Tópicos | Parecer do TCU

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), recebeu, na manhã desta quarta-feira (4), um documento com mais de 50 páginas onde a presidente Dilma Rousseff (PT) apresenta sua resposta ao parecer apresentado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) favorável à rejeição das contas do governo referentes a 2014.

De acordo com informações da Agência Senado, o peemdebista vai enviar ainda hoje a defesa da petista para a Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMO). Com essa resposta, a presidente exerce seu direito de contraditório antes que a CMO comece a examinar a decisão do TCU.

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O ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, e o titular da Advocacia-Geral da União, ministro Luís Inácio Lucena Adams, entregaram o documento ao presidente do Senado. Nesse documento, Dilma reitera a defesa já apresentada ao TCU quando do exame de suas contas e traz uma compilação feita pela AGU. Além disso, ela também foca em nove pontos que foram recomendados ao governo pela Corte. 

No último dia 7, os ministros do TCU entenderam, por unânimidade, que o governo cometeu irregularidades na gestão das contas federais, melhorando artificialmente o resultado do orçamento do ano passado e evitando assim cortes de gastos em ano eleitoral. O relator do processo, ministro Augusto Nardes, disse na ocasião que a falta de transparência do governo caracterizava "um cenário de desgovernança fiscal".

Enviada a decisão do TCU para o Senado, em 21 de outubro, Renan Calheiros decidiu abrir um prazo de 30 dias, prorrogável por mais 15, para que Dilma pudesse apresentar a sua defesa. O presidente do Senado justificou este prazo invocando a importância de evitar-se eventuais alegações futuras de nulidade do processo com o argumento de que teria sido insuficiente o tempo dado para a defesa prévia.

Após o envio do processo, acrescido da defesa de Dilma, à Comissão Mista de Orçamento, novos prazos serão cumpridos até a votação em que se decidirá pela confirmação ou não do parecer do TCU. Só então, o processo será enviado para votação no Plenário do Congresso. A previsão é de que a apreciação final aconteça apenas em 2016.

A recomendação do Tribunal de Contas da União (TCU) para que o Congresso Nacional rejeite as contas do governo da presidente Dilma Rousseff (PT), relativas ao exercício de 2014, é, para os tucanos, a prova de que a petista cometeu crimes contra a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Para o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, o parecer técnico demonstra as “sucessivas ilegalidades” adotadas para vencer as eleições de 2014. 

“Fica comprovado [com o parecer do TCU] que a presidente Dilma cometeu crime de responsabilidade e caberá agora ao Congresso Nacional determinar as sanções cabíveis”, frisou em nota encaminhada à imprensa. “A sensação de impunidade e o desprezo às leis que conduziram muitas das ações desse governo não terão mais espaço no Brasil que precisamos construir", completou Neves. 

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Para o líder da oposição na Câmara dos Deputados, Bruno Araújo (PSDB), a recomendação do TCU dá liberdade ao Congresso para seguir com o processo de impeachment. “Era o que faltava para dar legitimidade ao processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados", disse. "Ela rasgou a LRF [Lei de Responsabilidade Fiscal]. Aposto que, com essa posição de hoje, o Congresso está livre para afastar a presidente da República", argumentou acrescentando. 

Desde 1937, quando o Tribunal recomendou a rejeição das contas do presidente Getúlio Vargas – mas o Congresso votou favorável –, esta é a primeira vez que o órgão de controle volta a rejeitar uma prestação presidencial. A atitude, para o deputado federal Betinho Gomes (PSDB) “demonstra que não se curva ao poder de quem está à frente do governo e dá uma grande contribuição à democracia brasileira”. 

“O Tribunal de Contas da União dá uma prova de que o Brasil tem instituições fortes e que estão indo de encontro ao sentimento da população, prezando pela transparência, por mais fiscalização, mais controle e, acima de tudo, respeito às regras que são estabelecidas pelas leis brasileiras", analisou. “Sem dúvida, foi um grande passo para a consolidação e fortalecimento de instituições democráticas existentes no Brasil", comemorou o tucano.

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