Com a retomada das festas juninas em Pernambuco, o setor de queimados do Hospital da Restauração voltou a registrar um crescimento no número de internados no período de São João. Do dia 23 até o dia 28 de junho foram 29 pessoas que precisaram de atendimento na unidade de referência e 14 ficaram internadas.
Nos últimos dois anos de Pandemia da Covid-19, quando não foram permitidas grandes festas juninas no estado, foram registradas uma média de 25 pessoas atendidas no período, com apenas cinco internações.
##RECOMENDA##Neste ano, do número total de atendimentos do dia 23 ao dia 28 deste mês, 11 foram por queimaduras provocadas por tradições juninas, como fogos (5) e fogueiras (6). Cristine Dalla Nora, cirurgiã plástica do setor de queimados do HR, detalha que a época de São João pode ter contribuído para outros atendimentos de casos de queimaduras, que não foram provocados diretamente pelos fogos e fogueiras. "Talvez, sem o São João, dos 29 que a gente atendeu, seriam 11 a menos", relata.
Nesta terça-feira (28), o setor, que conta com 40 leitos, divididos para homens (13), mulheres (13) e crianças (14), já encontra-se lotado, apenas com sete vagas para a pediatria. Inclusive, o registro de crianças queimadas nesta época foi menor: quatro atendimentos e apenas duas precisaram ficar internadas.
Mas esse número pode aumentar. "O São João ainda não acabou e muita gente que se queimou fica em casa e só vem depois de dias para cá, então já chega infectado e com queimaduras mais profundas. Por isso a gente ainda pega, nos próximos 10 a 15 dias, a rebarba do São João", salienta a doutora Cristine.
Segundo a cirurgiã, felizmente, nenhum dos casos atendidos até o momento foram de grandes queimados, mas ela alerta para a necessidade da manutenção dos cuidados. "Criança não tem que está mexendo em comida quente, sem a supervisão dos adultos, manusear palitos de fósforo sozinha porque se queima e nem estar sozinha dentro de casa", reforça.
Dalla Nora também pede para que os adultos tenham cuidado na hora de acender fogueira, instalar o gás, manusear panelas porque a maioria dos casos que acabam chegando no Hospital da Restauração, durante todo o ano, são principalmente por conta da falta de atenção e cuidado dos adultos.
"Tem muita gente fazendo uso de álcool, gasolina para cozinhar porque não tem dinheiro para comprar o gás de cozinha. O número de queimaduras por acendimento de fogo tem crescido nos últimos anos, principalmente por conta da pandemia e do aumento do preço do gás", pontua Cristine Dalla Nora.