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Um homem embriagado furou o bloqueio de segurança do Palácio do Jaburu na madrugada deste sábado (18). Ele dirigia um carro em velocidade acima do normal e só foi parado após os responsáveis pela segurança da área dispararem contra os pneus. O Palácio do Jaburu é a residência oficial do vice-presidente da República, Hamilton Mourão.

O episódio ocorreu por volta da 1h30 de hoje. Antes de ser parado, o homem avançou com seu veículo na contramão, ultrapassando o bloqueio do Palácio do Jaburu sem autorização.

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Segundo a Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República, a polícia foi acionada.

Após retirarem o homem do veículo, verificou-se que ele estava “visivelmente embriagado”. “A equipe o conduziu ao IML [Instituto Médico-Legal] e à delegacia de Polícia Federal para os procedimentos de autuação”, informou a Secom.

Em meio a críticas recebidas antes mesmo de assumir o comando do Ministério Público Federal, a procuradora Raquel Dodge, que assumirá o cargo em setembro, divulgou nota, neste domingo, para esclarecer o encontro polêmico fora da agenda do Planalto com o presidente Michel Temer, no Palácio do Jaburu. No comunicado oficial, só redigido cinco dias depois da visita ocorrida dia 8, ela disse que a audiência constou de sua agenda pública e que teve por objetivo discutir a posse no cargo, quando substituirá Rodrigo Janot, prevista para 18 de setembro. "Os fatos que motivaram a reunião são institucionais", afirmou no comunicado.

Procurada pela imprensa após um cinegrafista revelar a sua chegada ao Jaburu, Raquel Dodge tentou minimizar as críticas por falta de transparência. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, publicada no dia 9, ela também tinha afirmado que esteve no Jaburu para acertar detalhes de sua posse. As declarações da procuradora, no entanto, não aplacaram as críticas sobre o caráter sigiloso da visita.

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Na nota deste domingo, ela repetiu declarações dadas ao jornal e disse que foi à residência oficial para alertar Temer sobre a possibilidade de o cargo de chefe da Procuradoria-Geral da República ficar vago caso o presidente não lhe desse posse antes da viagem que ele fará aos Estados Unidos, dia 19. Logo, a posse tinha que ser dia 18, pois o mandato de Janot termina um dia antes. "O mandato do atual PGR terminará no dia 17 de setembro. Com isso, caso a posse ocorresse apenas após a viagem presidencial, o Ministério Público da União ficaria sem titular para o exercício de funções institucionais junto ao Supremo Tribunal Federal e ao Conselho Nacional do Ministério Público, a partir do dia 18", ressaltou a nota.

Os encontros noturnos fora da agenda de Temer no Jaburu têm causado polêmicas. Na noite de 7 de março, ele recebeu o empresário Joesley Batista, do grupo JBS, que o gravou. Depois, noite do dia 6 deste mês, o presidente recebeu o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal. O encontro de Batista veio a público quando o empresário entregou a gravação da conversa com Temer para o Ministério Público, provocando a maior crise do atual governo. Assim como ocorreu no caso da visita de Raquel Dodge, a reunião de Temer com Mendes foi revelada por um cinegrafista que fazia plantão do lado de fora do palácio.

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), afirmou nesta segunda-feira, 7, que a imprensa criou uma 'psicose' em torno das visitas que o presidente Michel Temer recebe no Palácio do Jaburu sem registro na agenda oficial.

"O presidente não precisa se preocupar em colocar ninguém na agenda, que esteja recebendo para um jantar. Foram várias pessoas. Vocês criaram essa psicose aí em torno do encontro com o presidente da República. Isso é uma bobagem", declarou Gilmar, em entrevista à Rádio Gaúcha.

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Na noite de 7 de março, Temer recebeu no Jaburu o empresário Joesley Batista, da JBS, que o delatou à Procuradoria-Geral da República, mergulhando seu governo na pior crise política.

O próprio Gilmar foi recebido na noite deste domingo, 6, mas seu nome não apareceu na agenda de Temer.

Ao falar de seu relacionamento com o senador Aécio Neves (PSDB/MG), alvo da Operação Lava Jato, o ministro disse que está na vida pública desde os anos 1980. "Veja que nós estamos hoje com cerca de 300 ou 400 parlamentares investigados no Congresso Nacional. E a toda hora nos encontramos com eles aqui em Brasília, e é inevitável."

Gilmar atacou o desafeto, Rodrigo Janot, procurador-geral da República. "Não tem preparo jurídico nem emocional para presidir um órgão dessa importância", afirmou, em entrevista ao programa Timeline, da rádio Gaúcha. "Eu o considero o procurador-geral mais desqualificado que já passou pela história da Procuradoria", disse o ministro.

Defesa

Em nota, José Robalinho Cavalcanti, procurador regional da República e presidente da ANPR, defende Janot:

"Representante de 1.300 membros do Ministério Público Federal, a Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) vem a público repudiar os ataques absolutamente sem base e pessoais ao Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, proferidos em deliberada série de declarações, nos últimos dias, pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), e Presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Gilmar Mendes. Em primeiro lugar, e desde logo, é deplorável que um Magistrado, membro da mais alta Corte do País, esqueça reiteradamente de sua posição para tomar posições políticas (muito próximas da política partidária) e ignore o respeito que tem de existir entre as instituições, para atacar em termos pessoais o Chefe do Ministério Público Federal. Não é o comportamento digno que se esperaria de uma autoridade da República. O furor mal contido nas declarações de Gilmar Mendes revela objetivos e opiniões pessoais (além de descabidas), e não cuidado com o interesse público. Rodrigo Janot foi duas vezes nomeado para o cargo de PGR depois de escolhido em Lista Tríplice pelos seus pares, a última delas com consagradora votação de quase 80% de sua classe. Em ambas as indicações foi aprovado pelo Senado Federal por larga margem, tudo isso a demonstrar o apoio interno e externo que teve, mercê de seu preparo técnico, liderança e história no Ministério Público Federal. O trabalho do Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, nestes quase quatro anos de mandato, por outro lado, foi sempre impessoal, objetivo, intimorato e de qualidade. Não por outro motivo tem o apoio da população brasileira. O Ministério Público não age para perseguir ninguém, e não tem agendas que não o cumprimento de sua missão constitucional. Tampouco, todavia, teme ou hesita o MPF em desagradar quem quer que seja, quando trabalha para o cumprimento da lei e promove a justiça. O Procurador-Geral da República assim tem agido em todas as esferas de sua competência, promovendo o combate à corrupção e liderando o Ministério Público Federal na complexa tarefa de defender a sociedade. Se isto incomoda a alguns, que assim seja. O MPF e suas lideranças jamais se intimidarão. Estamos em uma República, e ninguém nela está acima da Lei".

O presidente Michel Temer se reuniu nesse domingo (2) com aliados e ministros, no Palácio do Jaburu, para discutir a estratégia política desta semana, quando começa a contar o prazo para a defesa contra a denúncia apresentada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Estiveram na residência de Temer os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e o tucano Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo), além de parlamentares.

A intenção do presidente é entregar o mais rápido possível a defesa na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. Anteontem, ele viajou a São Paulo, onde se encontrou com o advogado Antônio Claudio Mariz de Oliveira. Aliados defendem a apresentação dos argumentos contra a denúncia por corrupção passiva até amanhã. Seria no mesmo dia em que o presidente da CCJ, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), deve apresentar o nome do relator.

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Pacheco tem se mostrado independente em relação ao governo, o que o levou o Palácio do Planalto a sinalizar com cargos. Temer tem até dez sessões para protocolar a defesa na Câmara. Depois, a Casa terá outras cinco para analisar o caso.

Temer tem conversado pessoalmente com deputados para tentar garantir os votos necessários contra a denúncia. Hoje, por exemplo, o único compromisso em sua agenda é uma reunião com o deputado Jorge Tadeu Mudalen (DEM-SP), às 14h30.

Barreira. Para dificultar a identificação de quem entra e sai do Jaburu, onde Temer e sua família moram, foram enfileirados vasos de plantas em uma das laterais da estrutura coberta que liga a área de desembarque dos carros até a entrada principal do prédio.

Com essa "barreira", a visão ficou encoberta e dificulta imagens dos convidados. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Uma das consequências do afastamento da presidente Dilma Rousseff (PT) do cargo é a reversão das bancadas no Congresso Nacional. Diante disso, o deputado federal Silvio Costa (PTdoB), até então vice-líder do governo, afirmou, em coletiva concedida à imprensa nesta sexta-feira (13), que o principal foco da “nova oposição” agora é reverter o voto de, no mínimo, seis senadores. 

“Quem votou a favor da admissibilidade não necessariamente concorda com o mérito do processo. Essa equação de que eles tiveram 55 votos e esses mesmos vão votar pelo mérito, não é assim. Eles dizem que o jogo já está jogado, mas não é assim que a banda toca”, observou. “A palavra da gente é mobilização e a primeira delas é no Senado”, acrescentou.

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De acordo com o pernambucano, a estratégia é trabalhar tendo em vista um presidencialismo de coalizão. “Vamos fazer um presidencialismo de coalizão mais amplo. Vamos conversar com os senadores e lutar dentro dos princípios constitucionais. Será que todos estão satisfeitos com esta equipe que Michel montou?”, indagou.

“Por que que nós quando estávamos com o processo na Câmara, dialogando, éramos chamados de shopping center? Veja Temer, colocou uma mercearia no Jaburu com cinco balconistas: Eliseu Padilha, Romero Jucá, Henrique Eduardo Alves, Moreira Franco e Gedel Viera Lima. O deputado chegava lá e dizia eu quero isso, o balconista despachava”, acrescentou, comparando.  

Analisando o cenário, o parlamentar pontuou que “está tudo mal” e deixou claro como será a postura da “nova oposição” a partir deste momento. Apesar de se colocar favorável “a maioria das ideias” do novo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, Costa disse que pretende trabalhar para que a gestão fruto, segundo ele, “do desrespeito a vontade soberana de 54 milhões de brasileiros”, não seja legitimada. 

“Não vou ter o comportamento desta oposição. Não vou ser irresponsável como esses caras foram, passaram dois anos trabalhando contra esse país. O meu debate é a democracia”, cravou o parlamentar que está em articulação para ser o líder da minoria da Câmara Federal.  

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Reforçando que a postura dele não será contra o país, Silvio Costa disse que Temer terá dificuldades em aprovar projetos no Congresso. “Michel Temer não está em céu de brigadeiro. Esses movimentos construíram efeitos colaterais”, destrinchou, contando que esta semana encontrou com o ex-governador de Minas, Nilton Carneiro, reunido com a bancada do PMDB em um restaurante de Brasília para comemorar a indicação do filho para o Ministério da Defesa, quando ao final quem ocupou o cargo foi o deputado federal Raul Jungmann (PPS).  

“Você acha que a bancada do PMDB de Minas está satisfeita? Essa coisa de Michel Temer dizer 367 votos a gente tem uma base é falácia. Quero ver um Arnaldo Faria de Sá e um Paulinho da Força, que também está insatisfeito, votar a favor da reforma da previdência”, acrescentou, dizendo estar curioso para ver como a nova base governista vai se posicionar diante de propostas como a volta da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) e das políticas de desonerações.

Erros de Dilma

Apesar do processo de impeachment ser baseado nas pedaladas fiscais e na edição dos decretos, os parlamentares pontuam diversos erros da presidente entre as justificativas dos que votaram pela admissibilidade, inclusive, a própria Dilma reconheceu ter cometido erros. Indagado sobre quais foram os principais, Silvio Costa lembrou as desonerações do início do governo e as mudanças constantes nos ministros de articulação política. 

“Dilma fez uma política de desoneração de carro, folha e linha branca. Com isso o país deixou que arrecadar R$ 400 bilhões. Ela reconhece que houve um exagero de [Guido] Mantega na desoneração. E o Brasil ficou com fluxo de caixa”, frisou, contando que Paulo Skaff fazia lobby na Câmara para aprovação de Medidas Provisórias.

Reconhecendo também a falta de articulação política, Silvio Costa revelou que apesar de ser vice-líder do governo há dois anos só estreitou as relações com a petista há seis meses. “Quando um time de futebol fica mudando de treinador é porque as coisas vão mal. Quantos ministros de articulação nós não tivemos? Michel Temer foi preparar o golpe lá na articulação. As derrotas ensinam muito, tenho certeza que quando voltarmos ela não fará a mesma coisa”, cravou. 

Novos ministros

Questionado sobre como avaliava a participação dos deputados federais de Pernambuco nos ministérios da Educação e Cultura, Minas e Energia, Cidades e Defesa, Silvio Costa foi conciso. “Quero que os ministros de Pernambuco se dêem bem. Cada um construiu, ao seu modo, a chegada aos cargos. Se depender de mim esses ministros serão sazonais. Dilma vai voltar”, sentenciou. 

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