Entre 2013 e 2016 o nome da oposição no país era: Aécio Neves da Cunha. Um tucano que estava sempre nos holofotes da imprensa, fazia duros discursos contra a então presidente Dilma Rousseff (PT) no Senado e foi um dos articuladores do processo de impeachment da petista.
O quadro mudou em meados de 2017, quando ele apareceu em gravação pedindo uma propina de R$ 2 milhões ao empresário Joesley Batista. A partir daí, uma derrocada marcou a carreira política do mineiro. Ainda naquele ano, ele teve o mandato suspenso por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), mas retomou as atividades em um curto período de tempo.
##RECOMENDA##Já em abril de 2018, Aécio virou réu em uma ação penal pela prática de corrupção passiva e obstrução de Justiça no caso dos R$ 2 milhões, que ele alega ser um pedido de empréstimo e não de propina. Além disso, o tucano é investigado em, no mínimo, outras seis ações que tramitam no STF e na Justiça de Minas Gerais.
As acusações pesaram, Aécio saiu do papel de protagonista de discursos ácidos e, inclusive, deixou de ser o candidato natural do tucanato para as eleições de 2018. Sua estadia constante nas manchetes por implicações em casos de corrupção o levaram não só a deixar de lado os planos para ocupar o Palácio do Planalto, como também não concorrer à reeleição no Senado e postular uma vaga na Câmara dos Deputados.
Agora, como deputado federal, ele está tentando voltar a ativa sem a pecha de investigado por corrupção. Apesar dos curtos e quase imperceptíveis 13 discursos feitos na Câmara, o tucano primeiro, saiu vitorioso de um processo que pedia sua expulsão do PSDB e depois, com a poeira sobre o caso da JBS em baixa, conseguiu a relatoria de um projeto que o coloca em evidência e demanda articulação com prefeitos de todo o país.
Aécio é o relator em uma comissão especial na Câmara da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que autoriza deputados e senadores a repassarem recursos de emendas individuais diretamente para Estados e municípios, sem a necessidade de nenhum tipo de convênio ou instrumento similar com um órgão público intermediário.
Com isso, o deputado federal mineiro, que muitos indagavam sobre seu paradeiro - já que não estava mais entre os holofotes, está tentando galgar de volta espaços deixados de lado, mas isso não quer dizer que ele esteve longe das articulações nos bastidores da política. Inclusive, no dia da votação da reforma da Previdência no Senado, ele apareceu na Casa Alta e travou conversas com o presidente Davi Alcolumbre (DEM).