Tópicos | Operação Tritão

O Ministério Público Federal (MPF) denunciou, nesta quinta (29), quatro ex-diretores e dois ex-funcionários da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), responsável pelo Porto de Santos (SP). O grupo é acusado de autorizar sem justificativa o pagamento de R$ 1,2 milhão à empresa de informática 'Domain Consultores Associados', em setembro de 2016. A transação foi enquadrada como suposto desvio de verba pública e baseia a primeira denúncia da Procuradoria no âmbito da Operação Tritão.

Segundo os procuradores, a Domain alegou falsamente ter sofrido em 2016 com variações cambiais ao adquirir produto importado para a Codesp e passou a exigir pagamentos da autarquia para balancear os supostos prejuízos. No entanto, análise feita pelo Tribunal de Contas da União (TCU) apontou que não houve desvalorização cambial que justificasse os repasses e tampouco a empresa de informática comprovou a aquisição de equipamentos ou a aplicação das taxas sobre as compras que foram usadas para calcular o suposto prejuízo.

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Os pedidos de pagamento da Domain foram travados três vezes pela área técnica da Codesp, que dizia que o pagamento tornaria o contrato menos favorável para a autarquia. Mesmo assim, a diretoria executiva da empresa do Porto de Santos autorizou R$ 1,6 milhões para a Domain - valor acima do solicitado e, segundo o MPF, sem justificativa aceitável. O pagamento ficou em R$ 1,2 milhão.

O Ministério Público Federal suspeita que o repasse acima do normal teria sido motivado com o objetivo de arcar com o pagamento de propina aos diretores da Codesp e os funcionários envolvidos na liberação da verba.

Os integrantes da diretoria executiva que foram denunciados são José Alex Botelho Oliva, ex-diretor-presidente da Codesp, Francisco José Adriano, ex-diretor de Administração e Finanças, Celino Ferreira da Fonseca, ex-diretor de Operações Logísticas, e Cleveland Sampaio Lofrano, ex-diretor de Relações com o Mercado e Comunidade. Segundo a Procuradoria, o grupo foi responsável pela aprovação do pagamento indevido.

Também foram denunciados o ex-superintendente jurídico da Codesp, Gabriel Nogueira Eufrásio, e seu assessor Frederico Spagnuolo de Freitas, responsáveis pela emissão de despachos e pareceres favoráveis ao pagamento de R$ 1,2 milhão à Domain.

O Porto de Santos é alvo de investigações ligadas à Operação Tritão, deflagrada em outubro de 2018 para apurar esquema de desvio de verbas públicas e fraudes em licitações da Codesp. A etapa mais recente foi a Operação Círculo Vicioso, lançada em novembro do ano passado e que mirou prejuízo de mais de R$ 100 milhões.

COM A PALAVRA, A DEFESA

A reportagem busca contato com a defesa dos acusados. O espaço está aberto a manifestações.

O desembargador do Tribunal Regional Federal da 3ª Região Nino Toldo determinou a soltura de todos os 21 alvos da Operação Círculo Vicioso, que mira supostas fraudes e desvios de R$ 100 milhões no Porto de Santos. Entre eles, o ex-deputado federal Marcelo Squassoni (PRB).

A ação da PF é a segunda etapa da Operação Tristão, deflagrada para desarticular um grupo que fraudava licitações e contratos públicos na Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp).

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A decisão de Toldo se refere ao pedido do advogado Roberto Delmanto Júnior, que defende Francisco José Adriano, ex-diretor da Codesp. O desembargador resolveu estendê-la aos demais investigados.

"Além disso, em princípio não verifico a demonstração, na representação da autoridade policial ou na decisão ora impugnada, das razões pelas quais a medida seria imprescindível para as investigações policiais, ou seja, delas não se extrai o motivo pelo qual a prisão do paciente e dos demais seria necessária à obtenção de elementos probatórios que, ao que é possível inferir-se pela leitura da decisão, foram resguardados pelo cumprimento de outras medidas, como a busca e apreensão", escreve.

Quando a Círculo Vicioso foi deflagrada, nesta quinta-feira, 23, dois investigados escaparam da prisão temporária. Um deles é André Pinto Nogueira, ex-diretor de administração da Assembleia Legislativa de São Paulo. Ele levou consigo uma mochila e deixou seu prédio de carro, na garagem.

A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quinta (22) a Operação Círculo Vicioso, segunda fase da Operação Tritão, para desarticular um grupo que fraudava licitações e contratos públicos na Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp). Segundo a PF, o esquema causou prejuízo de mais de R$ 100 milhões à empresa.

Entre os alvos da 'Círculo Vicioso' está o ex-deputado federal Marcelo Squassoni. A 5ª Vara da Justiça Federal de Santos expediu ordens de prisão temporária e de busca e apreensão contra o ex-parlamentar.

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Ao todo, agentes cumprem 21 mandados de prisão temporária e 24 mandados de busca e apreensão nas cidades de São Paulo, Santos, Guarujá, Ilha Bela, Bragança Paulista, Serra Negra (SP), Duque de Caxias (RJ) e Fortaleza (CE). As buscas são realizadas em 21 endereços ligados a pessoas físicas e em três empresas.

A ação tem apoio da Controladoria Geral da União e do Ministério Público Federal.

A Polícia Federal indicou que, com base em provas obtidas durante a Operação Tritão, colaborações premiadas e informações de membros da atual Diretoria da Codesp, foi possível comprovar as fraudes inicialmente investigadas pela primeira fase da operação, desencadeada em outubro de 2018.

Segundo a corporação, foram identificadas ainda outras fraudes foram executadas após a prisão de alguns membros da organização criminosa.

Os investigados podem responder pelos crimes de organizac¸a~o criminosa, associac¸a~o criminosa, fraude a licitac¸o~es e corrupc¸a~o ativa e passiva, indicou a PF.

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