de psicólogos (PL 3338/08); a renegociação da dívida de municípios (PLP 238/13); a diminuição da contribuição social de empregado doméstico (PL 8072/10); e a reutilização de ônibus apreendidos como transporte escolar (PL 6711/09).

O veto do reajuste em 6,5% da tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física (PLV 18/14, resultante da Medida Provisória 656/14) continuará fora da pauta do Congresso, já que ele só passa a trancar os trabalhos a partir da próxima quarta-feira (4). A derrubada deste veto tem sido defendida pela oposição desde o início do ano, enquanto o governo afirma que só suporta um reajuste em 4,5%, como o proposto pela MP 644/14, que não votado pelo Congresso e perdeu a validade.

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O adiamento da votação desta terça-feira foi causado pela falta de acordo sobre mudanças feitas pelo relator, senador Jorge Viana (PT-AC), no projeto de resolução que altera a norma de vetos. “Não há ainda um entendimento maduro para esta questão grave e séria para o futuro do Congresso”, reconheceu o senador Romero Jucá (PMDB-RR), que presidia a sessão, antes do encerramento da discussão.

Cédulas eletrônicas

O projeto acelera a votação dos vetos – com a previsão de cédulas eletrônicas e limites de discussão e de apresentação de destaque. O objetivo é evitar que a votação demore horas pelo uso de manobras de obstrução. No ano passado, amparada nos Regimentos da Câmara e do Senado, a oposição conseguiu atrasar por cerca de dez horas o fim da votação de vetos, com o objetivo de impedir a análise do projeto que alterou a meta de superavit (PLN 36/14).

A oposição, no entanto, não gostou de mudanças feitas no projeto sobre os vetos. O líder do DEM, deputado Mendonça Filho (PE), pediu o adiamento da votação para que as novas regras sejam negociadas. “Prometi que não iria criar obstáculos ao texto apresentado aos líderes, mas o que foi lido é diferente e não vou referendar. Não vamos nos esforçar para montar um projeto de resolução ao arrepio da Constituição para atender ao governo e atropelar a minoria”, disse Mendonça.

O pedido de mais tempo foi aceito por Viana. “Isso me ajuda, temos tempo de negociar o novo texto”, disse o relator. Ele garantiu que fez mudanças no texto para atender pedidos da oposição, especialmente o líder do PSDB no Senado, senador Cássio Cunha Lima (PB). Entre as mudanças que Viana sugeriu está a discussão individual de cada artigo destacado para votação em separado – falarão dois deputados e dois senadores. Os líderes também poderão encaminhar os destaques.

O projeto original previa apenas uma discussão de todos os vetos da pauta antes do início da votação, com direito de fala de quatro senadores e seis deputados. Viana também aceitou uma emenda para que os destaques sejam assinados pelos líderes e não por cada deputado da bancada.

*Com informações da Agência Câmara

O Congresso Nacional reúne-se na terça-feira (24), às 19h,  para exame de vetos presidenciais. Quatro deles passam a trancar a pauta de votações a partir do fim do mês, e precisam ser apreciados para que possa ser concluída a votação do Orçamento da União de 2015.

O Veto 31/2014 foi apresentado ao Projeto de Lei da Câmara (PLC) 150/2009, que dispõe sobre a jornada de trabalho do psicólogo e altera a Lei 4.119/1962. O projeto determina que a duração da jornada de trabalho dos psicólogos, bem como a definição do percentual de remuneração extraordinária devem ser fixados por instrumento coletivo de trabalho.

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Em mensagem encaminhada ao Congresso, a presidente da República alega que o projeto foi vetado integralmente por ser contrário ao interesse público. De acordo com o Executivo, a redução da jornada semanal proposta impactaria o orçamento de entes públicos, notadamente municipais, com possível prejuízo à política de atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS). O governo argumenta ainda que o projeto poderia elevar o custo também para o setor privado de saúde, com ônus ao usuário.

Créditos

Já o Veto 32/2014 foi apresentado ao Projeto de Lei da Câmara (PLC) 99/2013 — Complementar, que altera a Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar 101/2000). O projeto exige um quórum diferenciado para fins de aprovação de convênio que tenha por objeto a concessão de remissão dos créditos tributários constituídos em decorrência de benefícios ou incentivos fiscais, entre outras alterações. O governo alega que o veto justifica-se pela alteração da conjuntura econômica, uma vez que o projeto foi apresentado em momento de expansão da arrecadação.

Transporte escolar

Por sua vez, o Veto 33/2014 foi aplicado pela presidente Dilma Rousseff ao Projeto de Lei do Senado (PLS) 47/2008, que torna obrigatória a destinação, para o transporte escolar das prefeituras, dos veículos de transporte coletivo apreendidos e para os quais foi aplicada a pena de “perdimento”, por terem ingressado irregularmente no Brasil.

A presidente reconhece o mérito da proposta, mas justifica o veto total alegando que a medida poderia levar ao uso de veículos impróprios e não adaptados para o transporte de estudantes, por não trazer condicionantes para essa destinação, pondo em risco a segurança de seus usuários. A presidente diz ainda que, nos casos concretos em que essa destinação for desejada, ela já pode ser feita por meio de ato do ministro da Fazenda.

Contribuição

O Veto 34/2014 foi aposto por Dilma Rousseff ao Projeto de Lei (PLS) 161/2009, que reduzia a contribuição previdenciária para patrões e empregados domésticos. Dos atuais 12%, os patrões passariam a pagar para o INSS 6% do valor do salário. Os empregados, que hoje pagam entre 8% e 11%, também passariam a pagar 6%.

Na justificativa do veto integral, a presidente diz que o projeto contraria o interesse público. Com a mudança, o governo deixaria de recolher cerca de R$ 600 milhões por ano, o que, argumenta, “não é condizente com o momento econômico atual”.​

*Com informações da Agência Senado.

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