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O ex-ministro da Saúde e deputado federal Eduardo Pazuello (PL-RJ) disse à Justiça Militar que informou ao comando do Exército de que participaria de ato com o então presidente Jair Bolsonaro (PL), em 2021, no Rio de Janeiro. Ele também informou ter sido “surpreendido” com o convite de Bolsonaro para discursar na ocasião. 

No processo, o então comandante Paulo Sérgio Nogueira confirmou ter sido avisado por Pazuello às vésperas do evento, mas não disse o que respondeu ao ex-ministro. Nogueira disse não ter visto caráter político no evento após a apresentação das justificativas de Pazuello.

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O processo foi aberto para investigar se Pazuello, o então general da ativa, havia violado as regras do Exército que não permitem a participação de militar em evento político. No entanto, o evento foi arquivado e Pazuello não foi punido. 

O processo havia sido colocado sob sigilo de 100 anos, ainda na gestão de Bolsonaro. Mas agora, no governo Lula (PT), a Controladoria-Geral da União (CGU) está derrubando sigilos impostos pela administração anterior e obrigando os órgãos públicos a prestar as informações à sociedade, como é o caso de Pazuello. 

O ex-ministro disse à Justiça Militar que “informou ao comandante do Exército, por telefone, no sábado, que iria ao passeio de moto no domingo, a convite do presidente”. Na análise do caso, Nogueira escreveu que “o oficial-general em tela efetivamente comunicou a este comandante que se deslocaria à cidade do Rio de Janeiro, a fim de participar do passeio motociclístico, a convite do senhor presidente da República”.

“Da análise acurada dos fatos, bem como das alegações do referido oficial-general, depreende-se, de forma peremptória, não haver viés político-partidário nas palavras proferidas”, concluiu Nogueira ao listar as justificativas de Pazuello. 

O Regulamento Disciplinar do Exército considera transgressão: “Manifestar-se, publicamente, o militar da ativa, sem que esteja autorizado, a respeito de assuntos de natureza político-partidária”. 

Justificativa

No depoimento, Pazuello afirmou que Bolsonaro “estendeu” para ele o convite para um passeio de moto no Rio de Janeiro. De acordo com o ex-ministro, “os laços de respeito e camaradagem” com o ex-presidente “justificaram” o convite. 

Pazuello também contou que, no dia do passeio, o ajudante de ordem de Bolsonaro, o tenente coronel Cid, fez um gesto através de uma orientação de Bolsonaro para que subisse no caminhão de som, e que “não tinha intenção” de fazer um discurso no evento. 

“Em fração de segundos, tive que pensar quais palavras seriam as melhores para serem usadas para que não se tornasse um discurso político”, afirmou. Ele alegou que foram usadas frases como “fala, galera”, “tamo junto, ein”, “o presidente é gente do bem”. 

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