O que se pode concluir da apresentação de ontem (11), da banda Restart, aqui no Recife, é que a fase colorida e Happy Rock (rock feliz) do grupo parece estar debandando para outro lado, sem dúvida, mais maduro.
Não que as calças verde-limão, os coraçõezinhos feitos com a mão (S2, na linguagem deles) e os sucessos como “Te levo comigo”, "Pra você lembrar" e “Recomeçar” ainda não consigam arrancar gritos histéricos das fãs, que viram o grupo se apresentar pela segunda vez na cidade, só este ano, dessa vez no parque Mirabilândia. Mas é visível, entre os rostos e posturas dos integrantes, que a fase “fofinha” está para tomar novos rumos.
##RECOMENDA##
“A galera do Recife sempre aceitou muito bem todos os nossos discos e nossas 'doideiras', e com o Geração Z não vai ser diferente”, conta o baixista e vocalista Pe Lanza, na coletiva de imprensa realizada antes do show.
Este é o nome do novo disco, lançado agora no final de 2011, com um conceito mais “futurista” do que nos trabalhos anteriores. O CD foi resultado de um hiato de um ano da banda, que aproveitou os sucessos de Restart (2009), By Day (2010) para lançar produtos associados, como o livro Restart - Coração na mão e o DVD ao vivo Restart - Happy Rock Sunday (2011). “O geração surgiu dessa necessidade nossa de lançar um material inédito. O pessoal comenta que a capa está um pouco mais sóbria, mas é que tem haver com esse lance de 'Geração Z', do pessoal que é mais conectado. Mas a gente continua colorido”, brinca o guitarrista e vocalista Koba.
Mas, na verdade, o momento em que os meninos cantaram o novo hit do disco, Menina Estranha, foi talvez a comprovação do "amadurecimento" da banda, com uma música que mistura reggae, emocore e que lembra bandas como For Fun e Cine. Outro lado observado é o quanto os meninos foram “conquistadores”, fato que pode ser visto desde o último show da banda, em maio deste ano, quando Pe Lanza fazia gestos "sensuais" vestido de Michael Jackson, o que pode ter aborrecido pais e responsáveis que levaram seus filhos de menor para assistirem o show.
Durante a apresentação, os meninos não pouparam elogios e galanteios às meninas recifenses. “Sabe qual é a real? Sempre que eu venho pra cá tenho vontade de ficar aí embaixo junto com vocês, vontade de dar um beijo na boca de cada uma de vocês... Eu amo vocês, Recife, valeu!”, gritava Pe Lanza do palco, e como resposta, o tradicional gritinho histérico das fãs.
O efeito “hipnotizante” de massa é percebido de maneira bem clara com a Restart. Pe Lanza quebrou o microfone e pediu vaias. Teve sua resposta. “Agora da um grito só pra eu ficar animado”, e lá vinha mais gritinhos histéricos. Já Pe Lu, vestindo a bandeira de Pernambuco, fez sua tradicional escolha de subir uma fã ao palco para cantar uma das músicas. “Não fiquem tristes que, se eu pudesse, subia todas vocês aqui no palco. Ou então depois vocês me levam para dar uma voltinha na cidade, ir numa baladinha hoje...o que vocês acham?”, e mais uma vez, mais gritinhos.
PLANOS 2012 - Essa nova fase, ou simplesmente, o amadurecimento pelo qual passa qualquer banda, está comprovada nas apostas que estão por vir no quesito novas linguagens culturais – depois de CDs, DVD e livro, o grupo deixou para lançar, em 2012, o tão esperado filme sobre sua carreira. “O filme vai mostrar uma nova faceta da Restart, um novo jeito da galera interpretar nosso trabalho. E a gente atuando é uma coisa um pouco diferente, né.. (risos). A gente fez uma brincadeira dessas no nosso novo clipe, Menina Estranha, que vai estrear agora pelo dia 20 de dezembro”, adianta Pe Lanza.
O que se espera é que as fãs da Restart acompanhem esse novo momento da banda, ainda romântico, mas bem mais rock. O que se vai, com o tempo, é a certeza da sensação “pré-fabricada”, que pode ser sentida tanto pela saturação do mercado fonográfico quanto pelo próprio crescimento de Pe Lanza, Pe Lu, Koba e Thomas como pessoas.
Programa Classificação Livre entrevista os meninos da Restart