Diante da pandemia ocasionada pelo novo coronavírus, as doenças que acometem as vias respiratórias podem ter seus sintomas confundidos com o quadro de Covid-19. A época mais úmida do ano, marcada por chuvas e mudanças de temperatura, também pede que os cuidados com alergias e doenças crônicas sejam redobrados. A médica pneumologista Rita de Cássia Ferreira, do Hospital Esperança, ressalta a importância do diagnóstico médico adequado.
“Nós ainda não podemos afirmar que a alergias e rinite levem a uma maior susceptibilidade a Covid-19 ou aumento de gravidade da doença. Porém, certamente, o tabagismo e outras doenças, a exemplo de asma grave, bronquite crônica e enfisema, são fatores de risco. Dessa maneira, é necessário que os pacientes não descuidem do tratamento médico, que deve ser constante, além de vacinação, uso de máscaras e isolamento social” explica Rita de Cássia.
##RECOMENDA##Os sintomas da gripe são os mais fáceis de serem confundidos com a Covid-19, já que além da tosse e coriza, é possível surgir dor no corpo e febre. Sobre o assunto, a médica acredita que os exames de diagnóstico são fundamentais. “Entre o terceiro e sétimo dia do início dos sintomas, nós aconselhamos a realização do RT-PCR para a Covid-19 ou a pesquisa de antígenos no swab nasal, que é aquele exame onde o cotonete é colocado no nariz do paciente”, reforça.
A especialista também lembra que em casos de dores no peito ou falta de ar, os pacientes devem ser imediatamente encaminhados para o atendimento médico presencial. “Na Covid-19, principalmente após a primeira semana de doença, pode ocorrer uma queda silenciosa de oxigenação, ou seja, a pessoa pode estar necessitando usar oxigênio suplementar e não perceber. E a demora em procurar ajuda médica pode levar ao agravamento do quadro”, complementa a pneumologista.
Sequelas do coronavírus após a cura
Do ponto de vista respiratório, a médica explica que existem pacientes que continuam apresentando falta de ar, principalmente ao realizarem esforços pós alta hospitalar. A maioria destes irá se recuperar totalmente ao longo de meses, outros poderão permanecer com a perda funcional, mantendo os mesmos sintomas devido a alterações pulmonares fibróticas.
“É recomendável que todos pacientes que tiveram acometimento respiratório grave, principalmente se precisaram de suporte respiratório, ou aqueles que apresentem sintomas como falta de ar, tosse e dor torácica sejam acompanhados por pneumologistas após a alta”, finaliza Rita de Cássia.