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O ministro da Defesa do Irã, Amir Hatami, negou nesta quarta-feira as acusações do governo dos Estados Unidos contra o programa espacial de Teerã, que segundo Washington teria uma dimensão militar.

"O tema dos veículos lançadores de satélites é uma questão civil", disse o ministro, de acordo com a agência estatal IRNA, poucos dias após o lançamento frustrado de um satélite iraniano.

"Podemos utilizar um satélite com fins de defesa, mas o veículo lançador espacial é um tema que não é, de maneira alguma, de defesa. É um direito absoluto e definido da nação iraniana", completou.

"Não há nenhuma proibição no mundo contra este programa espacial", disse o ministro.

O Irã lançou no domingo um novo satélite de observação científica, chamado Zafar, mas não conseguiu colocá-lo em órbita.

Na terça-feira, o chefe da diplomacia americana, Mike Pompeo, acusou o Irã de querer reforçar sua capacidade na área de mísseis balísticos com o lançamento de satélites.

"As tecnologias utilizadas para colocar satélites em órbita são praticamente idênticas e intercambiáveis com as que são usadas para os mísseis balísticos intercontinentais", disse.

Hatami, no entanto, disse que o Irã prosseguirá com o programa espacial e prevê o lançamento de uma nova versão do satélite Zafar em 2021.

"O Zafar 2, levando em consideração seu peso, será lançado pelo Simorgh", disse o ministro, em referência ao foguete utilizado para o lançamento de domingo passado.

A China realiza neste domingo (1º) os últimos preparativos para concretizar seu 'sonho espacial' e lançar na direção da Lua o chamado "Coelho de Jade", um veículo de exploração lunar controlado à distância. A missão começará às 1h30 local desta segunda-feira (15h30 deste domingo) na base de lançamento de satélites de Xichang, na província de Sichuan (sudoeste).

O nome do veículo "Coelho de Jade" no origem chinês é "Yutu", uma referência à mitologia chinesa. Segundo a lenda, o Coelho Lunar (ou "Lebre da Lua", segundo a linguagem clássica chinesa que não faz distinção entre coelhos e lebres) vive na Lua, onde tritura o elixir da imortalidade em suas crateras. O animal lendário tem a companhia de Chang'e, a deusa chinesa da Lua.

Com esta missão chamada Chang'e-3, a China deve fazer seu primeiro pouso "suave" na lua, como parte de seu ambicioso programa "Chang'e", marcado pelo sucesso de duas sondas lunares precedentes.

O programa espacial chinês é chefiado por militares. O foguete que transportará a sonda será lançado no começo de dezembro, informou a agência Xinhua, citando a Administração Estatal de Ciência, Tecnologia e Indústria para a Defesa Nacional. "A China batizou seu primeiro jipe lunar de 'Yutu', ou Coelho de Jade, após uma consulta on-line", acrescentou o informe. As sondas Chang'e-1 (lançada em outubro de 2007) e Chang'e 2 (em outubro de 2010) permitiram, uma vez postas em órbita, fazer observações detalhadas da Lua.

Além de garantir o status de grande potência, a China sonha em se tornar o primeiro país asiático a enviar um homem à Lua. O "Coelho de Jade", equipado com painéis solares para gerar sua energia, fará análises científicas e enviará para a Terra imagens tridimensionais de seu satélite natural.

O veículo, com peso de 120 quilos, pousará na Baía dos Arco-íris, um território ainda inexplorado do satélite, informou a administração espacial chinesa. Esta região oferece condições favoráveis, tanto por sua exposição ao sol quanto pela comunicação com a Terra. O veículo lunar funcionará durante três meses e poderá se deslocar a uma velocidade máxima de 200 metros por hora;

A conquista do espaço é percebida na China, que investe bilhões de dólares ao setor, como o símbolo do novo poder do país e das ambições do Partido Comunista (PCC) no poder. As autoridades têm planos ambiciosos, como criar uma estação espacial permanente em 2020 e eventualmente enviar um ser humano à Lua, mas sua tecnologia atualmente carece da precisão que Rússia e Estados Unidos têm.

Ouyang Ziyuan, chefe do projeto de jipe lunar, declarou à Xinhua que as crenças antigas se baseavam nas marcas deixadas por impactos na paisagem lunar. "Há várias manchas negras na superfície da Lua, nossos povos antigos imaginaram que se tratava de um palácio lunar, de árvores e de um coelho de jade", disse.

Aproximadamente 3,5 milhões de pessoas participaram a pesquisa on-line. "Yutu é um símbolo de bondade, pureza e agilidade, e é idêntico ao jipe, tanto em atitude quanto em conotação", afirmou Li Bengzheng, vice-comandante em chefe do programa lunar chinês, segundo a agência oficial. "Yutu também reflete o uso pacífico do espaço pela China", acrescentou Li.

A Etiópia apresentou nesta sexta-feira a primeira fase de um programa de exploração espacial, que inclui o primeiro observatório de padrão internacional na África Oriental, destinado a promover a pesquisa astronômica.

O observatório apresentado nesta sexta-feira, mas que será inaugurado oficialmente no sábado, conta com dois telescópios de um metro de diâmetro cada um para observar "planetas, diferentes tipos de estrelas, a Via Láctea e galáxias distantes", explicou seu diretor, Solomon Belay, à AFP.

Esta nova instalação, estimada em 3,4 milhões de dólares (2,5 milhões de euros) e administrada pela Sociedade Etíope do Espaço e da Ciência, foi financiada pelo executivo etíope-saudita Mohamed Alamudi.

O observatório está localizado 3.200 metros acima do nível do mar, nas montanhas de Entoto, perto da capital Adis Abeba. Uma localização ideal, segundo os especialistas.

O observatório se destinará essencialmente "à busca em astronomia e astrofísica", disse Belay.

A próxima etapa para o governo etíope será a criação de uma política espacial.

Nos próximos três anos, o país lançará seu primeiro satélite com fins de pesquisa meteorológica e desenvolvimento das telecomunicações, afirmou a Sociedade Etíope do Espaço e da Ciência.

Para Belay, a promoção da ciência é um dos elementos chave para o desenvolvimento deste país, que ainda é um dos mais pobres do mundo.

"Se relacionarmos a economia com a ciência, poderemos então passar de nossas técnicas agrícolas obsoletas à industrialização e a uma agricultura mais moderna", afirmou otimista Belay.

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