O ex-oficial do exército israelense, Gedalia Tauber, de 78 anos, será extraditado para Pernambuco. O homem suspeito de participar de um esquema de tráfico de órgãos, principalmente rins, foi preso em Roma, na Itália, em junho do ano passado.
De acordo com a Polícia Federal, Gedalia Tauber fugiu depois de receber um aval da Justiça de Pernambuco para realizar uma viagem pelo período de 30 dias, em janeiro de 2009. Desde então, o ex-oficial estava foragido, tendo a prisão decretada em outubro do mesmo ano. Ele estava sendo procurado também pela Interpol.
##RECOMENDA##O Governo Brasileiro já solicitou ao Governo Italiano o pedido de extradição do acusado, baseado no tratado bilateral de reciprocidade entre os dois países. A solicitação foi deferida pelo Ministro da Justiça Italiana no dia 16 de julho.
A Polícia Federal em Pernambuco enviou na última segunda-feira (28) dois agentes a Roma para trazer o ex-oficial. Ele será conduzido para o Centro de Triagem (Cotel), em Abreu e Lima, onde irá cumprir o restante dos 11 anos e 9 meses, a que foi condenado. Os policiais devem retornar com o suspeito para o Recife no próximo dia 2 de agosto.
Caso - A “Operação Bisturi” teve a duração de nove meses, tendo sido iniciada em março de 2003 e concluída em dezembro do mesmo ano. O objetivo era desarticular uma quadrilha de traficantes de pessoas para retirada de órgãos no Brasil com ramificações no exterior (África do Sul e Israel).
As vítimas, geralmente de baixa renda, eram aliciadas no Recife e cidades do interior de Pernambuco com o fim da retirada de ruins para execução da cirurgia que eram oferecidos à pacientes de Israel na África do Sul. Cada paciente era indenizado no valor de U$ 150 mil dólares.
As pessoas que faziam a cirurgia tinham que assinar uma declaração falsa afirmando que quem estava recebendo a doação do órgão era um parente. Após recebimento do dinheiro, a quadrilha pagava os valores pertinentes à pessoa que se submetia a intervenção cirúrgica para retirada do órgão e dividia o restante com todos os integrantes do esquema.
Foram presas e condenadas 12 pessoas no Brasil (aliciadoras), duas em Israel (responsáveis pela fraude no Sistema de Saúde para realização das cirurgias) e 20 na África do Sul (médicos e enfermeiras que realizavam as cirurgias).
Durante as investigações foi detectada a ida de 47 pessoas para o Hospital Sant Agostini em Durban/África do Sul. As pessoas que eram levadas para retiradas dos rins recebiam em torno de R$ 5 mil a R$ 30 mil. Estima-se que aproximadamente $ 4 milhões de dólares foram desviados pela quadrilha nessas intervenções cirúrgicas.
Com informações da Polícia Federal