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O padrão de comercialização do gás natural veicular (GNV), em todo o país, vai mudar do atual metro cúbico (m³), para massa, isto é, será vendido em quilograma.

Com o objetivo de receber sugestões e contribuições da sociedade para a proposta que vai regulamentar a mudança, o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) abriu, na última segunda-feira (16), consulta pública. As contribuições podem ser enviadas até o dia 13 de fevereiro, no site do Inmetro.

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Falando hoje (18) à Agência Brasil, o chefe da Divisão de Supervisão em Metrologia Legal do Inmetro, Maurício Condessa, disse que a mudança no padrão de medição baseia-se em estudo de técnicos do próprio órgão. “A mudança é crucial e tem que acontecer. É importante para trazer para a sociedade uma melhor qualidade nesse controle e mais segurança na medição”.

Condessa esclareceu que a mudança está alinhada com padrões da Organização Internacional de Metrologia Legal e deverá ocorrer no primeiro semestre de 2020, com prazo de adaptação de dois anos para que revendedores e distribuidoras de combustíveis façam os ajustes necessários em seus instrumentos. “O investimento é do mercado”, destacou. Não haverá mudança no kit para o consumidor.

Atualmente, o gás para uso automotivo vendido nos postos de combustíveis é medido em massa no dispenser (bomba) de GNV e passa por uma conversão, por meio de um fator chamado densidade, para ser apresentado em volume e, dessa forma, poder chegar até o cilindro dos automóveis. Maurício Condessa informou que o gás natural vendido no Brasil é uma mistura de gases de várias jazidas, incluindo o pré-sal e jazidas da Venezuela e Bolívia, principalmente. “Isso acaba fazendo com que ele não tenha uma densidade linear”. Para o consumidor, essa densidade variável acarreta em perdas no abastecimento.

Os valores de densidade são fornecidos pelas distribuidoras com defasagem de um mês e são inseridos manualmente nas bombas o que, segundo o Inmetro, favorece erros na medição e possibilidade de fraudes. “Esse fator de densidade pode ser colocado pelo próprio dono do estabelecimento comercial e isso possibilita que fraudes acabem acontecendo”. O estudo feito pelo Inmetro detectou erros de até 20% no volume que deveria estar sendo realmente entregue em alguns postos.

Condessa explica que, com a mudança, o consumidor terá certeza de que a medição, que passará a ser feita em massa, não estará sujeita a imprevisibilidades. Ele disse ainda que o gás liquefeito de petróleo (GLP), adquirido em bujões pela população, já é comercializado em massa. Por isso, assegurou que não vai ser difícil pra os brasileiros se acostumarem ao novo padrão de comercialização do GNV.

Os 1.759 postos de GNV do país terão as bombas ajustadas, com densidade 1, e lacradas pelo Instituto de Pesos e Medidas (Ipem), órgão delegado do Inmetro responsável pela fiscalização metrológica.

Maurício Condessa garantiu que a alteração no padrão de venda do combustível não vai acarretar em aumento do preço do produto, porque um quilograma de GNV chega a conter até 30% mais de gás (em massa) em relação ao metro cúbico: 1 quilo (kg) equivale aproximadamente a 1,3 m³. Ou seja, o consumidor precisará de menos unidades comercializadas (1,3 kg para cada m³) para encher o tanque do veículo.

“O preço final não muda para o consumidor”, tranquilizou o chefe do Departamento de Supervisão em Metrologia Legal do Inmetro. Ele disse, por exemplo, que o consumidor que gasta R$ 48 para encher o cilindro de 15 metros cúbicos ao preço de R$ R$ 3,20 o m³, gastará o mesmo valor para encher o tanque de 11,5 quilogramas ao preço de R$ 4,16 por quilograma. “Ele (consumidor) vai receber a mesma coisa e não vai pagar mais. O que ele vai ter é mais previsibilidade sobre o que está recebendo, com a certeza de que aquela densidade, naquele momento, está sendo de fato comunicada para aquele instrumento”.

Segundo Condessa, a economia do GNV para o consumidor vai continuar com o novo padrão. “Os mesmos reais que ele gasta agora vai continuar gastando”.

Ao final da consulta pública, será realizada uma reunião presencial do Comitê Técnico de Metrologia Legal em que as partes interessadas do setor de combustíveis serão convidadas, para consolidar o texto final do regulamento.

Há 130 anos, ele carrega o peso do mundo nas costas: apelidado de o "grande K", o protótipo internacional do quilograma (IPK), usado como padrão para todas as medidas de massa, será em breve substituído por uma constante matemática imaterial.

A 26ª reunião da Conferência Geral de Pesos e Medidas (CGPM), que acontece de 13 a 16 de novembro em Versalhes (oeste de Paris), deve avalizar uma nova definição do quilograma formulada com base na constante de Planck (h) da Física Quântica.

A massa desse cilindro em platina iridiada, que mede 3,9 centímetros de comprimento e 3,9 centímetros de diâmetro, definiu o quilograma desde 1889.

Ele está conservado, cuidadosamente, no Bureau Internacional de Pesos e Medidas (BIPM) em Sèvres, perto de Paris.

Sobre ele, pesa uma grande responsabilidade: o IPK encarna a referência internacional para todas as medidas de massa no mundo, seja para dosar medicamentos, cortar fatias de presunto, pesar um bebê ou equipamentos industriais. Os países possuem seus padrões, os quais comparam periodicamente com cópias históricas do "grande K" - elas mesmas comparadas ao padrão supremo.

"O quilograma é a última unidade de medida baseada em um artefato físico", ressalta o diretor-geral do LNE (Laboratório Nacional de Metrologia e de Testes) francês, Thomas Grenon.

"O problema é que ele vive sua vida, ele pode flutuar, o que não é de todo satisfatório, vistos os níveis de precisão, dos quais precisamos hoje", completou.

Então, em maio do próximo ano, o "grande K" cederá oficialmente seu trono ao "h". Essa constante, descoberta em 1900 pelo físico Max Planck, é produto de uma energia por um tempo. E a energia está ligada à massa pela célebre equação E = mc2.

Depois de vários anos de trabalhos científicos, o valor do h foi fixado em 6,62607015 X 10 potência menos 34 Joule.segundo.

- 3 redomas, 3 chaves -

E por que uma revolução desse porte? Os cientistas se deram conta de que a massa do protótipo internacional havia variado ligeiramente em relação àquelas das seis cópias feitas na mesma época e conservadas no BIPM.

A massa do IPK divergiu da massa da média dessas réplicas de cerca de 50 microgramas. O BIPM multiplicou, então, as precauções para proteger o IPK.

"Ele foi conservado dentro de três redomas de vidro, em um cofre situado em um cômodo ultralimpo no subsolo do Pavilhão de Breteuil", afirmou Estefania de Mirandes, secretária-executiva do Comitê consultivo das unidades do BIPM.

O cofre é fechado a três chaves, que ficam com três pessoas diferentes e que devem estar presentes ao mesmo tempo para que possa ser aberto.

O acesso ao cômodo precisa de uma autorização especial. Uma vez por ano, o cofre é aberto para verificar visualmente o estado do IPK.

Estefania De Mirandes já o viu várias vezes. Em 2014, o grande K foi levado para os laboratórios do BIPM, onde se fizeram várias medições dele.

"Em princípio, é possível avariar o IPK durante uma medida e alterar sua massa, porque é um objeto frágil", reconheceu.

"Imaginem se deixássemos esse protótipo cair!", exclama a diretora de Pesquisa Científica no LNE, Maguelonne Chambon.

Um pesadelo que perdeu o sentido.

Logo o padrão do quilograma será feito com base na constante de Planck por meio de uma balança do watt, também chamada balança de Kibble, por conta do nome de seu inventor (o físico britânico Bryan Kibble), e que consiste em converter uma massa em uma potência elétrica.

Apenas alguns países têm hoje uma balança de watt, incluindo a França, que desenvolveu uma no LNE, em Trappes, região parisiense.

A Conferência Geral de Pesos e Medidas reúne os representantes de 60 Estados-membros e 42 Estados e entidades econômicas associadas.

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