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Obras literárias de dois pernambucanos que se inserem entre os mais importantes da literatura brasileira do século 20, Agá (Hermilo Borba Filho) e Os casos especiais (Osman Lins), há mais de 40 anos esgotadas, ganham novas edições pela Companhia Editora de Pernambuco (Cepe). O lançamento acontece nesta quinta-feira (26), no Museu do Estado, às 19h. Na mesma noite, a Cepe também lançará Osman e Hermilo – Correspondência, livro organizado pelo professor do Departamento de Letras da UFPE Anco Márcio Tenório, que reúne as cartas trocadas entre os dois escritores, nos anos de 1965 a 1976.

Pernambucanos da Mata Sul, homens do teatro e da literatura, Hermilo e Osman mantiveram uma profunda amizade ao longo de 17 anos - interrompida em 1976 com a morte de Hermilo. No lançamento, a produção literária desses dois escritores que convergiram em tantos aspectos será avaliada em bate-papo que reunirá o editor da Cepe, Wellington de Melo, o professor Anco Márcio Tenório e o jornalista e pesquisador Adriano Portela, que assina o prefácio e notas de Os Casos Especiais, roteirizados por Osman Lins.

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Último livro publicado em vida por Hermilo, considerado um dos mais experimentais textos literários, Agá mergulha no realismo mágico para trazer à tona uma contundente reflexão sobre a condição humana diante da opressão de estados totalitários. Publicado pela primeira vez em 1974, em plena ditadura militar, inovou ao recorrer à estética dos quadrinhos fazendo um resgate histórico de quase 500 anos de tortura e opressão (capítulo O livro dos Mortos). “Hermilo testou os limites do gênero romanesco ao produzir uma consistente narrativa experimental, fragmentária, polifônica e híbrida, em que prosa se intercala com gênero dramático e com uma HQ desenhada pelo artista plástico José Cláudio”, diz Wellington de Melo. A edição da Cepe apresenta capítulo inédito (Eu, o morto-carregando-o-vivo) e ensaio crítico de Luiz Roberto Leite Faria, autor do estudo O grotesco e as imagens do corpo no romance Agá de Hermilo Borba Filho.

Já Osman Lins, um dos mais duros críticos da indústria cultural brasileira, em plena censura quis provar que poderia levar um produto de maior qualidade para a televisão do que os formatos enlatados importados dos Estados Unidos, e se aventurou a escrever roteiros. A Cepe faz o resgate de três dessas narrativas e publica Os casos Especiais, obra exibida em episódios pela Rede Globo, na década de 1970. Assim, o escritor tornou-se o primeiro ficcionista brasileiro a escrever direto para TV com os episódios de A ilha no espaço, Quem era Shirley Temple? e Marcha fúnebre dirigidos, respectivamente, por Cassiano Gabus Mendes, Paulo José e Sérgio Brito. Mais tarde, em 1978, os textos foram reunidos e publicados por Raul Wasserman, diretor da Editora Summus, e só agora, 41 anos depois, reeditados.

Aluno e depois amigo de Hermilo, Osman se mudou para São Paulo e até a morte do amigo trocou com ele 199 cartas. Essas missivas, descritas por Anco Márcio Tenório como um diálogo epistolar, foram reunidas na obra Osman e Hermilo – Correspondência, após pesquisa nos arquivos da Fundação Casa de Rui Barbosa (FCRB), no Rio de Janeiro, e no Instituto de Estudos Brasileiros (IEB), da Universidade de São Paulo (USP). Trata-se de um precioso documento histórico que revela traços de afinidade e de discordância entre os dois escritores pernambucanos; contextualiza o momento histórico vivido à época; revela imbróglios e dificuldades dos escritores para publicar um livro e receber das editoras pelo trabalho realizado; os percalços da vida pessoal de ambos; e o pioneirismo dos dois em abrir caminho para a tradução de suas obras e penetração nos mercados americano e europeu.

Serviço

Lançamento Obras Literárias de Hermilo e Osman

Quinta-feira (26) | 19h

Museu do Estado de Pernambuco (Avenida Rui Barbosa, 960 - Graças)

Agá, de Hermilo Borba Filho – R$ 50,00 (impresso) e R$ 15,00 (e-book); Os casos especiais, de Osman Lins – R$ 25,00 e R$ 7,00 (e-book); Osman e Hermilo – Correspondência – R$ 60,00 (impresso) e R$ 18,00 (e-book); Combo (três livros) – R$ 120,00

*Da assessoria

A Prefeitura do Recife celebrará, neste mês de julho, o autor, encenador, professor, crítico e ensaísta Hermilo Borba Filho, sua literatura fantástica e também um de seus mais contumazes afetos literários. No próximo dia 8, começa a 17ª edição da Semana Hermilo, que renderá homenagens não a um, mas a dois grandes nomes da literatura nordestina: Hermilo e seu recorrente parceiro literário, destinatário fiel de suas correspondências, Osman Lins.

Os dois, ao longo de muitos anos, foram cúmplices na escrita, trocando ideias, críticas, sugestões e principalmente cartas, que foram reunidas e serão publicadas pela Companhia Editora de Pernambuco, no próximo mês de agosto. Também compartilhavam um estilo literário semelhante, povoado por uma multidão de vizinhos, amores, parentes e serpentes, tipos os mais diversos que buscavam nas encruzilhadas ora da vida, ora da imaginação. Osman se manteve próximo a Hermilo até seus derradeiros dias e, numa última coincidência conspiratória da amizade e do destino, morreu num 8 de julho, dia em que Palmares ganhou um de seus mais ilustres filhos.

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A data não poderia passar em branco. Para celebrar os dois autores, a Prefeitura do Recife antecipou a abertura da Semana Hermilo: a partir das 19h da próxima segunda-feira (8), o Teatro Hermilo Borba Filho será palco para uma apresentação da Família Salustiano, seguida de encenação do espetáculo Mané Gostoso, da Cia Meias Palavras, e fala do professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Luiz Reis, um dos maiores estudiosos da obra de Hermilo no país.

O espetáculo, que transforma brinquedo de madeira em personagem, coloca em cena o imaginário da cultura popular nordestina, misturando cordel e teatro de bonecos, para contar as histórias e confusões da mocinha Anarina, do forasteiro e vilão Bibiu, da fofoqueira Comadre Zuzinha e do cabo Zé Firmino, que estão sempre encontrando um motivo para pelejar. O público também tem parte na confusão, decidindo até quem será o mocinho da história.

Com direção do paulistano Fernando Esrich, que também assina a trilha sonora, o espetáculo conta um azeitado trio no elenco, formado por Arilson Lopes, Samuel Lira e Luciano Pontes. Luciano também assina o texto. Os cenários e bonecos são de Rai Bento; os figurinos foram criados por Joana Gatis; e a luz é de Luciana Raposo.

A peça, assim como toda a programação da Semana Hermilo, será gratuita e aberta ao público.

Entre os dias 20 e 28, as atividades continuam, no mesmo Teatro Hermilo, localizado na Avenida Cais do Apolo, com a estreia do espetáculo As Cartas, do Coletivo Caverna, além de leituras comentadas, roda de conversa, palestra e oficina de literatura, que será ministrada por Lourival Holanda, membro da Academia Pernambucana de Letras (APL), ensaísta, crítico literário e professor da Pós-Graduação do Departamento de Letras da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Para mais informações e inscrições: 3355-3319 ou 3355-3321.

Programação

Dia 8 de julho (Segunda)

19h - Abertura, com a Secretária de Cultura do Recife, Leda Alves, e apresentação da Família Salustiano

19h30 - Apresentação do espetáculo As Travessuras de Mané Gostoso, Cia Meias Palavras

20h30 - Comentário do professor Luiz Reis (UFPE)

Dia 20 de julho (Sábado)

19h30 - Estreia do espetáculo “As Cartas”, do Coletivo Caverna

Dia 21 de julho (Domingo)

19h - Espetáculo “As Cartas”, do Coletivo Caverna

 Dia 23 de julho (Terça-feira)

19h - Leitura comentada do conto “A Idade dos Homens”, de Osman Lins, com direção de Carlos Carvalho/Eron Villar, seguida de comentários do professor Robson Teles

Dia 24 de julho (Quarta-feira)

14h às 18h - Oficina com o professor Lourival Holanda

19h - Palestra “Correspondências” com o professor Lourival Holanda

Dia 25 de julho (Quinta-feira)

14h às 18h - Oficina com o professor Lourival Holanda

19h - Leitura comentada do conto “O Ideal e a Glória”, de Osman Lins, com direção de Quiercles Santana e comentários de Adriano Portela

Dia 26 de julho (Sexta-feira)

14h às 18h - Oficina com o professor Lourival Holanda

19h - Roda de Conversa “Convívio: Osman e Hermilo”, com Leda Alves, Letícia Lins, Tarcísio Pereira e Lourival Holanda

Dia 27 de julho (Sábado)

20h - Espetáculo “As Cartas”, do Coletivo Caverna

Dia 28 de julho (Domingo)

20h - Espetáculo “As Cartas”, do Coletivo Caverna

*Da assessoria

Levantando questões sociais, como feminismo e preconceito, a peça Lisbela e o Prisioneiro, adaptação do livro homônimo de Osman Lins, volta a ocupar o palco do Teatro Apolo, área central do Recife, na próxima sexta-feira (20), a partir das 19h. Os ingressos, à venda na bilheteria do equipamento cultural, custam R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia).

O espetáculo, que contará com intérprete de Libras, rememora os 40 anos da morte de Osman Lins e homenageará a delegada pernambucana Gleide Ângelo. “Estamos tratando tudo com muito respeito e humor e ao mesmo tempo aproveitando para valorizar uma pessoa que tanto vem lutando pelos direitos das mulheres”, afirma Rafaela Quintino, diretora da montagem, que é realizada pelo cineasta Adriano Portela.

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 Serviço

Lisbela e o Prisioneiro

Sexta (20)| 19h

Teatro Apolo (Rua do Apólo, 121 - Recife)

R$ 30 (inteira) R$ 15 (meia)

O romance de Osman Lins 'Lisbela e o Prisioneiro' ganha uma adaptação no teatro. A produção, que fez sucesso no cinema, com direção de Guel Arraes, chaga aos palcos do Recife nos dias 11 e 12 de maio, às 19h, no Teatro Apolo, localizado na área central do Recife. Os ingressos, à venda na bilheteria do equipamento cultural, custam R$ 15 (meia) e R$ 30 (inteira).

O roteiro da peça, adaptada pelo cineasta Adriano Portela, dá traços contemporâneos a narrativa e traz temáticas como feminismo e preconceito. De acordo com a diretora do espetáculo, Rafaela Quintino, a montagem joga luz no protagonismo e força da mulher. "Para se ter uma ideia, as mulheres são quem mandam em cena. Quase todas as personagens são mulheres, por exemplo, em vez do delegado é uma delegada, no lugar de um carcereiro temos “uma carcereira” e tem até mulher desempenhando papel de homem. Independente da personagem, elas dominam o palco”, pontua a diretora. 

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Serviço

Lisbela e o Prisoneiro

Sexta (11) e Sábado (12)

Teatro Apolo (Rua do Apólo, 121 - Recife)

R$ 15 (meia) R$ 30 (inteira)

Porto de Galinhas volta a receber a Festa Literária Internacional do Ipojuca (FLIPO) entre os dias 11 e 14 de setembro. Com o tema Literatura, Cidadania e Sustentabilidade, o evento tem curadoria do presidente da União Brasileira de Escritores (UBE) Alexandre Santos e busca congregar amantes da literatura da região (seja moradores ou turistas) durante três dias. O homenageado da edição será o escritor pernambucano Osman Lins.

Entre os temas discutidos nesta edição, a relação do meio ambiente com a literatura, história, jornalismo e literatura, os poetas do Sertão do Pajeú, o livro digital, entre outros. A abertura fica a cargo do português Luis Serguilha com a mesa O difícil como sedução: Escrileitores em mosaicos-movediços: tensões de desleituras emergentes. O escritor pernambucano Raimundo Carrero encerrará o evento com a palestra Todo leitor é um ingênuo.

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A FLIPO também irá oferecer uma animada programação infantil, com oficinas de arte, contação de histórias e também Espaço de Faz de Conta. 

A programação cultural vai além e também oferece shows, visitas histórias, visitas literárias às escolas da região, realização de concursos literários e de performances poéticas, feira cultural e literária, saraus literários, lançamento de livros, gastronomia, ecologia, visitas poéticas e exposições de arte.

A festa também irá homenagear personalidades que tenham oferecido grande contribuição ao processo de difusão e preservação cultural com a comenda Medalha do Mérito Cultural.

De sexta (18) a domingo (20) o Teatro Hermilo Borba Filho, no Bairro do Recife, vai sediar o projeto Leituras Cruzadas III: Lendo Osman Lins, inspirado no escritor pernambucano que completaria 90 anos de vida em 2014. A proposta é promover um diálogo entre diversas linguagens artísticas com base na releitura da obra do autor de peças como Lisbela e o Prisioneiro. A programação, composta de palestras, leitura dramática, ensaios, exibição de vídeos e debates, é gratuita.

A abertura do será nesta sexta-feira (18), às 19h, com a presença da secretária de Cultura do Recife, Leda Alves, e da filha mais nova de Osman, Ângela Lins, com mediação do professor Fábio Andrade (UFPE). No segundo dia (19), às 18h, o Teatro Dubando apresenta o ensaio para o espetáculo Perdidos e Achados, dirigido por Alexsandro Souto Maior e com a participação do ator convidado Tatto Medinni. O ensaio terá na mesa Robson Teles, professor de Literatura da Unicap, e Luiz Carlos Vasconcelos, ator e diretor paraibano. Em seguida, Luiz Carlos apresenta a narrativa Retábulo, dirigindo o Grupo Piollin (PB).

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No domingo (20), a Companhia Fiandeiros de Teatro fará a leitura dramática de Mistério das Figuras de Barro, sob direção de André Filho, às 16h. Na sequência, a jornalista e crítica teatral Ivana Moura fala sobre o teatro da palavra de Osman Lins. Neste dia haverá também o Cine Osman, com exibição do curta A Partida, de Sandra Ribeiro, seguido de um bate-papo com a diretora e com o jornalista Adriano Portela. Fechando o evento, os professores Rosana Teles (IFPE), Lourival Holanda (UFPE) e o pesquisador Arnoldo Guimarães comporão a mesa Cruzando Leituras, acerca do universo melódico e poético de Osman Lins.

Serviço

Leituras Cruzadas III: Lendo Osman Lins

Teatro Hermilo Borba Filho (Av. Cais do Apolo, s/n, Bairro do Recife)

Sexta (18) | 19h

Sábado (19) | 18h

Domingo (20) | 16h

(81) 3355 3321 | 3319

Gratuito

Programação

Sexta (18)

Percursos da História

19h - Abertura

19h30 - Palestra com Ângela Lins e Leda Alves. Debatedor: Fábio Andrade. Debate aberto ao público ao final

Sábado (19)

Osman Lins em Cena

18h - Ensaio aberto do espetáculo “Perdidos e Achados” (peça inspirada em narrativa homônima de Osman Lins), com o Teatro Dubando e participação especial do ator Tatto Medinni

19h20 - Palestra com Luiz Carlos Vasconcelos (PB) e Robson Teles. Debate aberto ao público ao final

Domingo (20)

16h - Leitura dramática da peça “Mistério das Figuras de Barro”, de Osman Lins, pela Companhia Fiandeiros de Teatro. Direção: André Filho

16h30 - Palestra “O Teatro da Palavra de Osman Lins”, com Ivana Moura

17h10 - Exibição do curta metragem “A Partida”, de Osman Lins, direção de Sandra Ribeiro, além de “Os Gestos”, ambos inspirados em obras de Osman Lins

17h50 - Palestra com Sandra Ribeiro e Adriano Portela

19h - Palestra com Arnoldo Guimarães e Rosana Teles. Debatedor: Lourival Holanda. Debate aberto ao público ao final

Em cartaz até 21 de outubro no Teatro Hermilo Borba Filho, o espetáculo Auto do salão do automóvel, escrito por Osman Lins em 1969, ainda é capaz de expressar tamanha atualidade ao tratar do mal planejamento dos espaços urbanos. Ambientada no período da ditadura militar, a história se passa em São Paulo de 1969 e discute, assim como a atual geração, o impacto dos problemas de urbanização para o futuro.

No elenco, Alexandre Guimarães, Evandro Lira, José Ramos, Roger Bravo e Stella Maris Saldanha. A segunda montagem da peça é dirigida por Kléber Lourenço. Auto do salão do automóvel foi montado pela primeira vez pela Teatro Popular do Nordeste (TPN) em 1970, sob a direção de José Pimentel. A nova montagem é fruto do projeto Transgressão em 3 atos, iniciado em 2008 por Stella Maris, Alexandre Figueirôa e Cláudio Bezerra, que desenvolvem uma pesquisa sobre os três grande grupos de teatro pernambucanos: Teatro Popular do Nordeste (TPN), Teatro Hermilo Borba Filho (THBF) e o Vivencial Diversiones. A primeira peça montada foi Os fuzis da senhora Carrar de Bertolt Brecht em 2010.

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Serviço
Auto do salão do automóvel de Osman Lins
Até 21 de outubro
Sábado (6) e domingo (7), 18h
Teatro Hermilo Borba Filho (Rua do Apolo, 121, Recife Antigo)
R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia)

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