O palco do Rec Beat ficou pequeno para tantas atrações na virada da segunda para terça-feira (21) de carnaval. O público chegou cedo para o evento e já às 16 horas a rua do Cais de Alfândega estava tomada de pessoas para conferir de perto o terceiro dia da 17º edição do evento que se consagrou como um dos mais importantes festivais independentes do país.
A programação foi muito bem repercutida pelo público, que logo de cara assistiu a apresentação das gêmeas Lulu e Aninha Araújo, com a banda Fadas Magrinhas. Na sequência, foi a vez dos italianos Giullari Del Diavolo levar a magia do circo para o Recife Antigo.
Um evento de tanta versatilidade musical e de múltiplas tendências não poderia deixar de incluir em sua grade de shows as oito mulheres do grupo Rumbanda, que não economizou no som percussivo.
A ganesa OU, radicada na Suíça, também brilhou no palco do Rec Beat e ousou em sua apresentação - usando memórias infantis de vários amigos. Ela fez uma verdadeira jornada musical em suas composições.
Mas as atenções da noite estavam todas voltadas para apresentação da cantora baiana Pitty, com o novo projeto chamado “Agridoce” - uma parceria com o músico da sua banda, Martin Mendez.
A espera para ver a roqueira no palco valeu a pena. Pitty fugiu dos acordes pesados, tão característicos de sua carreira. “Agridoce” é completamente diferente de tudo o que a cantora já produziu e tem uma pegada musical acústica, em que ela faz uso do piano e da escaleta.
O projeto lançado no final do ano de 2011 chegou pela primeira vez ao Recife e apesar de pouco tempo e de um repertório tão novo e intimista a platéia sabia na ponta da língua todas as músicas.
Para Pitty, as canções de cunho tão minimalista e delicada são os grandes diferenciais do projeto. “Nossas músicas precisam de um pouco de atenção para ser entendidas”, declarou a cantora.
No início do show, a cantora falou do quanto gostou do carnaval do Recife e da sensação de subir ao palco do Rec Beat. “É muito louco tocar em um festival desses, pois estávamos acostumados a tocar em ambientes mais fechados”, disse a baiana.
Quem também esteve presente foi José Paes de Lira, o Lirinha, dessa vez lançando - no Rec Beat - a sua carreira solo. Lirinha, que iniciou sua trajetória musical com a Banda Cordel do Fogo Encantado no próprio festival, mostrou porque tem espaço garantido na festa. Ele se reinventou em seu show, fazendo uso de uma sonoridade que passou dos acordes de guitarra. Em toda a apresentação, ele passeou entre a música e a poesia, se valendo de muita percussão, bateria e teclados.
Por fim, o Rec Beat fechou a sua noite de revelações musicais com os rapazes do Bixiga 70 - grupo criado no bairro paulista do Bixiga. Eles levaram até o público uma proposta musical bastante diferenciada, introduzindo elementos da música cosmopolita dos países de Gana e da Nigéria.