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A Prefeitura do Recife divulgou, na sexta-feira (25), os dados do Censo da População de Rua, pesquisa realizada em parceria com a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Um evento de anúncio da pesquisa foi realizado no Teatro do Parque, no centro da cidade, que contou ainda com a exposição de fotografias “Retratos Visíveis”.

O relatório apresenta dados que foram levantados como uma das etapas do Programa Recife Acolhe, que busca atender às populações mais vulneráveis na capital pernambucana. Das 1806 pessoas recenseadas pelas equipes de Abordagem Social, 1.443 estavam nas ruas no momento da contagem e 363 estavam acolhidas em algum equipamento institucional. O relatório permitiu a construção de um perfil da população em situação de rua, com o objetivo de aplicar políticas públicas para essa parcela. 

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Confira o perfil da população em situação de rua levantado pelo Censo: 

Gênero: Segundo o levantamento, as ruas são ocupadas, em sua maioria, por homens, representando 76% das pessoas, quando as mulheres estão em 19%. Os homens cisgêneros representam 75% da população em situação de rua, mas os números de mulheres cisgêneros e de mulheres trans são grandes e têm crescido, correspondendo a 25%. 

Raça: Em relação à raça e cor, constatou-se que cerca de 80% da população em situação de rua do Recife é composta por pretos e pardos.  

Idade: O documento mostra que maior parte da população em situação de rua é composta por adultos em idade economicamente ativa (80%), mas há um percentual representativo de pessoas idosas (11%), crianças e adolescentes (4%), que fazem parte do grupo que vivencia maior vulnerabilidade e que estão sujeitos à proteção integral. 

Vulnerabilidade: Em relação a tais critérios de vulnerabilidade, a pesquisa mostra que 26,5% das pessoas estavam nas ruas há menos de um ano, indicando uma condição adquirida. Aproximadamente 19% das pessoas vivem entre um e três anos nas ruas; 13% vivem entre três e cinco anos; e 35% vivem há mais de cinco anos na mesma situação. 

Origem: 47% da população em situação de rua do Recife é resultante de fluxo migratório e, inclusive, um dos principais motivos que conduz as pessoas às ruas, de acordo com a pesquisa, são os conflitos familiares, como apontam mais de 50% dos casos.  

Tempo: 35,5% afirmam estar em situação de rua há mais de cinco anos e 54,9% nunca deixaram de estar nesta condição desde que deixaram de viver em um domicílio.  

Escolaridade: 22% desse grupo não sabe ler e escrever convencionalmente. A maioria, cerca de 38%, largou a escola durante ou logo após concluir os anos finais do ensino fundamental. 

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Ações anunciadas 

Com base nos dados apresentados no relatório, a prefeitura do Recife lançou, ainda na sexta-feira (25), novas iniciativas que fazem parte do Programa Recife Acolhe, como o projeto Moradia Primeiro Recife. O piloto deve ofertar 50 moradias permanentes para famílias em situação de rua que não aderem aos atuais modelos de acolhimento provisório ou que estejam nos acolhimentos há mais tempo. A execução do projeto será financiada pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). 

A segunda iniciativa anunciada foi a construção do Centro Popinho, uma unidade do Centro de Referência de Atendimento à População em situação de Rua (Centro Pop) destinada ao atendimento de crianças e adolescentes, entre 11 e 17 anos, que estejam dormindo nas ruas desacompanhados de adultos responsáveis. 

Ainda foi apresentado o Programa Pão e Letra, em parceria com a UFRPE, que pretende promover ações educativas e comunicativas com a população em situação de rua do Recife, focadas em práticas de cuidado, alfabetização, letramento e promoção da cidadania.

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