Tópicos | reavaliação de cotas

Engenharia, Medicina e Direito são os três cursos com mais pessoas aprovadas na reavaliação de cotas raciais da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), divulgada nesta segunda-feira (25). O curso das ciências exatas teve 11 aprovados, o da área de saúde teve 8 e o de direito teve cinco nomes na lista divulgada pela instituição de ensino.

Ao todo, 74 nomes foram aprovados em 32 cursos diferentes dos campi da UFPE. Cursos como física, artes visuais, biblioteconomia, ciências biológicas, jornalismo, filosofia e ciências contábeis tiveram apenas um aprovado.

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Um dos aprovados no curso de ciências da computação, morador da cidade de Jataíba, no Agreste pernambucano, João Pedro Ribeiro, de 18 anos, vai correr atrás do prejuízo. “Vou chegar com duas semanas de atraso, mas pelo menos a situação foi resolvida. Creio que os professores vão dar alguma satisfação”, reflete. 

Confira a lista completa de aprovados neste link

Parte dos alunos reprovados pela Comissão de Autodeclaração Racial da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) passam por reavaliação na manhã e tarde desta quinta-feira (21). O procedimento é feito no corpo discente da instituição, localizado no campus Recife, Zona Oeste da capital pernambucana. A maior reclamação dos pais e candidatos presentes no local no começo da manhã foi a formação da banca avaliadora ter sido feita apenas por pessoas negras.

“Acho que se é para julgar pessoas de etnias diferentes a banca deveria ser composta de etnias diferentes”, afirma Isabelly Maria, de 17 anos, aprovada pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu) no curso de fisioterapia. Ela, que se declara parda e não teve candidatura aceita pela banca na primeira avaliação, foi a primeira aluna a passar pelo processo de reavaliação. “Não sei o que esperar, mas acho que o resultado não vai ser muito bom porque a diferença não foi muita da primeira banca para essa”, comenta.

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Após a saída de Isabelly e a reclamação sobre a falta de variedade dentro da banca julgadora, um pequeno tumulto foi formado. Alguns pais de alunos ameaçaram entrar no corpo discente por afirmar que a UFPE garantiu que a comissão seria plural após o primeiro protesto feito pelos reprovados. Os candidatos seguintes, porém, saíram afirmando que a comissão teria mudado e estava diversa.

Incertezas

Na fila para validação, uma série de incertezas marcava os candidatos. A estudante Caroline Júlia, de 18 anos, aprovada no curso de medicina, trancou a graduação em enfermagem no estado de Alagoas para poder se matricular na UFPE. Participante de movimentos negros, ela se disse surpresa e frustrada com a decisão. “Minha mãe até ligou para confirmar o resultado. A gente estuda tanto, se esforça tanto, eu já tinha entrado em outra faculdade pela mesma cota, passei pelo mesmo processo. Me senti injustiçada”, relata.

Além do sentimento de injustiça, João Victor Correia, de 16 anos, aprovado em engenharia, afirma que se sentiu com um investimento de ano inteiro perdido. “Eu teria passado também sem cota, preferi botar cota porque era uma segurança a mais, entendeu? Passei o ano passado todo estudando em cursinho, foi um investimento jogado fora se eu não conseguir passar hoje”, conta.

Ao todo, 188 candidatos serão avaliados pela comissão, parte deles nesta quinta e a outra parte na sexta-feira. A decisão oficial da UFPE deverá ser divulgada na segunda-feira (25).

*Com informações da reporter Eduarda Esteves

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