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A TIM informou, nesta terça-feira (4), que não foi notificada sobre a decisão do juízo da recuperação judicial da Oi sobre depósito de valores que estão sendo contestados, mas se adiantou e afirmou que vai recorrer da decisão.

A operadora diz que "foi surpreendida" no período da manhã de que haveria sido proferida decisão liminar do Juízo da 7ª Vara Empresarial da Comarca do Rio de Janeiro determinando o depósito em juízo pelas Compradoras, em 48 horas, da importância de aproximadamente R$ 1,53 bilhão, sendo R$ 670 milhões pela TIM - em conta vinculada ao processo de recuperação judicial da Oi, onde ficará acautelado até posterior decisão de juízo arbitral. O juízo determinou ainda que seja instaurado processo de mediação entre as partes.

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A TIM lembra que na segunda-feira informou, em fato relevante, que tendo em vista a violação expressa da Oi aos mecanismos de resolução de disputas previstos no Contrato de Compra e Venda (SPA) dos Ativos, Direitos e Obrigações que compõem a UPI Ativos Móveis à companhia, Telefônica e Claro, não restou outra alternativa senão ingressar naquela data com procedimento arbitral junto à Câmara de Arbitragem do Mercado da B3 em face à Vendedora para que determine o valor efetivo do ajuste ao Preço de Fechamento Ajustado, na forma do SPA.

A Claro Telecom Participações também comunicou à CVM que, assim como as demais compradoras, tem notícia, mas ainda sem intimação ou citação formal da determinação de depósito.

A operadora diz ainda que discorda da decisão liminar do Juízo e, tão logo intimada, tomará as providências cabíveis para a reversão da decisão liminar.

A abertura do processo de arbitragem envolvendo TIM, Vivo e Claro contra a Oi em função de divergência sobre o valor correto na venda da rede móvel da operadora carioca marca o início de uma discussão longa e sem prazo definido para uma conclusão, conforme apurou o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) com fontes envolvidas nas negociações.

As três empresas compradoras cobram um ajuste no preço de venda do ativo, o que a Oi refuta. Na segunda-feira (3), o trio anunciou que levará o caso para arbitragem após a Oi supostamente ter descumprindo certas obrigações previstas no contrato de alienação e não ter havido um entendimento entre as partes sobre o caso nas últimas semanas.

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A rede móvel da Oi foi leiloada em dezembro de 2020, mas só teve o fechamento 16 meses depois, em abril de 2022, após receber aval da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) - este último numa votação apertada.

A venda foi acertada por R$ 16,5 bilhões, montante sujeito a ajustes para refletir a situação operacional e financeira da companhia ao longo desse período. A previsão de ajustes nos valores finais é normal em transações cujo desfecho leva tempo.

Neste caso, entretanto, o valor ficou muito acima do esperado por acionistas da Oi. O trio de compradoras alega que têm direito a um desconto de R$ 3,186 bilhões. Desse total, R$ 1,447 bilhão já está retido pelas companhias. Haveria, portanto, a necessidade de a Oi devolver R$ 1,739 bilhão.

No dia 19 de setembro, TIM, Vivo e Claro comunicaram ao mercado que notificaram a Oi cobrando o ajuste de contas, munidas de um laudo econômico-financeiro elaborado pela consultoria KPMG. Segundo esse laudo, a Oi não teria sustentado uma porção de métricas definidas no contrato de alienação, como manutenção de capital de giro, nível mensal de investimento e participação nas adições líquidas de clientes no período.

A Oi refuta esses questionamentos e já entregou uma contra-notificação ao trio na última sexta-feira, 30, e outra manifestação está em fase de elaboração, apurou o Broadcast. Isso porque ainda existem passos contratuais fora da arbitragem a serem seguidos, mas, dada a falta de sinais sobre um possível entendimento, um desfecho só deverá ocorrer via arbitragem.

Paralelamente, a Oi também recorreu ao juiz da 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, Fernando Viana. Como a venda da rede móvel se deu por meio de leilão autorizado e homologado pelo juízo que conduz a recuperação judicial da tele, haveria algum espaço por lá para fazer valer a conclusão do pagamento.

Se a cobrança do trio estiver correta, a maior beneficiada pelo ajuste de valores seria a TIM, que ficou com a maior fatia da rede móvel da Oi e também pagou a maior parte. A TIM teria R$ 768,9 milhões a receber (além do valor já retido de R$ 634,3 milhões). Em seguida vêm a Vivo, com R$ 587,0 milhões a receber (R$ 488,4 milhões já retidos), e a Claro, com R$ 383,5 milhões a receber (R$ 324,7 milhões já retidos).

A Telefônica Brasil, dona da marca Vivo, informa que iniciará procedimento arbitral em face da Oi, em recuperação judicial, mediante o requerimento de instauração de Arbitragem a ser protocolado perante a Câmara de Arbitragem do Mercado, nos termos do Contrato de Compra e Venda de Ações e Outras Avenças, celebrado entre a Companhia, em conjunto com a TIM e a Claro e a Vendedora, em 28 de janeiro de 2021, conforme aditado, tendo em vista o manifesto descumprimento pela Oi de determinados termos do Contrato após a troca de notificações acerca do Ajuste de Preço Pós-Fechamento.

O trio está cobrando R$ 3,1 bilhões da Oi como indenização por compra da rede móvel, que foi leiloada em dezembro de 2020, mas só teve o fechamento 16 meses depois, em abril de 2022, após receber aval da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) - este último, numa votação apertada.

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A venda foi acertada por R$ 16,5 bilhões, montante sujeito a ajustes para refletir a situação operacional e financeira da companhia ao longo desse período. A previsão de ajustes nos valores finais é normal em transações cujo desfecho leva tempo.

Neste caso, entretanto, o valor ficou muito acima do esperado por acionistas da Oi. O trio de compradoras alega que tem direito a um desconto de R$ 3,186 bilhões. Deste total, R$ 1,447 bilhão já está retido pelas companhias. Haveria, portanto, a necessidade de a Oi devolver R$ 1,739 bilhão.

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