Tópicos | ProCultura

A partir desta quinta-feira (13), Pernambuco recebe a segunda edição do Encontro Nacional de Gestores de Fomento e Incentivo à Cultura. O evento, que segue até sábado (15), está sendo organizado pela Representação Regional Nordeste do Ministério da Cultura (RRNE/MinC) e conta com a presença de Américo Córdula, secretário de Políticas Culturais do Ministério da Cultura (SPC/MinC). O encontro acontece na sede da RRNE/MinC, no Bairro do Recife.

Nesta sexta (14), às 14h, o deputado federal Pedro Eugênio apresenta um relatório sobre o Projeto de Lei 1.139/2007, legislação que trata do Procultura e que substituirá a atual Lei Rouanet, responsável pelo financiamento a projetos culturais em todo o país. Participam do debate o secretário de Cultura de Pernambuco, Marcelo Canuto, o presidente da Fundarpe, Severino Pessoa e o ex-secretário de Articulação do Minc e ex-secretário de Cultura do Recife, João Roberto Peixe. 

##RECOMENDA##

De acordo com Américo Córdula, o Encontro Nacional de Gestores será é uma oportunidade para debater as estratégias da Secretaria de Políticas Culturais do MinC neste ano. “É uma expectativa muito grande, pois muitos possuem suas leis de incentivo. Nas na verdade é o Fundo Nacional de Cultura que sustenta todo o Sistema Nacional de Cultura (SNC), cabendo ao MinC discutir e esclarecer como será a transferência desses recursos para os demais órgãos federados”, afirma o gestor.

Serviço

Encontro Nacional de Gestores de Fomento e Incentivo à Cultura

Até sábado (15) 

RRNE/MinC (Rua do Bom Jesus, 227/237 - Bairro do Recife)

(81) 3117 8439

*Com informações da assessoria

O deputado federal Pedro Eugênio (PT-PE), relator do Projeto de Lei 1.139/2007 (Procultura), apresentou na quarta-feira (15) à Comissão de Finança e Tributação (CFT) seu parecer sobre emendas recebidas na matéria. Em seu relatório, o parlamentar acatou também contribuições do Ministério da Cultura. Na ocasião, o presidente da CFT, deputado federal João Magalhães (PMDB-MG), disse que a matéria é prioridade e deverá entrar na pauta de votação na próxima semana.



O Procultura irá substituir a Lei Rouanet, que completou 20 anos em 2012 e não traduz mais o atual momento da cultura brasileira. Será o novo marco regulatório de financiamento, estabelecendo vários mecanismos de aumento dos recursos para a cultura, podendo elevar os investimentos de cerca de R$ 2 bilhões para R$ 3,5 bilhões – englobando o Fundo Nacional de Cultura (FNC) e o Mecenato (investimento de empresas em projeto por meio do programa de renúncia fiscal). O FNC, por exemplo, que é o instrumento de mais fácil acesso a artistas e grupos culturais de menor porte, poderá ter um aumento na faixa de R$ 600 milhões.



As novas regras farão com que os recursos sejam melhor distribuídos tanto no aspecto geográfico quanto nas diferentes linguagens culturais. Um desses mecanismos é a definição de Território Certificado pelo Ministério da Cultura. As áreas escolhidas de interesse cultural, que poderão ser bairros, cidades, por exemplo, terão incentivos fiscais adicionais, induzindo maior aplicação nesses territórios por parte de patrocinadores do mecenato.



Outro mecanismo de democratização é a possibilidade de qualquer projeto e linguagem ter 100% de financiamento do seu valor. Hoje poucas categorias podem chegar a esse estágio. “No novo projeto, todos podem. Mas, para fazer jus a 100% terão que ser avaliados a partir de atendimento de atributos definidos na lei, com o sistema de pontuação, que engloba gratuidade, acessibilidade, itinerância, etc.. Agora será um sistema de meritocracia”, explica o relator da proposta.

Brasília – Elaborado pelo Ministério da Cultura com a participação popular para substituir a Lei Rouanet, o Programa Nacional de Fomento e Incentivo à Cultura (ProCultura) só deve entrar em vigor, na melhor das hipóteses, em 2013. A expectativa é do secretário de Fomento e Incentivo à Cultura do ministério, Henilton Parente de Menezes.
 
Segundo Menezes, a reforma da atual lei de incentivo à cultura, em vigor desde 1991, é complexa e exigirá habilidade dos parlamentares responsáveis por redigir um texto capaz de gerar o mínimo de insatisfação entre os diferentes segmentos afetados pelas mudanças. Para ele, unanimidade é algo quase impossível de se obter no tema. “Esse projeto certamente não será sancionado pela presidenta da República este ano”, declarou o secretário, em entrevista à Agência Brasil ao falar sobre a mobilização de grupos de teatro pela criação do Prêmio Teatro Brasileiro, previsto em projeto de lei (PL) encaminhado pelo ministério ao Congresso Nacional.
 
Já aprovado pela Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados, o PL 6722/2010 está sendo analisado na Comissão de Tributação e Finanças, de onde seguirá para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e, em seguida, para o Senado.
 
“Supondo que o projeto seja votado ainda no primeiro semestre de 2012, algo que eu acho factível, nós só conseguiremos implantar a lei em 2013. Uma lei como essa, que se refere à renúncia fiscal, só pode entrar em vigor no exercício fiscal subsequente”, explicou o secretário. Ele enfatizou que, além da sanção presidencial, a implementação da nova lei exigirá um período de transição devido ao número de projetos culturais sendo executados com base na legislação em vigor.
 
“Teremos algo em torno de 12 mil projetos [culturais] sendo executados com base na legislação atual. Serão de dois a três anos de transição para que estes projetos sejam concluídos”, disse Menezes, explicando que, durante este tempo, o setor irá conviver com as duas legislações.
 
Quanto ao Prêmio Teatro Brasileiro, o secretário considera normal e positivo que os grupos teatrais tenham se mobilizado para garantir mais recursos para o setor. Menezes não discordou sequer do argumento de que o prêmio pode ser uma forma de o Estado reassumir seu papel de gestor dos recursos públicos obtidos por meio das leis de renúncia fiscal, mas ressalvou que isso vai depender da redação final da lei.
 
"De certa forma, eles [grupos teatrais] têm razão. Só é preciso lembrar que, atualmente, 25% dos recursos obtidos por meio de renúncia fiscal vão para as artes cênicas. Podemos ter um prêmio bem desenhado, que favoreça a desconcentração dos recursos, ou um prêmio que continue beneficiando os grupos do Rio de Janeiro e de São Paulo, que, hoje, já ficam com 80% dos recursos disponíveis”, comentou, lembrando que a concentração é um dos motivos que levou o ministério a propor a reforma da Lei Rouanet.
 
Para o secretário, o importante é discutir a ampliação dos recursos destinados ao Fundo Nacional de Cultura, mecanismo por meio do qual o Ministério da Cultura investe em projetos culturais e que, para este ano, dispõe de apenas R$ 204 milhões, enquanto o total a ser movimentado este ano por meio da Lei Rouanet chega a R$ 1,35 bilhão. “O projeto de lei prevê que o Fundo Nacional de Cultura será equiparado ao valor da renúncia fiscal. Defendemos a ampliação dos valores destinados ao fundo, mas, para isso, temos que encontrar formas de torná-lo mais atraente para os empresários. Com o fundo, o ministério poderá distribuir os recursos de forma muito mais equilibrada por todo o país”.
 
Relator do projeto de lei na Comissão de Tributação e Finanças da Câmara dos Deputados, o deputado Pedro Eugênio (PT-PE) informou que apresentará uma primeira versão de seu relatório durante um seminário agendado para o próximo dia 8 de novembro. “Estamos conversando com os setores de vários segmentos artísticos, e não só do teatro, dialogando com os ministérios da Fazenda e da Cultura e, em breve, apresentaremos uma primeira versão do relatório. O prêmio para o teatro já está incluído no projeto de lei e eu mesmo sou favorável a sua manutenção. Qualquer artigo [do projeto de lei], no entanto, pode ser aprovado ou suprimido nas comissões”, observou Pedro Eugênio.
 
O deputado, assim como o secretário, destacaram que ainda não há definição quanto a valores e critérios de premiação, nem sobre a fonte dos recursos necessários. Isso e a possível criação de prêmios para outras manifestações artísticas, garantem eles, vai depender das discussões no Congresso Nacional.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando