Tópicos | retomada da aliança

Candidato a prefeito do Recife para um terceiro mandato, João Paulo (PT) afirmou, em entrevista exclusiva ao Portal LeiaJá, que a capital pernambucana está vivendo uma “cidade de fantasia” e comparou a atuação do adversário Geraldo Julio (PSB) aos shows de ilusionismo feitos pelo mágico famoso David Copperfield. Para o petista, “a realidade do nosso povo é muito dura”.  

Além das críticas e da análise da conjuntura atual, o postulante listou suas principais propostas e fez projeções de vitória no 2º turno. Sob a ótica dele, o PT retomar o comando da PCR o melhor para o PSB no contexto político nacional, pois, segundo João Paulo, o próximo alvo do PSDB e do DEM é a legenda socialista. 

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O candidato ainda previu ainda a retomada da aliança PT e PSB em caso de reconquista da administração do Recife. João Paulo recebeu a equipe do LeiaJá no comitê central da campanha, no bairro do Derby. 

Veja a entrevista na íntegra:

LeiaJá (LJ) – Qual a sua expectativa para este 2º turno?

João Paulo (JP) - Estamos vivendo, em toda a história de Pernambuco, a segunda edição de um 2º turno. Todas duas provocadas por mim, uma em 2000 e agora em 2016, oito anos depois. No 1º turno contamos com uma vitória extraordinária, entendemos que o grande derrotado foi o prefeito porque mais de 50% não deu a ele a vitória, quer discutir e aprofundar as questões. Operamos numa desvantagem grande, eles tinham mais que o dobro do nosso tempo, 20 partidos aliados, além da estrutura da máquina da prefeitura e do estado fazendo pressão em cima dos cargos comissionados, sintetizaria como uma grande vitória nossa. Acredito que temos grandes chances neste 2º turno. 

LJ – Alguma estratégia nova para esta etapa da campanha?

JP - O Recife tem passado nos últimos anos por um processo de pauperização e perda de qualidade dos serviços públicos, talvez, jamais vistos em nossa cidade. Então, vamos continuar mostrando esta contradição e as fragilidades da atual gestão. O grande ilusionista, talvez o maior de todos, que é o atual prefeito. Ele tanta dourar uma pílula, mas dentro tem um péssimo material. 

LJ – Como combater esta estrutura de 20 partidos e a máquina pública, citada pelo senhor?

JP - Geraldo pinça alguns programas dele, como a robótica, que existe em poucas escolas e atende menos de 20 mil alunos numa rede de 90 mil e pega a experiência de duas e três escolas como se fosse referência da educação na cidade, desrespeitando a constituição. O que temos feito é mostrar que ele está se tornando um grande ilusionista. Não posso dizer que a mídia dele não é competente. Ele é o David Copperfield do Recife, vendendo ilusões à cidade. 

LJ – Apesar de estar disputando um 2º turno, a diferença entre o senhor e Geraldo Julio foi de 223,4 mil de votos. Ainda acredita da conquista de votos dos que optaram por Daniel Coelho e Priscila Krause?

JP - O melhor para o PSB seria a minha vitória aqui e não a de Geraldo, porque em caso de uma derrota nossa o próximo alvo das forças conservadoras será o PSB. Paulo Câmara e Geraldo Julio vão ser os próximos alvos. Já se nós ganharmos vamos dividir um ataque maior a nossa gestão.

LJ - Acredita que em uma eventual vitória sua o PSB pode convergir e retomar a aliança com o PT? 

JP - Eles vão ser obrigados a isso. Porque esta aliança deles [com PSDB e DEM] é de jacaré com cobra d’água. Não tem como se sustentar. O PSB vai ficar num isolamento muito grande ao meu ver. 

LJ - Cientistas políticos apontam que a derrocada do PT nas eleições foi por conta do cenário nacional envolvendo o partido. Como o senhor vê isso?

JP - As denúncias de corrupção têm sua força, mas o problema é o enfoque que se dá ao pessoal que se acusa. Você tem Aécio Neves, Serra e o próprio Temer que também são acusados de corrupção, mas o tratamento que se dá a eles é diferenciado. O objetivo estratégico [de diversos setores] é aniquilar o PT que é o principal partido de oposição e resistência da América Latina. Então é uma estratégica maior do que ganhar ou perder a eleição. É uma estratégia de mundo, de soberania nacional.

LJ – Ter o ex-presidente Lula em seu palanque ajuda ou atrapalha? 

JP - Sempre ajudou pelos feitos dele para Pernambuco e em particular para o Recife. A primeira visita dele como presidente da República foi aqui em Brasília Teimosa. A vinda de Lula é sempre positiva. Não sei no meio desta confusão toda que ele e o partido estão envolvidos, se ele vai ter disponibilidade de vir aqui. Ele está dando uma atenção maior a cuidar da defesa dele e da sua família. 

- Mobilidade

“É importante lembrar que Geraldo Julio já está há 4 anos no governo e não fez nada pela Avenida Conde da Boa Vista que possibilitou o primeiro corredor exclusivo para ônibus, o leste-oeste. Ele não fala, mas lá tem duas paradas de BRT complicando ainda mais a vida das pessoas. A Conde da Boa Vista tem muitas aspectos que nós fizemos, como as calcadas com acessibilidade e os sinais sonoros. Nós primeiro queremos discutir a questão do BRT lá. É incompatível ter o BRT e o sistema de ônibus tradicional. O maior problema da Avenida foi porque eles jogaram lá uma quantidade infinita de ônibus. Nós precisamos primeiro fazer um estudo. Ver o que é essa reclamação toda, porque foi feito muito mais um trabalho de mídia do que a avaliação do problema.”

- Comércio informal

“Recife é a cidade dos mascates. Então o que se tem que buscar é o disciplinamento dando oportunidade e criando alternativas. Hoje o trabalhador de camelô esta sendo violentamente expulso, agredido, maltratado, tendo seus produtos apreendidos sem devolução e sem alternativas. Nós sempre que recuperávamos áreas dávamos alternativas.”

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- Recife voltado para o povo

“Vamos resgatar a alegria da cidade, com diversas ações integradas ao governo. Na área da saúde, por exemplo, vamos recuperar os postos, defender o SUS como elemento fundamental, recuperar os equipamentos que estão quebrados e construir o Hospital da Criança. A saúde está funcionando de forma muito precária.” 

- Escola do Futuro e Robótica

“A ideia é manter o que tem, mas primeiro universalizar o acesso a informática em todas as escolas, não se pode estimular um tipo de disputa e constrangimento das nossas crianças. Temos que primeiro buscar a universalização dos serviços. Além disso, na educação também vamos recuperar as creches que estão fechadas, voltar o Aluno nos Trinques e colocar banda larga em todas as escolas.”

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