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O Ministério Público Federal (MPF) vai analisar denúncia sobre supostos pagamentos ao governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), por um grupo farmacêutico investigado por fraudes e falsificação de medicamentos. A Procuradoria da República em Brasília mandou hoje distribuir o caso a um de seus procuradores, que terá 30 dias para decidir se abre inquérito para investigar ato de improbidade administrativa.

A decisão foi motivada por reportagem publicada hoje pelo jornal O Estado de S. Paulo, com detalhes da Operação Panaceia, que investiga a prática de crimes por administradores do laboratório Hipolabor, de Minas. Uma agenda com registros contábeis da diretoria da empresa, apreendida em buscas autorizadas pela Justiça, aponta supostos repasses a Agnelo em 2010, ano em que deixou a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para concorrer ao Palácio do Buriti.

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Numa das páginas, de 24 de maio, consta a anotação "Agnelo", ao lado de "50.000". Em outra, de 30 de maio, aparece a informação: "Agnelo: .50". De 2007 a 2010, quando ocupava a diretoria da Anvisa, o petista liberou licenças que permitiram ao Hipolabor registrar medicamentos para comercialização e negociar com o poder público.

Caberá à Procuradoria da República no DF avaliar se há indícios de que houve, no episódio, favorecimento ao laboratório, que recebeu as autorizações mesmo com histórico de interdições, suspensões de remédios reprovados em ensaios de qualidade e processos judiciais por morte de pacientes.

A Anvisa informou hoje que sua procuradoria decidirá, possivelmente amanhã, se abre uma terceira sindicância, desde o ano passado, para apurar se houve irregularidades nas concessões. Hoje, o órgão recebeu pedido do deputado Fernando Francischini (PSDB-PR), autor de outras denúncias contra Agnelo, para que investigue o caso.

Ele também apresentará à Comissão de Fiscalização e Controle requerimento de convite ao presidente da Anvisa, Dirceu Brás Aparecido Barbano, preste explicações à Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara sobre suposto esquema de liberação de licenças a indústrias farmacêuticas. "Essa agenda indica que há uma tabela de propina de Agnelo para liberar certificados na Anvisa", acusou o tucano.

O deputado diz que Barbano tem de dar explicações a respeito da sindicância que apurou a liberação de documentos para a empresa Saúde Import, cujo dono vendeu uma casa a Agnelo, que assinou os atos. A investigação o eximiu de responsabilidades, mas culminou em abertura de procedimentos contra outros funcionários. "Quem chancela tudo não tem culpa, mas os subordinados têm de responder? É um ato desesperado para salvar o capo (chefe)", afirmou.

O líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR), disse hoje que os dados da Operação Panaceia apontando suposto envolvimento de Agnelo em esquema de recebimento de propina comprovam que as agências estão "aparelhadas politicamente". "Algumas foram sucateadas ou utilizadas desonestamente", comentou. No entender dele, as autoridades responsáveis pela operação devem "estabelecer a relação de promiscuidade com a doação feita a Agnelo".

Um vídeo que está sendo examinado pela Procuradoria Geral da República (PGR) mostra Daniel Almeida Tavares, lobista de outra indústria farmacêutica, a União Química, acusando o governador de receber propina de R$ 50 mil, quando diretor da Anvisa, para liberar licenças para a empresa. Em sindicância, a Anvisa inocentou Agnelo no episódio.

O líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR), disse hoje que os dados da Operação Panaceia apontando suposto envolvimento do ex-diretor do diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e hoje governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), em esquema de recebimento de propina comprovam que as agências estão "aparelhadas politicamente". "Algumas foram sucateadas ou utilizadas desonestamente", acusou.

Reportagem publicada na edição de hoje do jornal O Estado de S. Paulo informa que uma força tarefa desencadeada pela Polícia Civil, Receita Estadual e Ministério Público de Minas Gerais vai pedir à Procuradoria-Geral da República que investigue se Agnelo recebeu dinheiro de um grupo farmacêutico acusado de sonegação fiscal, lavagem de dinheiro, formação de cartel e falsificação de medicamentos.

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A operação apreendeu uma agenda com registro de contabilidade da diretoria do laboratório Hipolabor. Os dados apontam supostos pagamentos ao petista em 2010, ano em que deixou a Anvisa para disputar o governo. No entender do líder tucano, as autoridades responsáveis pela operação devem "estabelecer a relação de promiscuidade com a doação feita a Agnelo".

Uma das páginas da agenda, referente ao dia 24 de maio de 2010, traz a anotação "Agnelo" ao lado de "50.000". No dia 30, há outra anotação, aparentemente abreviada: "Agnelo:50.". "Se há a comprovação do repasse ilegal do dinheiro, trata-se de uma prova contundente de corrupção e impunidade administrativa", disse Dias.

A agenda apreendida na Operação Panaceia, que contou com a colaboração de agentes da própria Anvisa e do Ministério da Justiça, seria a primeira evidência documental já apresentada do suposto esquema de propina na agência. Um vídeo que está sendo examinado pela Procuradoria Geral da República (PGR) mostra Daniel Almeida Tavares, lobista de outra indústria farmacêutica, a União Química, acusando o governador de receber propina, quando diretor da Anvisa, para liberar licenças para a empresa. O denunciante disse que o suborno de R$ 50 mil teria sido pago em 2008.

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